Cap 07

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- Então, por onde você esteve? - pergunto.
- Tava dormindo no escritório do meu trabalho o sofá lá é bastante confortável - fala tentando descontrair, não obtendo nenhum sucesso.
- Já falou com mãe? - eu estava tensa.
- Ainda não criei coragem suficiente, dessa vez passei dos limites, não sei se ela seria capaz de me perdoar. - diz se sentando na cadeira descansando os braços encima da mesa.
- Meu conselho é que fale com ela logo, antes agora do que tarde, na verdade já está tarde até demais.
Ele considera o que eu disse e após observar meu escritório, como se tivesse procurando algo se despede e sai, logo se esbarrando com Sebastian na porta. Desorientado Sebastian se recompõe.
- Olá Sr.morgenstem - fala estendendo a mão sem jeito, meu pai retribui o aperto.
- Olá Sebastian, quanto tempo. - fala logo após soltarem as mãos.
Sebastian olha pra ele com um olhar perdido e depois olha pra mim e diz.
- É, quanto tempo. - conclui enfraquecendo o sorriso.
- Vocês se conhecem? - interrompo, e eles se voltam para mim, quando Sebastian ia responder meu pai se intromete.
- Claro, ele é um dos subordinados de uma companheira de negócios minha que também dirige uma empresa, somos afiliados, você sabe, em meio de negócios a gente acaba conhecendo diversas pessoas. - diz gesticulando com as mãos.
- Então tá - muito mau contada essa história.
- Estou indo - diz Valentim - Até mais Sebastian - mais uma vez o comprimento e vai.
Enquanto ele vai Sebastian fica o observando pelas costas.
- Então, ele é o que seu? - pergunta logo entrando.
- A, ele é meu pai. - falo entretida enquanto arrumava a bagunça, olho pra ele e ele parece estar um pouco chocado e logo muda sua feição, como se algo tivesse se iluminado na sua mente. - Por que? - tiro ele de seus desvaneios e por fim ele olha pra mim novamente.
- Nada, só imaginei que talvez você tivesse puxado mais a sua mãe - e da um sorriso de lado pousando a mão na cadeira. Eu rio.
- Se for essa sua curiosidade, sim de fato puxei mais a minha mãe, mas isso não vem ao caso, o que está fazendo aqui? - volto aos meus pincéis os guardando.
- Nada, só queria ver seu rosto - fala se levantando e vindo me ajudar a arrumar as coisas, o encaro e ele sorri - Estou brincando, vim ver os preparos para o evento já que sou um dos patrocinadores e tal.. Vi que as luzes estavam acesas e resolvi passar aqui - conclui, fico surpresa.
- Então você é um dos patrocinadores... Obrigada por me propor a oportunidade de expor as minhas obras. - falo estendendo a mão para um aperto.
Ele olha minha mão e se volta para meu rosto.
- Sem formalidades, por favor - e toca meu braço - E eu é que agradeço por poder ajudar e garanto que não me arrependo de ter feito isso, afinal das contas isso também irá ter um retorno para mim depois. - diz se encostando na mesa, o encaro com ar sarcástico - negócios são negócios. - diz ele.
Sorrio e sinalizo a porta para sairmos, me viro pra fechar o escritório e ouço sua voz.
- Então, aquele jantar... Que você concordou em sair comigo, ainda está de pé? - pergunta.
Ajeito minha postura e me viro pra ele, sua franja loira caía sobre seus olhos, ele estava com as pernas cruzadas, as mãos dentro dos bolsos da calça, seu terno impecavelmente bem colocado e a cabeça baixa, acho que estava inseguro em relação a pergunta, sorrio com a possibilidade disso. Estendo meu celular pra ele e ele olha confuso pra mim.
- Me dê seu número, conversamos sobre isso por mensagem. - ele então ajeita a postura e coloca seu número - Okay, te mando mensagem mais tarde.
Nos despedimos e vou pra casa.  Caraca, tinha esquecido sobre o jantar, por que eu concordei? Por que? O que faço agora? Quer dizer, sou solteira certo, por quê não? Vamos tentar, vamos lá. Me convenço.

Chegando em casa meus pais estavam abraçados e constrangidos logo se soltam quando me vê.
- Então, resolveram as diferenças? - pergunto subindo pro meu quarto. Minha mãe apenas acena com a cabeça e eu entro dentro do quarto.
Me jogo na cama, aí que bom, que dia.

Uma semana se passa, vou regularmente aos meus treinos, não questionei mais sobre aquele incidente, Izzy estava determinada a não esclarecer e o Alec se fazia de desentendido, me mudei pra minha nova casa que é ao lado dos meus pais e o Jace me ajudou muito com alguns golpes durante nosso treino e ensaios, a última vez que consegui pegar ele de surpresa eu realmente considero sorte agora, nunca mais consegui fazer o mesmo desde então.
Não tenho tido mais sonhos estranhos e a minha tela com o símbolo negro ainda me intriga á algo nela que preciso descobrir. Amanhã será a exposição dos meus quadros junto com o de outros artistas consideravelmente conhecidos. Planejo comprar a galeria com o dinheiro que conseguir dos quadros, irei juntar com o que tenho acumulado no banco, isso se eu conseguir algum amanhã. Meu telefone toca me tirando dos meus pensamentos e eu o busco na cama. Era uma chamada da Izzy.
- Olaaa - grito ao atender.
- Eu ia perguntar se estava ansiosa para amanhã, mas vejo que já sei a resposta - escuto sua risada do outro lado da linha.
- Há, é que você sabe né, tenho altas espectativas em relação a exposição. - respondo distraída olhando minhas da mão elas estão horríveis.
- Hamram, tô entendendo. Olha, liguei para falar que não precisa ir ao treino amanhã, pois sei que vai estar bastante ocupada desde cedo, então não se preocupe.
- Eu já não ia de qualquer forma mesmk- falo com provocação.
- Hey, é o que? - exclama Izzy
- Tchauzinho.
- Espe... - Desligo a enterrompendo e fico rindo sozinha, sei que isso irrita muito ela e ainda mais com aquele jeito mandão dela. Começo a receber várias mensagens dela me insultando por ter desligado em sua cara. Fico rindo com a situação, são raros os momentos que posso zoar ela, tenho que aproveitar esse o máximo possível.
Essa casa é completamente estranha, há três quartos vazios nela, acho que vou fazer um quarto secreto como o que eu tinha quando pequena, essa ideia me deixa excitada para começar a fazer, vou ligar pro Simon e pedir a opinião dele. Olho as horas.
- Caraca! Já é tudo isso? - o relógio marcava 11:30pm, tenho que dormir!

Dias turbulentosOnde histórias criam vida. Descubra agora