- Então, por onde você esteve? - pergunto.
- Tava dormindo no escritório do meu trabalho o sofá lá é bastante confortável - fala tentando descontrair, não obtendo nenhum sucesso.
- Já falou com mãe? - eu estava tensa.
- Ainda não criei coragem suficiente, dessa vez passei dos limites, não sei se ela seria capaz de me perdoar. - diz se sentando na cadeira descansando os braços encima da mesa.
- Meu conselho é que fale com ela logo, antes agora do que tarde, na verdade já está tarde até demais.
Ele considera o que eu disse e após observar meu escritório, como se tivesse procurando algo se despede e sai, logo se esbarrando com Sebastian na porta. Desorientado Sebastian se recompõe.
- Olá Sr.morgenstem - fala estendendo a mão sem jeito, meu pai retribui o aperto.
- Olá Sebastian, quanto tempo. - fala logo após soltarem as mãos.
Sebastian olha pra ele com um olhar perdido e depois olha pra mim e diz.
- É, quanto tempo. - conclui enfraquecendo o sorriso.
- Vocês se conhecem? - interrompo, e eles se voltam para mim, quando Sebastian ia responder meu pai se intromete.
- Claro, ele é um dos subordinados de uma companheira de negócios minha que também dirige uma empresa, somos afiliados, você sabe, em meio de negócios a gente acaba conhecendo diversas pessoas. - diz gesticulando com as mãos.
- Então tá - muito mau contada essa história.
- Estou indo - diz Valentim - Até mais Sebastian - mais uma vez o comprimento e vai.
Enquanto ele vai Sebastian fica o observando pelas costas.
- Então, ele é o que seu? - pergunta logo entrando.
- A, ele é meu pai. - falo entretida enquanto arrumava a bagunça, olho pra ele e ele parece estar um pouco chocado e logo muda sua feição, como se algo tivesse se iluminado na sua mente. - Por que? - tiro ele de seus desvaneios e por fim ele olha pra mim novamente.
- Nada, só imaginei que talvez você tivesse puxado mais a sua mãe - e da um sorriso de lado pousando a mão na cadeira. Eu rio.
- Se for essa sua curiosidade, sim de fato puxei mais a minha mãe, mas isso não vem ao caso, o que está fazendo aqui? - volto aos meus pincéis os guardando.
- Nada, só queria ver seu rosto - fala se levantando e vindo me ajudar a arrumar as coisas, o encaro e ele sorri - Estou brincando, vim ver os preparos para o evento já que sou um dos patrocinadores e tal.. Vi que as luzes estavam acesas e resolvi passar aqui - conclui, fico surpresa.
- Então você é um dos patrocinadores... Obrigada por me propor a oportunidade de expor as minhas obras. - falo estendendo a mão para um aperto.
Ele olha minha mão e se volta para meu rosto.
- Sem formalidades, por favor - e toca meu braço - E eu é que agradeço por poder ajudar e garanto que não me arrependo de ter feito isso, afinal das contas isso também irá ter um retorno para mim depois. - diz se encostando na mesa, o encaro com ar sarcástico - negócios são negócios. - diz ele.
Sorrio e sinalizo a porta para sairmos, me viro pra fechar o escritório e ouço sua voz.
- Então, aquele jantar... Que você concordou em sair comigo, ainda está de pé? - pergunta.
Ajeito minha postura e me viro pra ele, sua franja loira caía sobre seus olhos, ele estava com as pernas cruzadas, as mãos dentro dos bolsos da calça, seu terno impecavelmente bem colocado e a cabeça baixa, acho que estava inseguro em relação a pergunta, sorrio com a possibilidade disso. Estendo meu celular pra ele e ele olha confuso pra mim.
- Me dê seu número, conversamos sobre isso por mensagem. - ele então ajeita a postura e coloca seu número - Okay, te mando mensagem mais tarde.
Nos despedimos e vou pra casa. Caraca, tinha esquecido sobre o jantar, por que eu concordei? Por que? O que faço agora? Quer dizer, sou solteira certo, por quê não? Vamos tentar, vamos lá. Me convenço.Chegando em casa meus pais estavam abraçados e constrangidos logo se soltam quando me vê.
- Então, resolveram as diferenças? - pergunto subindo pro meu quarto. Minha mãe apenas acena com a cabeça e eu entro dentro do quarto.
Me jogo na cama, aí que bom, que dia.Uma semana se passa, vou regularmente aos meus treinos, não questionei mais sobre aquele incidente, Izzy estava determinada a não esclarecer e o Alec se fazia de desentendido, me mudei pra minha nova casa que é ao lado dos meus pais e o Jace me ajudou muito com alguns golpes durante nosso treino e ensaios, a última vez que consegui pegar ele de surpresa eu realmente considero sorte agora, nunca mais consegui fazer o mesmo desde então.
Não tenho tido mais sonhos estranhos e a minha tela com o símbolo negro ainda me intriga á algo nela que preciso descobrir. Amanhã será a exposição dos meus quadros junto com o de outros artistas consideravelmente conhecidos. Planejo comprar a galeria com o dinheiro que conseguir dos quadros, irei juntar com o que tenho acumulado no banco, isso se eu conseguir algum amanhã. Meu telefone toca me tirando dos meus pensamentos e eu o busco na cama. Era uma chamada da Izzy.
- Olaaa - grito ao atender.
- Eu ia perguntar se estava ansiosa para amanhã, mas vejo que já sei a resposta - escuto sua risada do outro lado da linha.
- Há, é que você sabe né, tenho altas espectativas em relação a exposição. - respondo distraída olhando minhas da mão elas estão horríveis.
- Hamram, tô entendendo. Olha, liguei para falar que não precisa ir ao treino amanhã, pois sei que vai estar bastante ocupada desde cedo, então não se preocupe.
- Eu já não ia de qualquer forma mesmk- falo com provocação.
- Hey, é o que? - exclama Izzy
- Tchauzinho.
- Espe... - Desligo a enterrompendo e fico rindo sozinha, sei que isso irrita muito ela e ainda mais com aquele jeito mandão dela. Começo a receber várias mensagens dela me insultando por ter desligado em sua cara. Fico rindo com a situação, são raros os momentos que posso zoar ela, tenho que aproveitar esse o máximo possível.
Essa casa é completamente estranha, há três quartos vazios nela, acho que vou fazer um quarto secreto como o que eu tinha quando pequena, essa ideia me deixa excitada para começar a fazer, vou ligar pro Simon e pedir a opinião dele. Olho as horas.
- Caraca! Já é tudo isso? - o relógio marcava 11:30pm, tenho que dormir!
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Dias turbulentos
Ficção GeralAcordo assustada, tudo aquilo para mim pareceu um pesadelo, está tudo desfocado mas ainda assim consigo perceber a presença de alguém, onde estou? Cadê o Jonathan? Perguntas e mais perguntas se formavam em minha mente e então sinto a mão de alguém q...