1 dia antes
Hoje as coisas estão bem movimentadas por aqui, os funcionários correm e passam as preças por mim. Me viro e lá está ela, a gerente. Desviando de alguns funcionários chego até ela.
- Olá, Boa noite. - ela não presta muita atenção e então insisto - Sra.White!
Ela se vira pra mim, me reconhece e dispensa os que estavam ao seu redor.
- Clary querida, boa noite! O que a trás aqui a essa hora? - já passava das 9:00pm.
- Eu vim pedir um favor seu pessoalmente, é muito importante. - ela então deposita toda sua atenção em mim.
- Pode falar, estou a todo ouvido.- e então começo.
- Tem dois quadros que separei no meu escritório, eles não devem ser expostos amanhã, não estão preparados ainda e não os quero lá - Ela pensa e então assente com a cabeça em concordância.
- Se é a sua vontade, eu farei como pede. Rapazes! - gesticula para que eles venham, ela fala algo pra eles e então se vão. - Pronto querida, mais alguma coisa?
Seu cabelo curto com mechas platinadas caíram bem nela, ainda me pergunto se poderia ser seu cabelo natural ou se ela foi ao salão...
- Clary? - chama minha atenção novamente.
- A, sim! Bem... Na verdade não, não preciso de mais nada. Obrigada por isso, desculpa incomodar.
- Não se preocupe, nos vemos amanhã, até mais.
- Até - sorrio e me despeço.Eu claramente pedi para que não as colocasse, o que cassete estão fazendo ali. Ainda incrédula olho pro Simon que olha pra mim tão confuso quanto eu, atrás dele vejo o Jace, me encarando seriamente de braços cruzados e ao lado dele sua namorada, ela estava com a atenção presa nos quadros especialmente no meu, o Alec chega e sussurra no ouvido dele e os dois saem para algum lugar fora do meu campo de visão.
Saio abrindo caminho até a gerente.
- Sra.White, eu disse para não colocá-los aqui hoje, por quê estão aqui? - ela olha pra mim procurando uma resposta na cabeça.
- Olha Clary, - suspira - Claramente pedi aos rapazes para não trazê-los, mas acho que sei como acabaram chegando aqui essa manhã. - ela me puxa pro lado - Um dos rapazes que conferia a lista, disse que ainda faltava um quadro seu ser pego no estúdio e então designou uns rapazes pra ir lá buscar, nesse curto tempo eu fui pra casa pois achei que ficaria tudo bem. Chegando aqui hoje de manhã já tinham posto eles nas paredes, e o congresso tinha escolhido os três quadros surpresa e então não pude fazer mais nada, e eu também achei que você gostaria da notícia de um dos seus quadros ser um dos quadros surpresa, eu ia te contar mas...
Eu olho pra ela tentando assimilar.
- Não estão a venda! - exclamo.
- Eu sei, eu sei, só não sei porque a sua preocupação em relação a eles, os dois quadros estão impecáveis e...
Não espero ela falar e vou andando entre as pessoas, algumas tentaram me cumprimentar, eu apenas sorria e passava. Eu estava sufocada.
Lá fora vi três sombras, uma delas parecia ser a de uma mulher.
- E então, como isso foi acontecer? - Escuto uma voz masculina dizer aos cichicos. Me parecia familiar, como a voz do Alec.
- Olha, certamente alguém planejou tudo, falhamos e teremos que arcar com as consequências. - disse a voz feminina.
Me sinto desconfortável de escutar a conversa dos outros e saio, quando me viro acabo tropeçando em uma caixa de papelão causando um barulhinho, as sombras se viram e eu saio as preças entrando de novo naquele lugar sufocante, não pela quantidade de pessoas, mas pelos olhares disparados pra mim.
- Então o nome do quadro é Luz Negra. - disse Sebastian logo atrás de mim.
- Hum.
- Como conseguiu fazer aquilo? - eu olho pra ele sem entender a pergunta. - Digo... a sensação que tenho quando olho pra ele é de que ele está fora da tela, é impressionante! É além do 3D. - conclui.
- A... Eu só... - busco uma forma de explicar o inexplicável na minha cabeça, mas não encontro e então o Simon chega.
- Caraca, estão te oferecendo uma fortuna naquele quadro.- diz ele se pondo ao meu lado. E eu apenas repito.
- Não está a venda. - e suspiro.
- Por que não? Você poderia comprar a galeria com o dinheiro - então lanço um olhar mortífera para Simon e então ele finalmente nota Sebastian ali. Os dois se cumprimentam.
- Então você planeja comprar a galeria? - pergunta Sebastian.
- Sim, um dos meus sonhos, poder administrar um lugar como esse. - ele sorri e então sussurra quase inaudível.
- Tal pai, tal filha. - com a cabeça baixa ele se vira para se retirar antes que eu consiga perguntar o que aquilo significava.
- Me venderia seu quadro? - uma voz doce, melódica e quase ameaçadora disse se aproximando de mim, reconheci sem precisar olhar. Então repito mais uma vez. Ela olha pra Simon e assente com a cabeça.
- Clary, nos vemos mais tarde, vou atrás da Izzy - diz com as sombrancelhas formando um pequeno V no meio delas.
- Tá, nos vemos depois. - nos duas observamos ele ir.
- Então... - insiste ela. E eu cruao os braços sobre o peito desconfortável.
- Não está a venda. - falo sem olhar pra ela. Então Natalia se põe de pé na minha frente de um jeito jenuino.
- Por que não? - seus olhos me observavam cautelosos, eu não acreditava na sua injuenidade.
- Não acho que devo dar explicações. - rebato e ela sorri sarcasticamente, algo no sorriso dela me incomodava.
- Tem certeza? Dou uma boa quantia nele, vamos fazer negócios, ok? - insiste estendendo a mão para um acordo, apenas a encaro, ela não recua de forma nenhuma, o que acaba me irritando.
Ao longe Izzy chegava com duas taças de champanhe, Natalia abaixa a mão devagar. Izzy levanta as taças em minha direção e exclama.
- Um sucesso e tanto em - e bebe um gole do champanhe - Desculpa Natalia, não imaginei que estivesse aqui então só trouxe Clary e eu. - diz me entregando a taça e sorri se desculpando, se eu conheço bem Izzy, ela provavelmente tenha feito isso de propósito e seu sorriso só me confirma isso.
- Tudo bem, vou procurar pegar um pra mim e pro Jace - diz Natalia se despedindo, me lançando um olhar e um sorriso - A proposta ainda está de pé, tá? - diz antes de se virar e sumir.
Izzy dá mais uma golada no champanhe.
- Não vou com a cara dela - diz olhando ela sair - Ela queria te comprar o quadro? - diz agora se voltando pra mim.
- Algo nela também me incomoda, e sim, ela tá interessada. - Izzy fica pensativa.
- Realmente não está a venda? - pergunta.
- Definitivamente, não estão a venda.
- Que bom. - fala tão baixo que quase não consigo ouvir - Não vai beber? - gesticula pra minha taça.
- Sim, claro - e então bebo.
- Depois me fale mais daquele loiro gato - diz me fazendo engasgar. Merda, achei que estava livre.
- É só um empresário que acabei conhecendo - dou outra beliscada no champanhe.
- Eu sei que não é só isso - sussurra em meu ouvido - Quero detalhes. - sorri com a taça vazia - Vou buscar mais, vai querer? - diz erguendo a taça vazia.
- Não, obrigada. - tava prevendo eu tendo que dirigir quando for voltar pra casa.

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Dias turbulentos
Художественная прозаAcordo assustada, tudo aquilo para mim pareceu um pesadelo, está tudo desfocado mas ainda assim consigo perceber a presença de alguém, onde estou? Cadê o Jonathan? Perguntas e mais perguntas se formavam em minha mente e então sinto a mão de alguém q...