CAPÍTULO IV - O reencontro com o passado próximo.

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Eu tenho um sério problema, de não acordar quando é algo importante, então dormi profundo nesse dia, e como sempre, me atrasei. Mas era mais rápido para mim se arrumar. Que pena de Wiliam, ele era o baterista, e todo baterista sofre. Eu totalmente pronto parar ir, fui ao fundo de minha casa, e quando peguei a bicicleta, o pneu estava furado, então tive que ir a pé. Desci até a casa de Wiliam, para não deixar ele sofrer sozinho. Chegando lá Wiliam tinha ganhado a ajuda de seu pai para levar a bateria no carro.


- Ei Jorge, vem logo. Vamos nos atrasar. - Gritou Wiliam já entrando no carro enquanto eu virava a esquina.


Quando chegamos no colégio, arrumamos rapidamente as coisas. Todos nós estávamos preparados para a apresentação. Então, o que faltava era só apresentar.


- Vamos lá pessoal! - Disse Wiliam.


Tocamos as três músicas que ensaiamos, e todos muito agitados, aplaudiram. Depois da apresentação terminar, fui ao banheiro arrumar o cabelo, e depois fui ao bebedouro tomar água, e eu encontrei quem eu menos esperava encontrar. Eu nem lembrava que ela estudava ali. Vendo ela vir de longe me deixou tão nervoso, que nem vi o copo de água derramar.


- Oi, há quanto tempo não!? - Disse Mariana com um ar timidez.


- Sim! É verdade. Eu sou muito desastrado, desculpa. - Disse eu nervoso, derrubando a água em cima de mim.


- O que veio fazer aqui? - Perguntou Mariana rindo da minha idiotice.


- A coordenação de sua escola me convidou para tocar aqui hoje. Você não me viu? - Lhe respondi fazendo uma breve pergunta.


- Não (risos). - Respondeu Mariana.


Olhando um para a cara do outro, ficamos por uns seis segundos sem dizer nada. Eu apenas fiquei viajando naquele olhar.


- Ei, eu tenho que ir. Falo com você hoje à noite. - Disse eu nervoso, e indo embora.


- Está legal. Até logo. - Despediu-se Mariana.


Saindo dali, lembrei que tinha marcado de ir à casa de Wiliam. E avistei ele arrumando sua bateria no carro de seu pai, e fui andando até ele.


- A apresentação foi incrível, poderíamos tocar mais assim, não é? - Perguntei a Wiliam sorrindo.


- É, no começo do ano que vem, em janeiro, terá um baile de formatura, e muitas pessoas foram convidadas, inclusive nós. E para se apresentar. - Disse Wiliam cochichando a última frase.


- Sério!? Mas é daqui seis meses. Vamos ensaiar para tocar apenas uma música? - Perguntei inconformado.


- Sim, outras bandas tocaram lá. Por isso só uma. Sinta-se especial, é uma música. - Respondeu Wiliam rindo.


- E que música nós iremos tocar? - Perguntei.


- Poderia ser alguma sua, não é? - Perguntou Wiliam rindo.


- Sem chances! Minhas letras não estão tão boas para isso. Não sei porque insiste tanto em meus rascunhos de música. - Nervoso respondi.


- Até lá, tem muito tempo. - Disse Wiliam caindo na gargalhada.


- Podemos tentar. - Disse eu virando os olhos para cima.


- E então, quer uma carona? - Perguntou pai de Wiliam.


- Sim. Estou indo para sua casa agora. - Respondi.


Chegando em Wiliam, arrumamos as coisas no quarto dele. No guarda roupa tinha uma foto do falecido baterista da banda Avegend Sevenfold, o The Rev, ao lado uma foto de quando era criança. Tocamos algumas músicas que provavelmente usaríamos para uma apresentação, mas nada sério, apenas por diversão. Fizemos nada dia todo, além de almoçar comida japonesa. A mãe de Wiliam adorava comida japonesa, ela nunca foi para o Japão, mas tem muitas decorações asiáticas, uma espada ninja, leques e bonsais. Quando já era noite, eu precisava ir embora, e já na frente de sua casa, conversamos mais um pouco.

Ventos MitigantesOnde histórias criam vida. Descubra agora