CAPÍTULO 11

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Os navios já estavam longe, e só o que resta é a solidão da ilha, a tempestade cai, e não cessa por nenhum segundo, como desejo estar em um lugar quente agora, meus dentes batem e minhas roupas estão molhadas,  as de Matt e dos dois outros, também...

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Os navios já estavam longe, e só o que resta é a solidão da ilha, a tempestade cai, e não cessa por nenhum segundo, como desejo estar em um lugar quente agora, meus dentes batem e minhas roupas estão molhadas,  as de Matt e dos dois outros, também estão úmidas.

__ O que iremos fazer, agora? - pergunto e engulo em seco logo ao sentir algo frio tocar meu pescoço, uma lâmina.

__ Iremos acabar logo com isso! - um dos inimigos diz, enquanto segura um espada em minha direção, percebo que Matt também está rendido.

__ Uma das regras era não nos matarmos... - começo e ele me interrompe.

__ Você acha que seguimos regras? - diz com um sorriso debochado. __ Jeff, mandou matar vocês, logo que o sol raiar.

__ Ele é um homem sem palavra, então... Digo com rancor e ódio. __ Vocês serão mortos, pelos demônios, assim que nos assassinarem.

__ Jeff disse que estamos protegidos contra os males da Ilha...

__ E vocês acreditaram nele?

__ Sim, não haveria porquê mentir...

__ Bando de idiotas. - sorrio e levo um soco no rosto.

__ Rezem para o sol, não aparecer agora... Porquê suas vidas estão com os segundos contados.

__:*:__

__ Vocês irão se arrepender amargamente. - Matt, diz e se debate como um louco, o homem agora havia amarrado suas mãos e pés.

Eu também estou amarrado, em uma árvore que isala um odor horrível.

__ Ei, não mexam  nisso! - grito ao ver um deles mechendo em minha bolsa.

__ O que tem, de tão valioso aqui?
__ Na..da.. -digo, mais já é tarde, eles já encontraram a carta que ganhei de minha falecida mãe e o presente que ganhara dela.

__ Hum... Uma carta... De uma namorada, talvez. - diz cheirando o envelope e suas mãos imundas deixa marcas no papel.

__ Larguem isso, por favor! - imploro, eu não quis ler a carta, estava sem coragem, mas eles não podem ler... É algo importante para mim.

__ Ops... - ele rasga a beirada do papel e tira a folha onde as letras, formam as palavras de alguém que abandonou o próprio filho em um navio cargueiro.

__ Deixe-me ver, o que está escrito aqui? - ele diz com um sorriso perturbador, e tento impedi-lo mas é impossível, se ao menos eu conseguisse tira-la de suas mãos porcas...

__ Querido, Bruce!... - ele começa e fecho os olhos, não quero escutar, não estou pronto... Não consigo tapar meus ouvidos, as cordas seguram minhas mãos contra a árvore.

__ Quero pedir desculpas, por ter-lhe abandonado... Tenha a certeza de que os tempos em que não o tive ao meu lado, foi os dias em que minhas noites eram cheias de pesadelos e lágrimas... - ele sorri debochado e o outro finge estar emocionado, que triste ver pessoas tão baixas, como esses dois.

Meus olhos ficam fixos no mar... Tento segurar, algumas lágrimas.

Queria tanto, poder vê-lo, antes da morte me levar. Apesar de todos os momentos em que demonstrei não amá-lo, saiba que sempre o tive como o tesouro mais raro e puro que pude ter. Lembro-me perfeitamente, de quando logo ao nascer foi entregue em meus braços, seus finos cabelos me faziam lembrar, que você era tão frágil, tão pequenino e que deveria ser cuidado com muito amor,

as noites em claro tentando acalmá-lo de um choro, foram logo recompensados quando o escutei chamar-me de "mamãe ",pela primeira vez.
Nas manhãs de neve que antecediam o natal, eram nitidamente mais alegres, quando você abria seus olhinho, saia da cama e corria pela casa, desejando um feliz natal à todos que passavam na rua, a janela de vidro o permitia fazer isso, todos os anos... Sem falta.

Os médicos disseram que minha doença é rara, e impossível de ser diagnosticada, mas creio eu que o nome de tal enfermidade é... Saudades.

Ah, meu pequeno, como queria te contar tudo nesse papel, mas minha visão, agora quase totalmente comprometida, não me permite tal esforço.

Sei que não tardarei à encontrar as mãos frias da morte... Mas me permita descansar em paz, recebendo seu perdão... Tu sabes muito bem que te amo, não quero que desista de lutar , mesmo que te digam para o fazer.

Oro todos os dias, para receber um dia, sua compreensão... Morrerei feliz, pois à poucos dias recebi a visita de alguém... Que me disse que você está buscando sua felicidade, em algum lugar da Inglaterra.... Saber disso, foi uma luz para meus dias...

Adeus, meu querido! Um dia iremos nos encontrar novamente, e lá estarei lhe esperando por toda a eternidade, até Deus permitir, que volte para mim, e prometo que nunca mais irei abandoná-lo...
By :Juliet
Date: 22-08-1860


E as palavras que eu tanto evitei, agora haviam sido ditas, lágrimas escorrem em meu rosto e me xingo mentalmente pela minha falta de controle de sentimentos. Talvez ela realmente me amava, suas palavras me abalaram de uma maneira assustadora, me sinto culpado por uma parte, por Tê-la julgado, eu também devia ter voltado para minha terra, fugir e voltar para seus braços sem me importar com tais causas que a fizeram me abandonar...

Mas eu não voltei... E não vou poder vê-la, nunca mais.

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