Prólogo

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Por Luke

Ela devia ter uns 21 anos, mas sempre fazia papéis de adolescente naqueles filmes colegiais. Vivia nos holofotes, ainda mais agora que estava estrelando uma série da Netflix.

Era morena, de cabelos cacheados e rebeldes e estava absolutamente estonteante naquele vestido preto que tinha mais transparência do que pano.

Chamaram a banda pra tocar na festa de divulgação da série porque "Youngblood" era a trilha sonora principal e lá estávamos nós no palco tocando algumas músicas do álbum.

Todo mundo parecia ter curtido, menos ela. Ela olhava pra mim com maior cara de tédio. Que garota idiota! Se ela acha que sabe provocar, eu vou mostrar pra ela que também não gosto dela e que não queria estar aqui.

A cada 10 segundos eu olhava pra cara dela e fazia cara de tédio também, mas parecia não funcionar. Ela estava irredutível. A mesma cara de cú do início ao fim.

Nossa apresentação acabou e eu fui tirar satisfação.

- Qual é o seu problema? - ela me olhou com cara de nojo e saiu andando. Eu estava meio bêbado então aquilo fez subir um ódio mortal. Esperei o momento certo pra abordá-la novamente.

Quando vi que ela estava em um canto afastada de todos e olhando o celular, eu fui atrás dela e a coloquei contra a parede. Ela continuou com aquela cara de bunda.

- Qual é o seu problema? - insisti na pergunta.

Ela olhou dentro dos meus olhos com a sombracelha bem arqueada.

- Me dá licença!

- Não. Por que você tá me olhando assim? Você não sabe que isso atrapalha? - ela riu em tom sarcástico

- Eh... Qual é o seu nome?

- Idiota, você sabe. - respondi

- Idiota, você sabe é um nome bem...

- Luke. - a interrompi

- Luke, eu não sei se você está acostumado com um monte de garotas caindo de amores pelos seus olhos azuis ou pelo seu cabelo ou sei lá, mas eu não fiz nada além de ficar sentada.

- Você sabe bem que você não estava só "sentada". - fiz aspas com os dedos.

- Ué, eu sou obrigada a gostar da música só porquê senão você vai ficar bravinho? Cresce, garoto. Você não canta mal, mas também não canta bem. Agora, me dá licença antes que algum fotógrafo me veja aqui contigo. - ela me empurrou.

- Vai se fuder. Você é arrogante. - eu falei quando ela me virou as costas.

- Obrigada. - ela continuou andando e logo desapareceu na multidão.

Dei um soco na parede e respirei fundo.

- Eu tava te procurando. - Michael chegou perto de mim e viu que eu exalava ódio - O que foi?

- Nada. Só tô estressado. - não quis falar, porque no fundo ela tinha razão. Ela realmente não é obrigada a gostar da minha música.

- Tô vendo. - mudou o assunto - Um carinha lá disse que a gente tem que tirar algumas fotos.

- Eu não quero. Fala que eu passei mal e fui embora.

- Para de ser babaca. Você tá assim por causa da Jade. Eu vi vocês discutindo, mas o que ela falou que te deixou assim?

- Nada. - menti descaradamente

- Nada?

- Vamos logo tirar a merda das fotos, porque eu tô falando sério, eu vou ir pra casa.

Foi exatamente o que eu fiz. Os meninos ficaram na festa e eu fui para o hotel. Fiquei no quarto por muito tempo mexendo no celular e ouvindo música, até que dormi.

No outro dia de manhã, eu fui descer pra comer o café da manhã. Eu estava no antepenúltimo andar e o ponteiro do elevador estava na cobertura. Iria chegar rápido. Quando ele chegou, imagina quem estava dentro. Ela mesma: Jade Janai.

Ela estava entretida com o celular, exatamente como estava ontem.

- Obrigado, destino. - falei com sarcasmo da infeliz coincidência - Essas coisas só acontecem comigo. - ela levantou a cabeça e me olhou com aqueles olhos verdes que me fazem lembrar um pouco os do Ashton.

- Você me viu aqui dentro, se não queria entrar era só não entrar. Eu também não queria estar aqui com você.

- Ah, garota, vai tomar no cú.

- Quem você acha que é pra falar assim comigo? - ela ficou de frente pra mim na ponta dos pés pra me encarar.

- Eu sou Luke Hemmings.

- Dane-se. Luke quem? Você não pode falar assim comigo.

- Tanto posso como vou. Vai tomar no cú. - falei olhando dentro de seus olhos.

- Meu ódio por você só cresce. - ela aproximou o rosto dela ao meu e eu ri de seu atrevimento.

- Se eu quisesse te beijar agora, eu beijava. - ela cerrou os olhos.

- Tenta. - afrontou.

- É isso? Você queria que eu te notasse? Sim, você é bonita, faz meu tipo. - me deu um tapa ardido no rosto e eu ri, mesmo que estivesse doendo e, provavelmente, vermelho - Gostei. Tem atitude.

- Você é um idiota. Eu nunca ficaria com um cara escrito que nem você, embuste.

- Vamos ver até quando. - roubei um selinho dela que ficou com raiva e apertou o botão pra sair no próximo andar.

- Tchauzinho. - saiu do elevador e ficou me olhando enquanto a porta fechava.

Eu sabia que ela só saiu pra não ficar perto de mim. Ela ia pegar o elevador de novo, então eu fui até o primeiro andar, mas não saí.

Quando o elevador estava voltando, ele parou no andar onde ela estava. Ela entrou no elevador olhando algo no celular, sem me ver. O que é tão interessante nesse celular? Me aproximei dela.

- Boo! - falei perto de seu ouvido e ela levou um leve susto - Tá assustada? - ri.

- Você é retardado? Me deixa em paz.

- Não consigo.

- O que você quer que eu faça pra você parar de me perseguir?

Os outros capítulos vão ser maiores e essa é uma fanfic bem diferente do geralmente eu escrevo. Eu tentei sair o máximo dos meus padrões de escrita. Espero que vocês gostem.
Ah... Eu já escrevi o final e nem parece que fui realmente eu que escrevi isso. Modéstia a parte, eu tô muito orgulhosa dessa história.

A Junção De Todas As Cores || L.H.Onde histórias criam vida. Descubra agora