Capítulo III

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Finalmente tinham chegado a Tyrebagger, tinham demorado séculos a chegar, mas continuava entusiasmada pela aventura de visitar o círculo de pedras e toda a história daquele lugar. Calaena fechou os olhos e inspirou bem fundo, queria sentir e gravar na memória o ar místico daquele lugar.

- Vais dizer-me que acreditaste daquela mulher? – perguntou-lhe Lyria.

Calaena abriu um olho e virou-se para a amiga, podia ver o ar de gozo nos olhos dela. – Claro que não, estou apenas a aproveitar o ar puro daqui. Vamos sentar e petiscar qualquer coisa?

Calaena não esperou pela resposta de Lyria, virou-lhe as costas e dirigiu-se para as mesas. Lyria juntou-se a ela e começou a comer o que tinham trazido. Apesar de Lyria conversar sobre as últimas coscuvelhizes do hospital, Calaena sentia-se nervosa, não, sentia um frio na barriga, e o seu olhar dirigia-se sempre para as pedras, mas que raio se passava com ela nos últimos tempos?

Lyria calou-se a meio de uma frase, Calaena olhou para ela sem perceber o que tinha acontecido. Talvez Lyria lhe tivesse feito uma pergunta e estava à espera de uma resposta.

– Estavas a dizer?

Lyria olhava para um ponto atrás das costas de Calaena, sem lhe prestar atenção nenhuma, colocou-se de pé mexendo muito no cabelo e ajeitando a roupa. Calaena olhou para trás, queria saber o motivo daquela pro-atividade toda. E alí estava, dois rapazes perto do restaurante a fazerem sinais a Lyria. E lá se vai o meu dia de exploração por água abaixo, pensou Calaena.

- Não te importas que vá ali cumprimentar uns amigos, pois não? – perguntou-lhe Lyria.

- Não, vai lá. Eu vou dar uma volta por aqui. – Calaena sentiu-se aliviada de não ter a companhia de Lyria para explorar o lugar. Assim estava mais à vontade, podia admirar todo sem que a amiga goza-se com a maneira de Calaena observava cada planta, cada simbolo.

- Não queres vir? Eles são dois. – Lyria já nem olhava para Calaena. Só lhe faltava um babete e um balde, para tanta baba que lhe saía da boca.

- Não, vai lá e aproveita. Podes ficar com os dois.

Lyria abraçou-a e sussurou-lhe ao ouvido. - Tu és uma amiga incrível! Se fosses como as outras que eu conheço iria ficar logo amuada, ou então iria quer ficar com um deles. Mais para mim!

Lyria praticamente correu dalí para fora, mas assim que chegou perto deles, começou a rebolar-se toda. Esta miuda não tinha emenda.

Calaena arrumou todas os seus pertences, colocou a mochila às costas e dirigiu-se às pedras. De perto ainda eram mais magníficas que nas fotografias que tinha visto. Reparou nos símbolos estranhos gravados nas pedras, deveriam estar alí à secúlos, mas em toda a sua pesquisa nunca foi mencionado que estes símbolos alí estavam, estranho. Calaena começou a ouvir um zumbido enquanto esticava a mão para tocar nas gravações, olhou ao seu redor não estava alí ninguem, ainda tentou ver se avistava Lyria e os seus companheiros, mas estes também tinham desaparecido. Calaena tocou na pedra logo abaixo onde estava um dos símbolos gravado. Logo um brilho a envolveu, tão brilhante que perdeu o sentido de espaço, começou a recuar para trás, mas o trás já não existia, sentia-se a flutuar, olhou para o chão, mas este também já não lá estava, começou a cair, tentou agarra-se a algo, não havia sensação de movimento mas sim sensação de um cair a pique. Tão rápido como começou assim foi como acabou. Calaena não se tinha dado conta de que estivera este tempo todo a gritar, até que olhou à sua volta e podia ver uma paisagem completamente diferente, as pedras tinham desaparecido, as mesas tinham desaparecido até os carros já não alí estavam.

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