Capítulo VIII

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Calaena acordou e fitou o teto, o dia do casamento dela com Lachlan tinha chegado, mas não tinha descoberto uma maneira de voltar para casa.

Quanto mais tempo passava naquele lugar e na campanhia dele, menos vontade tinha de ir embora, começou a desejar uma vida ao seu lado, crianças a correr pelos corredores, noites a fazer amor à lareira, passar as mãos por todo o seu corpo, desenhando cada músculo. Ele teria sido um excelente exemplar de estudo de anatomia nos tempos de faculdade. Hum...Tinha se tornado numa sonhadora.

Sarah e as outras raparigas entraram muito eufóricas por sinal.

- Oh, milady, estamos tão felizes por si. Hoje é o grande dia. Trouxemos vários óleos e sais para o seu banho.

Começou um tumulto pelo seu quarto, várias pessoas a entrar e a sair.

Calaena levantou-se e vestiu o roupão. Pediu a umas das raparigas que lhe trouxesse uma navalha.

Quando ensabou as pernas e usou a navalha, todas se aproximaram para ver o que fazia.

- Milady, com todo o respeito, mas o que faz?

- Estou a retirar os pêlos das pernas, entrecoxas e sovacos. Porquê? Vocês não o fazem? – Calaena estava admirada, deixavam crescer os pêlos?

- Não, milady. Nunca ninguém nos ensinou, porque os tira? – a inocência da rapariga era refrescante.

Calaena era rápida em pensamento. – No convento uma das freiras ensinou-me que a retirar os pêlos, e disse-me para que no dia no meu casamento e se meu marido me agradasse, eu deveria faze-lo. Ela disse que os homens adoram peles suaves para tocarem, e que assim nos tornávamos mais sensíveis ao seu toque, logo teríamos mais prazer nisso.

Calaena olhou para Sarah, nunca imaginou que conseguisse chocar a mulher, mas pelos vistos. As raparigas olharam com muita atenção, Calaena podia apostar dinheiro como hoje muitas delas iriam experimentar, gostava de ser mosca para ver a cara dos seus homens.

Após o banho, as mulheres passaram óleos pela sua pele, perfumaram-na, arranjaram-lhe o cabelo, apanharam-no mas retiraram algumas madeixas para que lhe emuldarem-se o rosto.

Vestiu o vestido branco, sentia-se bonita e muito feminina, era suposto sentir-se assim no dia do seu casamento, não era? Ouviu alguém a fungar, era Sarah, as outras seguiram-lhe o exemplo.

Estava quase pronta, Sarah colocou a grinalda de flores naturais na cabeça. Agora sim estava pronta.

Alaric esperava por ela no fundo das escadas da torre, até ele ficou sem palavras quando a viu. Infelizmente quem a tinha que acompanhar até ao altar era Percival. Seria muito estranho que não fosse o seu pai a entregá-la a Lachlan.

Nos braços do HighlanderOnde histórias criam vida. Descubra agora