06. Cubo

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Os alarmes não paravam quietos, era torturante, algo ou alguém havia invadido a SIC -- Sede Internacional da Ciência --, eu não queria saber de nada disso. Só queria descansar, fazia dias que não dormia uma noite inteira.

Com essa idade eu deveria estar na faculdade, mas não, tive que nascer uma criança com QI maior que o normal. Obrigado, mãe.

Enfim, o malditos alarmes não param e eu estou a beira da loucura. Pelas câmeras dava para ver um grupo de pessoas, toda semana isso ? Décimo quarto grupo de pessoas que tentam invadir aqui. Parece que alguém me deve 50 pratas.

- Aqui está, idiota. - John apareceu com o meu dinheiro, ele parecia aborrecido.

- Que grande merda. - praguejei e ri da cena - Se eles virem alguma coisa não sairão vivos.

- São pessoas que se acham "contra o sistema", babaquice. - ouvi ele falar, depois se retirou da sala.

Essas pessoas me divertem, ora, invadir a SIC e pensar que sairão assim como se nada tivesse acontecido. Mas, por outro lado, isso me aborrece. Bom, tanto faz, não é da minha conta.

Meu laboratório anda uma bagunça, relatórios em todos os cantos -- alguns nem fazem sentido --, substâncias largadas na pia e...

Escutei um estrondo, quase que uma explosão. Eu poderia ter ficado surdo, olhei para as câmeras, as pessoas haviam conseguido ultrapassar aqueles guardas. Afinal, o que elas queriam daqui ? Poderia ser aquela máquina que produz ilusões nas pessoas, a Ilusion WX900, ou aquela que poderia desintegrar qualquer coisa em poucos segundos.

Eu não sei, existem tantas coisas aqui, coisas realmente extraordinárias. Desde cálculos incríveis que nos trouxeram respostas até as armas mais malucas que alguém possa pensar. Pensei ter escutado um barulho aqui perto, não deve ser nada.

Arquivei alguns relatórios e guardei aquelas substâncias. Acho que finalmente posso descansar um pouco, não é ?

Quando me deitei no sofá alguém arrombou a porta do corredor, maravilha, nunca posso dormir direito. Era aquele grupo de pessoas, no total umas seis. Como eles passaram pelos guardas ? Eu precisava fechar meus olhos e dormir pelos menos 12 horas seguidas, mas não.

- Malditos.. - resmunguei, escutei John abrir a porta da mimha sala.

- Levanta daí, Gabriel. - ele me empurrou do sofá, parecia estressado com aquilo.

Levantei, ainda meio tonto, peguei o que era importante e saí dali, John havia feito o mesmo. O alarme soou pelo edifíco inteiro, desta vez, parecia uma ordem para deixar o local. Tudo bem, seja lá o que eles queriam era importante.

Ah, já sei. É aquele cubo negro, que eu  havia descoberto há alguns meses. Então, eles precisavam de mim, porque eu tinha os códigos das portas que levavam até ele. Droga, não vou conseguir dormir hoje.

Acabei me escondendo numa sala cheia de frascos, não posso me mexer muito ou vão me descobrir. John conseguiu deixar o prédio antes, ele estava muito apavorado. Eu, sendo eu, consegui me perder nos corredores. Adivinhem. O grupo estava no mesmo corredor que eu.

...

Desesperado, era como eu me sentia. Aquelas pessoas haviam me achado, agora exigiam os códigos. Eles estavam me levando ao corredor Z9, que ficava no subsolo. Eu tenho pavor deste lugar, as luzes são falhas; cada vez mais assustador. Chegamos na primeira porta, droga.

- Anda. - me apontaram a arma. Eu ainda não sei o porquê de eles quererem aquele cubo. Ajeitei meus óculos e digitei, não tinha outra escolha. A porta se abriu, vi o líder deles sorrir. O que eles querem com o cubo capaz de destruir-nos?

Ouvi eles falarem que passariam por Marte e depois partiriam para Andrômeda. Passamos pelas portas até chegarmos na última, suspirei. Aquilo podia ser um sólido  platónico de seis lados, mas era um monstro. Me dava calafrios, e, logo eu, o descobri e criei, foram tanto cálculos para criar algo assim; que por muito tempo foi uma teoria baseada em números.

Eu tinha paralisado ali, não queria abrir aquela última porta, havia tanto tempo que não o visitava. John sempre me cobrava para vê-lo, ele precisava ficar estável, agora eu estava melancólico. Alguém me cutucou com a ponta da arma, claramente queriam que eu abrisse aquela (maldita) porta. Nada a declarar, digitei o último código. A porta fez um ruído agradável e se abriu.

E lá estava o cubo negro, ao mesmo tempo em que era escuro, brilhava como nunca; muito contraditório. Perdi o ar neste momento, era como rever um filho depois de tanto tempo.

Um dos indivíduos passou por mim e pegou a caixa de vidro, onde estava o cubo, e o levou para fora. Pareciam satisfeitos com isso; me mandaram os seguir, fomos até o térreo, eles levaram o caixote de vidro para a aeronave deles. Era uma Hellax 9000, simplesmente, perfeita. Era branca com detalhes em preto e amarelo, a porta se abriu e vi seu interior, como pensei, era branco também.

- Então é isto, obrigado. - o líder disse depois de todos subirem, olhou para meu crachá - A gente se por aí, garoto, ou não.

Ele também subiu, a porta se fechou e a aeronave decolou, fiquei algum tempo vendo eles sumirem pelo céu estrelado da noite. Estavam a caminho de Marte, logo partiriam para Andrômeda. O que planejavam ?

Eu nunca saberia, talvez um dia. Enfim, agora eu posso dormir um pouco..

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⏰ Última atualização: May 22, 2018 ⏰

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