Diário secreto - cenas

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Logo chegou o dia de mais um jogo, estava muito envolvida com os assuntos da torcida organizada, cantei animada, felizmente o time foi melhor, ganhamos de dois a zero, faltava dois minutos para acabar, decidi olhar a volta para ver a torcida, até que vi alguém que me chamou atenção, fiquei surpresa.

Ele estava no estádio, meu olhar fixou ali onde ele estava, tinha que me aproximar discretamente, mas tinha que avisar aos meus amigos e não fazer como da ultima vez.

- Gente, já volto.

Eles nem ligaram. Pedindo licença fui até ele, hipnotizada por alguém que um dia detestei, quem iria imaginar, poderia ser historia de filme, mas era real, só bastou eu conhece-lo melhor e descobrir quem ele era de verdade, muito mais parecido comigo do que eu imaginei.

Então ele olhou para mim e não desviou o olhar, o jogo estava acabando vitoria nossa. Não sabia o que fazer, pois sentia minhas pernas bambas e meus amigos não podiam ver, desci até lá embaixo, ele me seguiu. Oh que emoção. Decidi ir do lado de fora, em um local onde não seriamos vistos. Olhei de novo para trás.

- Oi.

- Fiquei curioso, o que veio fazer aqui?

- Eu que pergunto? – devolvi a pergunta num tom amistoso.

- Vim pela curiosidade.

- Por que veio ao jogo?

- Estudar os pontos fracos do time – respondeu com uma das mãos no bolso e parecendo relaxado e confortável.

- E encontrou muitos?

- Alguns.

Passou um carro tocando musica alta, mas era musica agradável.

- Amo musica dos anos 80 – comentou Lorenzo com um sorriso.

- Eu também.

- Nunca superei os anos 80 – afirmou.

- Então não superamos algo que nem vivemos – completei com um bom humor.

- Verdade – concordou sorrindo. – você gosta de Marzulnopolis?

- Sim, é uma cidade muito bonita, encantadora.

- Eu gosto daqui, é um lugar bom. Só que na minha cidade eu me sinto mais em casa.

- Entendo. Eu me mudaria para lá, se me passasse o endereço dos lugares que vendem os melhores doces de leite.

- o que? Eu também amo doce de leite.

- Minha família não é muito fã, eles nem ligam para comprar, eu tenho que ficar pedindo, mas nunca compram.

- Eu te traria de presente.

- Eu amaria – disse olhando para ele encantada com sua resposta.

- Bom então acho que nos entendemos – disse sorrindo enquanto mexia nos cabelos.

Meu celular tocou interrompendo aquele momento mágico. Não atendi, sabia que era minha amiga.

- Tenho que ir.

- Mas já – disse frustrado por eu ter que ir.

- Passou rápido – lamentei.

- rápido demais.

- Até – me despedi com um sinal com a mao.

- Tchau – disse fazendo o mesmo.

Voltei ao estádio comemorando pelo que houve, mas frustrada por ter sido tão breve. Fiquei procurando por meus amigos, olhei para cima, eles estavam no mesmo lugar.

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⏰ Última atualização: May 21, 2018 ⏰

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