Capítulo 4

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Comecei a me sentir como se eu fosse de Dankelis e que as pessoas me maltratavam. Puxa, isso estava acontecendo na minha própria cidade, se fosse assim até Dankelis é melhor que esse lugar, mas um dia eu tratei assim um garoto de Dankelis, me lembro do nome dele, Gustavo, queria encontrá-lo e pedir desculpas.

Como me sentir triste me fazia refletir mais nas coisas, eu estava amadurecendo e as experiências ruins estavam servindo para isso. Eu aprendi que não deveria julgar as pessoas antes de conhecer, talvez Gustavo fosse uma boa pessoa e eu o tratei mal por ser de outra cidade, uma cidade que eu odiava e que hoje estava aprendendo a respeitar.

As coisas mudam e hoje alguns não me tratam bem, estou sentindo isso na pele, algo que eu fiz, ''Eu mereço isso que estou passando''. Pensei. Só assim que eu mudei minha forma de pensar, há males que vem para o bem.

Kayla e as populares da escola estavam cada dia piores e eu era a que mais sofria. Um dia entrei no banheiro, elas me encararam feio, assim que ia saindo do banheiro.

– Você não vai sair não! – gritou comigo uma das garotas indo na minha frente.

– Por quê? – perguntei não fazendo ideia das intenções delas.

Elas jogaram água nas minhas costas, aquele dia estava muito frio.

– Me deixa sair! – falei alto.

– Ainda não. A Kayla tem algo para dizer.

Kayla foi até minha frente e ficou me olhando.

– Vai Kayla diz! – incentivou uma garota.

– Diz logo – incentivou Monique rindo.

– Você é ridícula! Não sabe nem ser original, agora esta ai com esse estilo, só para chamar atenção, já que não é popular – disse Kayla com frieza.

– E, além disso, você é feia! Nenhum garoto vai te querer – provocou Monique.

– Por que esta fazendo isso Kayla? – perguntei olhando nos olhos dela, segurando o choro.

Ela ficou quieta.

– Vamos embora! – disse Monique que me empurra com força.

Comecei a chorar, ninguém me ajudou. Só ficaram olhando.

Entrei na sala com a cabeça baixa. Estava com a autoestima cada vez baixa, me sentindo um lixo, acabada sentimentalmente.

Todo dia aconteciam intimidações, empurrões, agressão verbal. E o que me machucava mais era ver que a Kayla, que era minha melhor amiga estava fazendo isso comigo. Eu não entendia por que. Dói demais isso, ver uma pessoa que você tanto gostava te desprezando, te tratando mal.

Quando eu chegava em casa, meus pais estavam muito cansados, não me davam muita atenção, estavam ocupados demais nos seus trabalhos e cuidando da Milena. Mas ela não tinha culpa disso, era só uma criança, porém naquele momento eu precisava de um pouco de atenção. Eu me trancava no meu quarto e ficava escutando rock, as letras revelavam a minha dor, então eu começava a chorar demais.

Eu me sentia solitária, não tinha amigos. Na escola tudo era difícil, eu me sentia mal assim que entrava lá, pois não sabia o que aconteceria, o que as garotas fariam e eu estava enfrentando tudo isso sozinha.

Um dia as garotas me empurraram no pátio. Outros fizeram comentários maldosos, inventavam mentiras sobre mim, sofri muitas humilhações, eu não aguentava isso. A única pessoa que eu poderia conversar era a mulher que trabalhava na biblioteca, mas infelizmente ela foi trabalhar em outra escola. Por que tem que ser assim? Por que as pessoas que eu gosto tem que ir embora? Parecia que isso só acontecia comigo.

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