Capítulo 10 - Beto Veio Me Visitar Parte I

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Os marceneiros tinham descido para almoçar num restaurantezinho, a poucas quadras, que eu lhes havia indicado e pago pelas refeições. Em meio a toda a bagunça que ainda estava espalhada pelos cômodos, eu ia abrindo as caixas da minha mudança e redirecionando o que elas continham para os lugares certos. Eu estava na suíte principal quando ouvi a porta de entrada sendo aberta. Julguei que fossem os marceneiros voltando do almoço, embora estranhasse o silêncio daquele retorno. Antes de eu me preparar para verificar se eram realmente eles, o Beto enfiou a cara pela porta do quarto.

- Está precisando de ajuda? - Havia uma insegurança na voz, mas o sorriso no rosto a disfarçava muito bem.

- Oi! Bem! Eu agora estou sozinho, mas daqui a pouco os marceneiros estão de volta. O que não falta por aqui hoje são braços. - Respondi, com um sorriso tímido e surpreendido.

- Tudo bem com você? - Ele ainda não conseguia me encarar diretamente quando fez a pergunta.

- Tudo! E você?

- Como sempre. Nada de extraordinário. - Ele estava pressentindo que a conversa talvez fosse mais difícil do que ele tinha imaginado.

- Que bom! - Eu não encontrava palavras para continuar.

- Muito legal o apartamento! Foi um achado e tanto. E, seu bom gosto está deixando ele lindo. - Comentou.

- Foi sim. Obrigado!

- Quem me deu o endereço foi o Josival. Praticamente tive que arrancar a informação dele a força. Os rapazes não queriam me dar o endereço. Acho que pensaram que eu ia arrumar outra confusão. - Mencionou querendo parecer distraído, mas pela primeira vez, eu senti um olhar diferente na maneira dele me olhar.

- Ah, tá! Bem. Não é um segredo. Não há por que fazer mistério. - Devolvi.

Era o maldito short, ponderei. Não consegui disfarçar meu embaraço, estava com as faces ardendo de calor.


Por sorte, acho que para ambos, as vozes barulhentas dos marceneiros voltando já ecoavam pelo corredor. O que veio quebrar aquele clima tenso. O Beto cumprimentou os caras de maneira bastante econômica e reservada quando os viu entrando com tão pouca roupa sobre os corpos. E, sem a menor cerimônia, ofereceu-se para ajudar no que fosse preciso. Não arredou pé enquanto eles trabalhavam e, ocasionalmente solicitavam a ajuda dele. Ele estava plantado no meio da sala, já totalmente transformada, quando levei o grupo até a porta e me despedi deles. Uma lua em crescente estava estacionada bem em frente às portas de vidro que davam para a varanda. Elas estavam abertas e deixavam entrar o murmúrio das ruas junto com uma brisa morna.

- Diz que me perdoa, por favor. E que não vai mais ficar longe de mim. - As palavras saíram num repente, firmes, decididas. Acho que ele as tinham ensaiado a tarde toda. Me pegaram de surpresa.

- Não vamos mais voltar a esse assunto. Eu que te peço, por favor. Vamos deixar o que passou lá no passado, acabou. - Respondi.

- Não diga isso! Eu nunca quis te machucar, juro. Sinto raiva de mim mesmo toda vez que me lembro do seu rosto naquele dia. - insistiu.

- Como você pode ver minha cara está novinha em folha. Portanto, não se martirize. - Retorqui.

- E, como foi o noivado com a Julia? Ela gostou do presente? - Perguntei, tentando desviar o rumo da conversa.

- Não foi! Não teve noivado algum. - Ele me encarou para não perder nenhum detalhe da minha reação a essa notícia. - Foi isso que vim fazer aqui hoje. Queria que você soubesse. - Emendou.

- O que houve? Vocês discutiram? - De repente meu coração estava acelerado, eu podia senti-lo pulsando no meu peito.

- Terminamos.

- Você me parecia tão empenhado nessa paixão. - Argumentei.

- Foi o que eu também pensei. Que era uma paixão. - Afirmou. - Estava enganado. Me deixei impressionar pelo jogo de gato e rato que ela fez comigo. Agora eu sei que paixão é outra coisa. - Sentenciou, aproximando-se de mim.....

Continua....

Hummmmm eu acho que isso vai acabar em sexo..... hahahaha.....

Beijos do Mikka 😘😘😘😘😘

Roberto O Hétero Convicto (ROMANCE GAY) ●CONCLUÍDO●Onde histórias criam vida. Descubra agora