Amor inesperado- 2° livro da série: Amizade colorida. CONCLUIDO

Capítulo 20

Steve

Não sei mais onde procurar. Procuramos por toda parte e nada de Michelle. Cada hora que passa, cada minuto o desespero se torna maior e eu fico mais desesperado. Já tive umas cinco crises de asma e eu devia estar me sentindo acabado. Estou um pouco mas o medo de não encontrar Michelle é maior e eu tomo forças pra seguir na procura pela minha namorada.

Meus filhos estão com Mateus e Kayla, as crianças vão distrair os dois e James está comigo o tempo todo. Onde eu vou ele vai atrás e agora estamos em casa. Vim para fazer nebulização. Sempre fomos muito unidos mas acho que agora estamos mais que nunca. Ele tá me dando o apoio e a força que preciso no momento. Meu celular toca, pego e vejo que é o tio John.

- Oi tio – digo assim que atendo o celular.

- Steve, acho que achamos a Michelle – ele diz e meu coração acelera.

- Como assim? Onde ela tá? Onde você tá?

- Um senhor viu um homem entrar com uma moça em um lugar deserto e entrar em uma casa ou galpão, sei lá. Ele me explicou e acho que é ela. Estou chegando.

- Me passa o endereço.

- Steve...

- Por favor me passa o endereço. Você não sabe o quanto tô desesperado – ele suspira.

- Vou mandar por mensagem.

- Obrigado, já estou saindo – desligo o celular.

- E aí? – James pergunta.

- Ele acha que sabe onde ela tá. Eu vou lá.

- Vou com você – ele diz se levantando. Pego as chaves e saímos de casa.

Recebo a mensagem com o endereço, James dirige e eu vou ao seu lado, com medo de ter acontecido algo de ruim com ela, com medo do que vou encontrar e com medo de não encontrar. O ar falta e uso o inalador.

- Fica calmo irmão, vamos achar a doidinha – James diz e concordo com a cabeça, mesmo com medo, não tenho forças pra discutir.

Chegamos ao local junto com o tio. Ele está com mais dois policiais e vão na frente, os três com armas na mão e não deixam James e eu passar.

Eles fazem tudo com calma, acho que não querem chamar atenção mas isso só me deixa mais agoniado. Depois de ver que a porta está trancada eles arrombam e entram. Entro logo depois e vejo os olhos assustados de dois homens. Corro os olhos pelo local sujo e encontro Michelle encolhida no canto da parede, apenas de lingerie e chorando. Meu tio e os policiais estão prendendo os caras, com certeza foram pegos de surpresa. Corro para Michelle e a abraço. Ela chora compulsivamente e eu choro junto.

- Calma meu amor, tá tudo bem. Agora vai ficar tudo bem.

- Tive medo de não me achar – ela diz soluçando e me abraça mais apertado.

- Não ia ficar quieto até te achar. Eu te amo e nunca te deixaria – beijo Michelle. Um beijo que mostra o quanto eu a amo e que nunca quero ficar longe dela. Ela corresponde o beijo mas me afasto um pouco quando escuto o grito do homem mais velho.

- Sua vadia de merda! Eu ainda vou atrás de você Michelle! Você é uma menina boba que não sabe com quem se meteu! – ele grita e Michelle treme mais ainda.

Olho para eles. Os dois algemados. Não me contenho e vou até o canalha que maltratou Michelle. Dou um soco em seu rosto e vejo o de sangue escorrer por sua boca.

- Ainda vou acabar com vocês! Os dois! – ele grita mais uma vez.

- Experimenta chegar perto dela mais uma vez! Vou fazer vocês dois apodrecerem na cadeia! – olho para o outro homem. É ele. Ele que abusava da minha Michelle e eu não suporto nem olhar para seu rosto intacto. Vou para cima dele e o encho de socos. Acho que me descontrolo um pouco por que o policial me tira de cima dele e quando olho de novo para seu rosto, o olho está roxo e inchado, o nariz e a boca sangrando. Podia ter batido mais, mas agora quero mesmo é cuidar de Michelle.

Volto para ela. Tiro meu casaco e coloco nela. Michelle levanta e vamos para meu carro. James dirigindo e nós dois no banco de trás. Ela tenta se cobrir mais com meu casaco, cabeça baixa e já sei o que aconteceu. A abraço mais e ela encosta em meu peito. Beijo seus cabelos.

Vamos para o hospital, James ligou para minha mãe e ela levou roupa para Michelle, as duas se abraçam e a crise de choro que tinha passado volta com tudo. Minha mãe diz algumas coisas em seu ouvido que não consigo ouvir. Entramos na sala do médico e fico o tempo todo ao lado dela. Ela não deixa eu me afastar e mesmo que não fizesse isso eu não sairia de perto dela nem por um minuto. Depois do médico examina-la e fazer algumas recomendações, ele a libera.

Vamos para minha casa, apenas nós dois. James vai com a minha mãe para a casa dela.

- Cadê os meninos? – ela pergunta.

- Com o Mateus e a Kayla.

- Estão bem?

- Estão.

- Certeza? – se não fosse toda a preocupação que sinto no momento ei sorriria por ela querer saber dos meus filhos mesmo depois do que passou.

- Absoluta. Você vai descansar hoje e amanhã pego os dois.

Ela assente.

Quando chegamos ela vai para o banho e eu preparo algo para ela comer. Ela fica quase uma hora no banho e depois desce. Come pouco e em silêncio. Quando termina vamos para o quarto e deito com ela que me abraça e eu a envolvo.

- Ouviu o que eu disse? – pergunto.

- O que?

- Que eu te amo – ela me olha surpresa.

- Falou sério?

- Claro que falei. Eu te amo. – ela sorri.

- Eu também te amo. – sorrio e beijo seus lábios.

- Quer conversar?

- Quero dormir. Promete que não sai daqui?

- Prometo – ela assente e se aconchega em meu abraço. Faço carinho em seus cabelos e ela dorme pouco tempo depois, e eu ali, velando o sono da mulher que amo.

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