bônus

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Bryan

Não sei por quê ainda acredito na Ana, tava na cara que ela não ia vim.

No horário do almoço eu a procurei por todo canto e não a encontrei, então resolvi falar com a diretora e foi aí que souber que ela havia saído pra almoçar com o pai.

Há algo errado com ela, não sei explicar. Com seus moletons é como se ela quisesse esconder algo. Algo que o mundo não pode vê.

Uma hipótese passa por meus pensamentos.
Meu coração se aperta com essa possibilidade.

Não sei como fui me apegar tanto a ela em tão pouco tempo.
É como se nós conhecêssemos a anos, e isso definitivamente me assusta.
Nunca senti isso antes, mas confesso que gosto disso.

Do coração acelerado, as mãos suadas da necessidade de vê-la sorrindo.

O sorriso dela ilumina minha vida, faz dela especial, como se um simples sorriso pudesse mudar tudo ao meu redor.

Acho que estou apaixonado, e não sei se isso é bom.

Com esses pensamentos entro no meu quarto....

- nem isso você consegue, você é tão estúpida - ouço um resmungo sôfrego - por quê não consegue?

Entro em desespero ao notar que esse resmungo pertence a pessoal que fez de meus pensamentos sua moradia.

Ouço soluços de alguém que chora desesperadamente.

Dou pequenos passos silenciosos e paro ao vê a cena que partiu meu coração.

Ao lado de sua cama seu corpo pequeno está encolhido, seus braços ensanguentados assim como sua blusa, Ela resmunga coisas ofensivas a si mesmo.

Não consigo sair do lugar, em minha mente passa um furacão de sentimentos e emoções nada agradáveis e o desespero toma conta do meu corpo criando assim combustível para que eu possa me aproximar.

Eu a abraço por trás, com isso ela se assusta e tenta se soltar de mim em total desespero e confusão.

Eu a aperto ainda mais, tomando cuidado pra não machucar seu braços feridos, ela luta contra meus braços ao seu redor.

- eu não vou soltar você! - digo firme e com a voz controlada.

- ME SOLTA BRYAN - grita em fúria.

- eu já disse que não vou soltar você Liana!

Ela ainda luta por vários minutos sem sucesso algum.

- EU ACHO BOM VOCÊ ME SOLTA, SE NÃO VOU MATAR VOCÊ - diz furiosa, e em resposta dou um beijo em seus cabelos a aconchegando em meus braços - EU ODEio você - e então ela chora fortemente balançando todo o meu corpo.

Ficamos assim por vários minutos até que sinto quê suas lágrimas finalmente secaram e sua respiração se acalmou.

Ela dormiu.

A pego nós braços com todo cuidado possível e a coloco na cama confortavelmente.

Retiro sua blusa ensanguentada e visto nela uma camisa minha.
Lavo seus cortes com delicadeza e logo após de realizar os devidos cuidados eu enfacho.

Sento no chão ao lado da cama e seguro sua mão, foco em seu rosto inchado por consequência das lágrimas e solto um suspiro triste.

Por quê assim como seu sorriso ilumina minha vida, suas lágrimas me deixam num profundo mar de escuridão.


Garota SuicidaOnde histórias criam vida. Descubra agora