Capítulo 3

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Owen 

-Obrigada Dr., ficou fantástico- a loira mexe os lábios, agora já enormes e só o que eu faço é revirar os olhos e agradecer. 

-Se precisar é só chamar. 

-Pode deixar -tentando dar uma olhada sexy com uma voz sedutora, ela saiu minha sala dando uma rebolada muito falsa. 

Mais uma, igual a todas as outras. Suspiro me arrumando em minha cadeira e olho tento resistir a tentação de abrir minha gaveta e pegar aquele amaldiçoado desenho. Faz quase 1 ano que tive um sonho que me persegue desde então. Era de uma mulher, com cabelos longos ruivos, usando um vestido comprido todo branco, com a parte de cima rendado. Estavamos em um campo todo verde, cheio de lírios. Eu tentava alcança-lá, corria atrás dela, e ela ria e saia correndo. E quando o sonho estava preste a terminar, ela virava por míseros 3 segundos para mim, porém por conta do sol, era difícil ver seu rosto com clareza. 

Em 1 ano, sonhei 2 vezes com ela e na segunda, fiz o desenho no minuto que acordei, não querendo perder nem um detalhe mesmo que fosse mínimo. Para a minha infelicidade, eu nunca a conheci de verdade. Nem mesmo sei se ela existe mesmo, ou foi a minha cabeça que criou a imagen de uma mulher perfeita, sem maquiagem, sem cirurgias. Uma mulher com uma beleza natural. E a cada dia que passa, cada mulher que eu conheço, eu ia confirmando mentalmente que aquele tipo de mulher não existe. 

Vamos lá  Owen, ela é um personagem que sua mente traiçoeira criou. Tipo de mulheres assim estão em extinção. Preciso de um descanso. Foi quando tive a ideia de passar uns dias com meu pai. Fazia muito tempo que eu não tirava férias, e mais tempo ainda que não via ver meu pai, então juntei o útil ao agradável. Talvez não tenha sido uma boa idéia. 

Quando soube que a empregada antiga do meu pai morreu, eu fiquei preocupado com  meu pai. Margaret era uma mulher incrível, que trouxe paz para meu pai. E quando ela se foi, pensei que tudo fosse desmoronar. Porém, no telefone, ele parecia bem. Tranquilo até. Só descobri o porquê  quando cheguei até sua casa. 

-Quando tempo filho - abracei meu pai o mais forte que consegui, sentindo falta daquele conforto. Eu sou um cretino por ter sumido. 

- É bom ver você pai. Como o senhor está-  assim que nos separamos, o olhei de cima  abaixo e fiquei feliz por ver que estava tudo certo. Parecia um pouco mais velho, contudo bem cuidado. 

-Estou ótimo. Melhor agora que você ficará comigo por um tempo. Venha, quero que conheça uma pessoa. 

Franzo o cenho com isso. Será que ele conheceu alguém? Mas isso é impossível, se fosse Lilian já teriam me ligado contando a novidade. 

-Eu não sei se você sabe, mas Margaret tinha uma filha. - o encaro chocado - Sim, sei que deveria ter contado, todos os outros já sabem, só que você nunca parava em casa e logo foi estudar fora, não achei que fosse necessário. Bom, a questão é que eu ofereci o emprego de sua mãe para ela, e em troca ela poderia fazer qualquer faculdade que quissese, contando que fosse online, que eu pagaria para ela.

Uau. Sempre soube que meu pai tinha uma admiração grande por Margaret, não algo sexual nem nada. Era algo como uma  mão amiga para ele o ajudando quanto mais precisou. Nunca pensei que ele fosse levar tão a sério isso, que chegaria até a pagar uma faculdade para a filha de uma empregada/amiga. 

-Fique tranquilo, ela é tão dedicada quanto sua mãe. Uma jovem incrível. - seu sorriso era grande. - Venha. 

Assim que entramos em sua casa, olhei ao redor vendo que estava tudo no mesmo lugar, muito limpo e brilhando, e com aquele cheiro gostoso de sempre. Parece que ela está fazendo mesmo um bom trabalho. Isso quer dizer que meu pai está em boas mãos. 

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