Capítulo 9

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Ísis

*Momentos antes da chegada do Owen até a chegada*

Virei para um lado, virei pro outro, mas nada fazia o sono aparecer. Era como se meu corpo e meu cérebro não quisessem desligar. Jogo a coberta para o lado. Não estou com frio, porém, sinto que coberta eu estou mais protegida. Bobagens minhas. Sento-me na cama, com as costas na cabeceira e os joelhos no peito, fazendo-me abraçar minhas pernas. Não gosto de ficar acordada quando não tem ninguém na casa. Tudo bem que tem os seguranças, mas mesmo assim, sinto-me mais vulnerável e a qualquer momento alguma coisa possa acontecer. Só mais bobagens minhas.

Olho para meu criadinho mudo e me estico pra ascender o pequeno abajur que fica em cima do mesmo. Assim que o quarto se ilumina no mínimo, olho para o desenho ao lado do abajur. Lá está ele, em toda sua glória, olhando para a paisagem da sacada de seu quarto. Não sei por que tirei o desenho de Owen do caderno. Acho que, depois de descobrir que ele tem o desenho de uma mulher debaixo do travesseiro, tive vontade de copiá-lo. Péssima ideia. Ele me atormenta. Não importa o que eu esteja fazendo, ele da um jeito de entrar na minha cabeça, e fico horas pensando nele. Volto a posição que estava, ainda com o desenho em minhas mãos. Involuntariamente, passo meus dedos por seu rosto. Tão bonito. Como será que ele deve estar agora? Dançando com a moça? Talvez até tenham se beijado. Devem estar cumprimentando as pessoas, sorridentes e felizes. Suspiro. Não importa o que aconteça, sempre serei uma daquelas românticas. Acho que puxei isso da minha mãe.

Enquanto olhava a foto, escuto barulhos de passos no jardim e no instinto, apago a luz do meu abajur. Pare Ísis, é apenas sua cabeça querendo te assustar. Levo um susto quando escuto baterem em minha porta. Sangue do pai, quem será uma hora dessas? Um ladrão não iria bater na porta. Um silêncio reina, acho que foi embora. E as batidas voltam. Ascendo novamente a luz e bem devagar saio da cama. Dou uma espiada de longe na janela e vejo Owen cm cara de aflição. Minha nossa...será que aconteceu alguma coisa com Arthur? Será que está ferido. Abro a porta depressa, e fico congelada. Tinha esquecido como ele tinha ficam bonito naquele terno azul.

-Owen? Aconteceu alguma coisa? Seu pai está bem? – me arrependi de ter dito "pai" ao em vez de dizer Sr. Mas ele não responde, fica lá parado...me olhando.

Ele está tão bonito. As luzes fracas da noite e do jardim deixam-no com um ar de misterioso, seu perfume me envolve de uma forma que me deixa desnorteada. Queria ficar olhando para ele o resto da minha vida. Seu rosto esculpido, seus olhos desesperados, sua boca perfeita. Entretanto, aquele silêncio me preocupa.

-Owen? – digo, mas sai mais como um sussurro. Sai como se o tivesse o chamando para mim.

Penso em dizer com mais firmeza, mas sou surpreendida com sua mão indo até meu rosto. Não sei o que deu em mim, porém, só consigo ficar congelada n lugar. Seu toque é tão quente, sua mão firme é algo mesmo tento um conforto como uma segurança. Quando move sua mão, seguro o impulso de pedir para que volte onde estava. Suas mãos vão até o elástico do meu cabelo o puxando, fazendo meu cabelo cair por meus ombros e costas. Ele nunca tinha me visto de cabelo solto. Acho que nunca tinha reparado em como meu cabelo é grande. Owen parece ter entrado em um transe assim como eu. Quero fazer a mesma coisa que ele, tocar em seu rosto, passar minhas mãos em seus cabelos, mas não sei se devo.

Noto que seu corpo vai vir para frente, e ele da um passo em minha direção, mas não é um passo para se aproximar, é um passo para que eu vá para trás. Ele quer entrar em meu quarto? Minha nossa...a onde isso vai para? Só mais curioso, é que não e importo. Não me importo com o que vai acontecer, eu até quero descobrir. Meus pensamentos e sentimentos estão tão embolados, que sem ter controle do meu próprio corpo, doou passos para trás, para que entre de vez no meu quarto. Ele veem em minha direção, fechando a porta atrás de si.

Meu coração parece que vai sair pela boca. Sinto minhas mãos suando frio. Um desejo de o tocar, de saber qual é a sensação de sua pele na minha. São coisas que nunca tinha sentido antes. Ele olha para meu corpo como se fosse arrancar meu uniforme com os olhos. Andando em minha direção, sou surpreendida com suas duas mãos em cada lado do meu rosto e seus lábios nos meus. E de repente, o mundo ao meu redor desaparece.

Tudo desaparece. Se eu tinha preocupações, elas sumiram. Se eu tinha medo, eles sumiram. Em minha mente só tem lugar para Owen e seus lábios. Eu só tinha dado beijado uma vez na vida, quando eu tinha 15 anos e tinha ido tomar sorvete com meus amigos e ma garoto se aproximou. Mas aquilo era totalmente diferente. Era um beijo tão suave a ao mesmo tempo cheio de desejo. Sem me controlar mais, passei meus braços por seu pescoço e isso de alguma forma o motivou a levar seus braços até minha cintura a abraçar. Tive que ficar na ponta dos pés para alcançá-lo, mas valia à pena. Seus lábios eram cuidadosos, como se não quisessem que o beijo acabasse como se fosse possível que eu fugisse se parasse. Impossível. Não tinha lugar no mundo que eu queria estar mais do que ali.

Sua língua pediu passar em minha boca e meu mundo girou mais uma vez. Era uma dança. Queríamos seguir os passos certos, mas o fogo que surgia dizia para fazermos do nosso jeito, nos entregar do nosso jeito. Passei a mão por seus cabelos macios e que sensação gostosa era de ter seus fios de cabelos escorrendo dos meus dedos. Infelizmente, chegou uma hora que o ar nos faltou e tivemos que nos separar. Naquele momento, quando nossas bocas se afastaram, quando nossos olhos se encontram de novo, tive medo de estar sonhando. Os dois estavam lutando para respirar normalmente. Ainda nos segurávamos um no outro. E agora? A resposta foi outro beijo, talvez até mais intenso que o outro. Dessa vez Owen não se privou. Suas mãos passearam por minhas costas, segurou em minha cabeça, em meio a confusão deveria estar meu cabelo, e logo desceu de novo, parando em minha bunda. Ele não apertou, não fez nada, apenas ficou com as mãos ali, até fazer todo aquele trajeto de novo por meu corpo. Suas mãos eram firmes, confiantes. Seus apertos eram estratégicos. Queria fazer a mesma coisa em seu corpo, mas não sabia ao certo como fazer. Apenas fiquei em seus cabelos, me deliciando com aqueles fios macios.

Não sabia que horas eram, ou que dia estávamos, pois sabia que, quando eu descobrisse, tudo voltaria ao normal. Ou pior. Eu poderia acordar a qualquer momento. O que eu recebi foi pior do que as outras duas opções.

Fomos separados de forma brusca. Fiquei tão sonsa que dei dois passos para trás, tentando fazer com que minhas pernas ficassem firmes novamente. Olhei para Owen, também sem fôlego e com os olhos arregalados. Naquele momento, desejei nunca ter o ouvido:

-O que foi que eu fiz? – e saiu do quarto batendo a porta, me deixando ali. Sozinha.

Encostei minhas costas no meu guarda-roupa para me equilibrar. Nunca tinha me sentido tão quebrada daquele jeito. Passo a mão por meus lábios, que ainda estavam formigando pela pressão. E então, as lágrimas vieram....




Continua.....

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3 em uma mesma semana? Quem sou eu? kkkkkk

Essa semana foi muito boa para mim e fez com que eu ficasse mais inspirada. 

Espero que estejam gostando e logo mais sai mais um capítulo. 


Beijoooos anjooos. 

Beleza NaturalOnde histórias criam vida. Descubra agora