Capítulo 7

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Ísis

Não sei se fico desapontada ou agradecida por ver Owen ainda de roupa. Não que era minha intenção o ver de toalha...Parou.

-Senhor...éh...Owen, vim passar seu terno – sei que estou corando. Sinto que estou corando.

-Entre. Fique à vontade – ele me da passagem e entro no quarto. O quarto dele havia sido reformado, assim de todos os outros filhos. As paredes em tons cinza azulado combinavam com ele. -Ainda não tive coragem de desfazer a mala – um sorriso sem graça se formou em seu rosto – Mas tirei 2 ternos que podem ficar bons para a ocasião. O que você acha?

Ele está pedindo minha opinião mais uma vez. Esse homem quebra minhas pernas desse jeito. Olho em cima da cama bagunçada, dois ternos: um azul marinho e um todo preto. Pelo jeito, ele não faz o tipo que usa gravata.

-Como é um coquetel, acho que o azul combinaria mais. Algo informal, mas chique. – ele encara os dois ternos e concorda com a cabeça.

-Você está certa. Passe-o para mim, por favor. Irei tomar banho. – entrando no banheiro, posso relaxar as costas. Tenho que ficar menos tensa quando ele estiver perto. Pode passar uma imagem errada. Como se eu tivesse medo dele.

Em partes, é uma verdade. Tenho medo das coisas que ele causa em mim. O modo como me deixa acessa, como me faz querer tocar e sentir seu cheiro.

Sem perder mais tempo, monto a tábua de passar roupa e quando vou para pegar o terno, meu extinto de limpeza não aguenta ver uma cama bagunçada. Coloco os ternos em cima da poltrona no canto do quarto. Tiro o edredom de cima da cama e vou arrumando o lençol do final da cama. Assim que tiro os travesseiros, um papel meio amarelado cai no chão. Franzo o cenho, achando que era alguma lista que estava em meu avental. Assim que seguro o papel, o desdobro e preciso sentar na cama para conter meu choque. Era um desenho. Um desenho...de mim. Que bobagem Isis, Owen nunca desenharia você. Quem seria aquela mulher e porque estaria debaixo do travesseiro de Owen.

O que eu estou fazendo? Acorda. Termino de arrumar a cama correndo, deixando o desenho a onde estava. Passo o terno o mais rápido e caprichoso que consigo e estico na cama. Recolho minhas coisas e saiu voando de seu quarto, indo em direção ao quarto de Arthur para passar seu terno.


Owen

No memento que desligo o chuveiro, escuto a porta do quarto se fechar. Uau. Ela já passou o terno. Confesso que eu gostaria que ela tivesse ficado no quarto até eu sair do banheiro, pois, propositalmente, "esqueci" de pegar minha cueca. Mas sei que teremos outros momentos. Abro a porta do quarto, e uma nuvem de fumaça sai do banheiro para o quarto. Como eu amo banhos quentes. Vou em direção á mala, jogo a toalha no chão (o que faria minha mãe ter um treco) e coloco a primeira que aparece.

Viro me para cama, vendo meu terno todo arrumado e esticado na cama. Dou risada quando noto que ela também arrumou a cama. Desde jovem sempre detestei arrumar minha cama e isso...meu sorriso some. O desenho. Vou até o travesseiro e o levanto, vendo que o desenho está ali, contudo, não está dobrado. Ela viu. Ela viu o desenho que eu fiz dela. Ela deve me chamar um psicopata, ou um perseguidor. Merda Owen, ela não deveria ter visto. Absolutamente ninguém poderia ter visto. Preciso encontra-la, resolver isso. Tentar fazer alguma justificativa. Falar a verdade. Não seu doido, isso ia fazer com que ela se assusta-se ainda mais. Vou procura-la.

Coloco a calça, a camisa e o terno em questão de segundos. Vou até o banheiro, passo um perfume caprichado e tento arrumar o cabelo com as mãos. Isso não é o importante. Sento na cama, coloco os sapatos e corro em direção da porta. No momento em que a abro, lá estava ela, com um pé na escada, pronta para continuar descendo. Quando me nota, seus olhos se alargam e seu rosto cora. Ela está envergonhada de ter visto o desenho e com medo ao mesmo tempo.

-Ís...-sou interrompido pela voz do meu pai que faz aquele momento se quebrar. Nos milésimos de segundos que viro para olha-lo, sei que ela já desceu as escadarias. Droga. Mas tudo bem, nãos seria legal tocar nesse assunto com meu pai tão próximo. Assim que chegarmos em casa, vou atrás dela, nem que eu tenha que acorda-la.

-Você poderia ter caprichado mais -meu pai vem em minha direção, usando um terno gravite e gravata vinho. Impecável, como sempre. – E sem gravata?

-É o que estão usando. Informal, mas chique – tento conter meu sorriso de lado quando penso em quem disse aquilo.

-Está certo, vamos lá para baixo. Mirella irá chegar a qualquer momento – no meio da escadaria, ele para e se volta para mim – E tente ser agradável.

Espero que voltar a descer para revirar os olhos. Ser agradável. Acho que posso tentar.

Sento com meu pai e ficamos conversando sobre quem estaria na festa, e não demorou muito para a campainha tocar. Não sei aonde ela estava escondida, mas só tive tempo de ver Ísis abrindo a porta. Fez uma reverencia e pegou dois casacos nos braços.

-Ela não é magnifica? – escuto meu pai cochichar em meu ouvido, e sinto uma imensa vontade de dizer sim. Quando minha ficha cai. Ele não está falando de Ísis e sim de uma moça que entra na sala com um vestido longo branco, com uma fenda na perna e um colar de diamantes que deve ser o preço dessa casa.

-Achei que fosse um coquetel, não um desfile – sinto um cutucão de meu pai e sei que tenho que ficar calado.

Fiquei tão encantando em olhar para os movimentos de Ísis, que não tinha dado a atenção para o homem e a dama que estraram na casa. Ele, Dante Gustman, o dono de uma enorme rede de dentistas e ela Mirella Gustman, a modela queridinha da Prada.

Mirella era igual a todas as outras modelos. Altas, magras, lábios grandes e postura reta. Sempre iguais. Dou um suspiro, mas me aproximo para cumprimentá-los.

-Minha nossa, como ele cresceu. Estou sempre o acompanhando nas notícias, mas ao vivo...-Dante é um homem em boa forma, porém não muito alto. Seu cabelo grisalho está cobrindo 80% de sua cabeça, mas não chegam a estar tão brancos como seus dentes. – Como você está meu rapaz? – apertamos as mãos e tento meu sorriso mais falso.

-Estou ótimo Dante. Da última vez que me lembro de ter o visto, seu cabelo era castanho – sua risada alta ganha do meu sorriso em questão de falsidade.

-Muito engraçado. Essa é minha filha, Mirella. Acho que você já deve ter visto em alguma revista ou na televisão. – sempre querendo exibir as filhas como um prêmio. Patético.

-Prazer em conhece-la – ela estica a mão e dou um beijo suave na mesma – Claro que sim. Muitas mulheres me procuram para ficarem parecidas com a senhorita.

-Eu imagino – sua voz é aveludada, mas sei que isso é só fachada – Meu pai sempre falou muito de você e de seus trabalhos. Muitas das modelos que trabalham comigo já foram atrás de seus serviços. – quer me enganar. Ela acha que consegue me enganar que não tem plástica nenhuma. Quase dou risada. Aposto meu braço que aquele nariz não é dela.

-Agora que fomos apresentados, vamos ao coquetel. Estamos atrasados – obrigado pai. Mirella vai na frente, apenas para exibir seu andar de modelo. Sempre iguais.

Na saída, eles pegam seus casacos que ainda estão Ísis. Minha nossa. Ela ficou ali em pé esse tempo todo segurando os casacos. Meu pai passa por ela, dando as ordens de sempre. Fico por último e paro ao seu lado. Quero dizer alguma coisa, mas sou calado quando noto seus olhos. De alguma forma, parecem tristes e angustiados. Será que ainda é por causa de mais cedo? Por causa do desenho? Não pode ser...isso vai muito além. Parece até que ela está...com inveja?

-Divirta-se Sr. Rodwell. – sim, ela está. Ela queria ir. Está nítido em sua voz.

Abro minha boca para dizer alguma coisa, e mais uma vez, meu pai me chama. Só tenho tempo de dizer.

-Precisamos conversar...

Continua......

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O QUEM VOLTOOUUUUUUU!!!

Olá anjos, mas um capitulo para você. Sei que sumi de novo. Mas minha

vida ta uma loucura kkkk

Espero que gostem! 

Beijooos/11 


Beleza NaturalOnde histórias criam vida. Descubra agora