Capítulo 4

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Isís

Durante toda a tarde, fiquei evitando de trombar com Owen. Não sei como eu iria reagir com ele parado na minha frente. Provavelmente ficaria parada que nem uma estátua. Na hora do almoço, coloco a mesa minutos mais cedo, para não ter que topar com ele sem querer.

Ocupei minha cabeça com serviços da casa, aproveitando para deixar alguns adiantados, para que assim, no dia seguinte, eu pudesse ter umas horinhas a mais de estudo. Preciso terminar meu trabalho sobre beleza feminina, com esse tempo que irá me sobrar, talvez eu termine. O problema, é que não sei como começar. Eu não sou muito adepta dos padrões de beleza, então discorrer sobre, é um grande caos pra mim.

Owen deve ser especialista nesse assunto. Convivi com mulheres desse nível todos os dias, deve ser o campo que ele mais conheça. Não é como se eu tivesse coragem de chegar nele e perguntasse se poderia me dar uma entrevista. Bobagem.

Quando termino de passar o pano no balcão da cozinha, escuto a voz do Dr. Rowell. Droga. Olho pro relógio e vejo que são 16:30. Acho que irão querer café. Droga duas vezes. Deixo o pano em cima do balcão e vou até a sala. Lá encontro Dr. Rowell de frente para porta e seu filho colocando um palito em seus ombros. A não...

-Me chamou Dr. – pergunto educadamente, encarando fixamente para o rosto dele, para não cair em curiosidade e dar uma espiadinha no filho.

-Sim querida. Eu irei dar uma saída rápida, mas logo estarei de volta. Para o jantar quero a sua maravilhosa lasanha. Meu filho tem que experimenta-la.

Coro com o elogio, e volto meu olhar para o chão.

-Como o senhor quiser Dr. – digo.

Assim que ele sai pela porta, um silêncio constrangedor reina ali. O meu senhor, isso será mais vergonhoso do que eu imaginei. Ordem Ísis, sempre siga as ordens.

-O Senhor deseja alguma coisa? Um café, suco, algo para comer?

Quando meu olhar se volta para o dele, respiro fundo para não cair. Ele está me analisando minuciosamente, como seu eu fosse algo jamais visto pelo ser humano. Será que estou tão desarrumada? Como ele não me responde, pergunto novamente, dessa vez mais alto.

-Senhor Owen – aquilo parece que o fez sair do transe – Perguntei se o Sr. gostaria de mais alguma coisa?

-Hã...não. Muito obrigada senhorita Maillard. Eu irei me recolher agora, caso eu precise, chamarei por você. Com licença – com um olhar ainda enigmático, ele deixa a sala, levando consigo uma onda sensualidade e mistério.

Engulo em seco, e tento lembrar o que eu deveria estar fazendo. Dou uma última olhada na escadaria, sabendo que ele já deveria estar dentro do quarto. Acho que no fundo, eu gostaria que ele tivesse olhando pra trás.

Owen

No momento que fecho a porta do meu quarto, sinto um alívio. Soltando um suspiro, passo a mão pelo meu cabelo buscando conforto. Meu Deus, a presença dessa mulher me tira dos eixos. Por pequenos momentos daquele silencio, entrei em um transe tão profundo, que nem mesmo consegui escutar-lhe. Ela é a moça que eu sonhei, não tem como ser outra. Os traços, a pele, os cabelos sedosos. Só não imaginava que a mulher dos meus sonhos fosse uma empregada.

Sento na cama, apoiando meus braços nas pernas e minha cabeça em minhas mãos. Tão bonita, tão delicada, tão simples. Quando ela ficou envergonha com o elogio do meu pai, e seu rosto ganhou um tom rose, foi nesse instante que meu transe começou. Não dava para parar de olha-la, era vicioso.

Olho para minha mala, sabendo que o desenho que fiz um ano atrás. Esse maldito desenho vem me acompanhando desde então, por todos os lugares em que vá, ele está presente. Sempre me fazendo lembrar que, em algum lugar, aquela mulher vive. Jamais pensei que fosse ser uma empregada. Ainda pior, a empregada do meu pai.

Tento resistir a tentação, mas não consigo suportar. Me levanto indo em direção da mala. Assim que a abro, lá está. Em cima de todas as outras coisas. Um desenho que eu fiz com um simples lápis e um desejo enorme de á encontrar.

Só tive coragem de sair do quarto quando foi a hora do jantar, e meu pai já estando em casa. Quando cheguei na sala de jantar, estava tudo arrumado perfeitamente. Talheres, copos, uma enorme e brilhante lasanha fumegante estava disposta bem ao centro da mesa. Perfeccionista pelo jeito.

O jantar saiu tudo tranquilo, conversei com meu pai sobre mais trabalho e tentei de todas as formas fugir dos assuntos: casamento, filhos, amor. Tenho consciência que uma hora ou outra terei que falar sobre esse assunto. Só não é esse o momento.

Com o jantar acabado, nos despedimos e cada qual foi para o seu quarto. E quem disse que o sono vinha? Rolei por muito tempo na cama, nenhum pensamento concreto se formava em minha cabeça. Não tinha nenhum material de desenho, então desenhar estava fora de questão. Me sentindo sufocado, tive a brilhante ideia de abrir a janela. Que burrice a minha.

Da janela do meu quarto, dava para a janela lá em baixo da casa de piscina. Uma luzinha estava acesa, ou seja, Ísis também não conseguia dormir. Foi ai que o pior aconteceu. Ísis apareceu perto da janela, onde apenas sua silhueta atrás das cortinas dava pra ser visto. Pelo que eu conseguia distinguir, ela estava penteando seus cabelos, anda de um lado para o outro. Dei um sorriso de lado pesando que ela tem a mesma mania que eu. Infelizmente, sua silhueta sumiu e logo em seguida a luz foi apagada. E eu voltei a ficar no escuro vazio do meu quarto.

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Quanto tempoooooo meus anjos. Sim, eu sumiu por muito tempo e peço desculpas por isso. A verdade é que tudo anda tão corrido, tantaaa coisa aconteceu nesse tenpo que estive fora, que quando peguei para escreve, quase achei que não sabia mais. Kkkkkkk

Tentarei postar com mais frequência. 

Beijoos.

Beleza NaturalOnde histórias criam vida. Descubra agora