Capítulo 4 - O poder das escolhas

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- Bom dia, posso me sentar?

- E porque sentarias ao lado de alguém como eu senhor, não vê minhas chagas?

- A mim, nada mais são que provações de tuas escolhas, ou não te lembras o que fizestes para tê-las?

- Sim eu me lembro e me arrependo duramente.

- Pois liberta o que há em teu coração e se arrependa de verdade, e em verdade vos digo que não há mal nessa terra que a tua fé verdadeira não possa curar.

- Tuas palavras são justas e bonitas, mais o mal que fiz quando de posse de saúde e virilidade não pode ser perdoado.

- Quem diz isso?

- Eu estou dizendo, que tu não sabes o que fiz.

- Pois Tadeu, teu anjo me contou toda sua vida e em verdade vos digo, que teu sofrimento não é nada além do que sua alma pedindo por perdão.

- Tu és o profeta prometido pelos fanáticos?

- De longe sou alguém que se deva chamar de profeta ou o caminho que irá andar entre nós.

Sou apenas um viajante que leva consigo a palavra do pai.

- E quem é esse pai?

- É um Deus amoroso e misericordioso que só deseja o bem aos seus filhos.

- Mas e os deuses, eles vão me castigar?

- Os deuses de seu pai e seu avô foram um pedaço de aprendizado do que há de vir.

- Não entendo senhor.

- Daqui três dias todos que seguirem a fé de do Deus único e estiverem dentro dessas terras serão mortos, porem em verdade vós digo, no momento que deixares esse corpo terreno, serás mais vivo do que aqueles que ficaram e escolheram um caminho de provações e expiações.

- O que devo fazer então senhor?

- Segue o teu coração, pois nele também está escrito tudo que há no livro do pai.

Mateus tocou o peito do pobre senhor e a dor que sentia diminuiu e suas chagas pararam de expelir pus.

- Obrigado, e que teu Deus lhe proteja em sua jornada.

Mateus se afastou e o pobre senhor se recostou na parede que estava e adormeceu, agora com uma feição de alivio no rosto sofrido.

- Ei, você aí. Acho bom ter uma bela quantia se não quiser que eu te leve preso.

- Não carrego nada de valor para ti.

- Então acho que você está com problemas, eu vi e ouvi tudo que falou ao velho leproso.

Um anjo falou ao ouvido de Mateus que tocou o próprio peito soltando uma respiração lenta e pensativa.

- Pegue, hoje conheceras o que está escrito e no livro do pai marcara o teu nome.

- De que me serve esse lixo!

Mateus deu um leve sorriso quando o soldado fez uma cara de espanto.

- Isso é um dos livros dos fanáticos, se eu entregar ao rei serei muito bem recompensado! Tudo bem, pode ir, fingirei que nada que vi aqui aconteceu. Porem nunca mas quero ver sua cara de novo.

- Isso não posso fazer, daqui a três dias estaremos juntos novamente, e não te esqueças, antes do fim tu terás teu nome escrito no livro do pai.

- Se você não vai embora eu vou, preciso levar isso o quanto antes para meu superior.

O guarda saiu saltitante já pensando em tudo que iria fazer com o dinheiro que ia ganhar.

- Era realmente necessário?

- Oh criança, até quando esse corpo lhe prendera a aos apegos terrenos...

Silencio, Mateus não ouviu ou sentiu, mas nada nos dois dias seguintes. Esteva sentado a beira de um poço quando o livro foi posto em seu colo e o guarda o olhava.

- Um bom filho a casa torna.

- Como sabias?

- O que?

- Que eu mudaria minha opinião.

- Porque à coisas que precisão acontecer. Aprendizados e lições a dar e receber. Naquele dia graças a você o apego emocional a meu único bem material foi embora. E acredito que sua curiosidade o libertou das vendas que cegavam seus olhos.

- Não a nada que aconteça que ele já não o saiba, assim está escrito.

- Vejo que guardou muitas palavras em seu coração jovem soldado.

- Graças a você.

- Não sou nada além de um instrumento, assim como eu agora você decide o que fará com sua fé.

- Como te chamas?

- Mateus.

- Eu sou Hermes.
- Muito prazer em conhecê-lo.
Nós temos um problema Mateus, fiquei sabendo pelos meus superiores que haverá uma grande ação contra todos os fies do Deus único amanhã. A ordem e não deixar ninguém vivo.

Mateus já havia sido avisado, porem estava surdo no momento. Nenhum dos espíritos que o guiava disse uma palavra, por um momento voltou a se sentir sozinho, aquele garoto órfão e abandonado.

- Mateus, você está bem?
- Me perdoe Hermes, ainda tenho muito que aprender, acho que não li esse livro o suficiente.

- Não entendo o que quer dizer.

- Oremos meu amigo, e deixe que nossa fé nos conduza para o caminho da verdade e justiça.

- Eu fiz uma copia do livro e agora o carrego comigo, eu sei que já deve saber de cor mais gostaria de ouvir uma das páginas que mais gostei?

- É claro.

- "E então Deus criou todas as coisas, fazendo o homem sua imagem e semelhança, para que o amor seja divido e só assim multiplicado".

Uma velha senhora que passava ouviu as palavras e sem levantar a cabeça apenas disse baixinho..." Que aquele que carrega Deus em seu coração não só viva, mais tenha vida eterna".

Mateus e Hermes sorriram.

- Venha Mateus, hoje dormiras em um local quente.

Mateus agradeceu e seguiu seu novo amigo e irmão na fé. Ele sentiu um arrepiou e entendeu o recado.

"Mesmo que não vejas, sintas ou ouças, não teafligis, pois, da tua cabeça não cairá um fio se não por minha ordem. Faça datua fé o teu caminho e teu consolo, mesmo nos dias mais inóspitos." Assim estáescrito no livro do pai.   

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