Capítulo 10 - Encarnação

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- Desculpe, tentei sair sem te acordar.

- Eu que devo me desculpar, me apoderei de seu abraço sem lhe pedir.

- Jamais te negaria nada.

Eles se olharam fixamente por um instante e ela abaixou a cabeça, Mateus levantou seu rosto e afastou o cabelo. Dos olhos dela.

- Como foi? O que você viu, sinto que está diferente.

- Maravilhoso, eu vi meu pai e ele me esclareceu tudo.

- Fico feliz por você, vela dessa forma alegra meu coração.

Ela deu um longo sorriso, ele fez que ia levantar, mas ela ainda segurava sua mão.

- Mateus.

- Sim.

- Você terá que ir embora, não é?

- Sim, ainda tenho um longo caminho.

- Fique aqui mais um pouco se puder.

Ele sorriu e se levantou.

- Tem algo que ainda preciso fazer.

- E o que é?

- Ainda não sei bem Califa, mas outra pessoa me espera.

- Se eu puder lhe ajudar, e me chame de Ana se quiser.

Depois de comerem cada um voltou a seus afazeres, porém com um brilho diferente em seus olhos.

Não muito longe dali um senhor era açoitado.

- É isso que mereces ladrão. Achas que pode vir aqui e me roubar e nada acontecer.

Ele não tinha tempo para responder com as seguidas pancadas que levava.

- Vamos ver se consegue roubar com as pernas quebradas.

A dor foi tão forte que ele desmaiou e bateu com a cabeça. Com medo que homem tivesse morrido a multidão que acompanha se dispersou e ele ficou lá caído sozinho.

Mateus havia entregue umas peças de tecido a pedido de Caulifa quando viu uma criança dando agua para um senhor caído. A mãe o pegou pelo braço a força e o retirou rápido de perto do homem. Em pensamento Mateus abençoava a atitude da criança. Ele chegou perto do homem que apesar de acordado tinha os olhos fechados de tão inchados, suas pernas estavam ainda em pior estado.

- Você quer ajuda meu amigo?

Um murmúrio muito baixo, praticamente inaudível. Porem Mateus jamais esqueceria aquela voz.

- Entenderei que é um sim. Venha se apoie em mim.

Sem forças e com a perna quebrada Mateus teve que praticamente o carregar. Chegou as portas de Caulifa que levou um susto.

- Mas o que aconteceu Mateus e quem é esse homem.

- Alguém que precisa de ajuda, posso levá-lo para dentro?

- Você o conhece?

- Sim, mas ele não deve se lembrar de mim.

- Tudo bem, vou confiar em você.

Ela o ajudou a entrar com o homem, levou quase quatro dias para o rosto dele desinchar e ele voltar a falar e ver, sua perna ainda estava muito machucada.

- Obrigado, não mereço sua compaixão.

- Não merece mesmo, pelo que entendi tu es um ladrão e por isso o teu estado, agradeces a Mateus que a ti teve piedade.

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