- Desculpe, tentei sair sem te acordar.
- Eu que devo me desculpar, me apoderei de seu abraço sem lhe pedir.
- Jamais te negaria nada.
Eles se olharam fixamente por um instante e ela abaixou a cabeça, Mateus levantou seu rosto e afastou o cabelo. Dos olhos dela.
- Como foi? O que você viu, sinto que está diferente.
- Maravilhoso, eu vi meu pai e ele me esclareceu tudo.
- Fico feliz por você, vela dessa forma alegra meu coração.
Ela deu um longo sorriso, ele fez que ia levantar, mas ela ainda segurava sua mão.
- Mateus.
- Sim.
- Você terá que ir embora, não é?
- Sim, ainda tenho um longo caminho.
- Fique aqui mais um pouco se puder.
Ele sorriu e se levantou.
- Tem algo que ainda preciso fazer.
- E o que é?
- Ainda não sei bem Califa, mas outra pessoa me espera.
- Se eu puder lhe ajudar, e me chame de Ana se quiser.
Depois de comerem cada um voltou a seus afazeres, porém com um brilho diferente em seus olhos.
Não muito longe dali um senhor era açoitado.
- É isso que mereces ladrão. Achas que pode vir aqui e me roubar e nada acontecer.
Ele não tinha tempo para responder com as seguidas pancadas que levava.
- Vamos ver se consegue roubar com as pernas quebradas.
A dor foi tão forte que ele desmaiou e bateu com a cabeça. Com medo que homem tivesse morrido a multidão que acompanha se dispersou e ele ficou lá caído sozinho.
Mateus havia entregue umas peças de tecido a pedido de Caulifa quando viu uma criança dando agua para um senhor caído. A mãe o pegou pelo braço a força e o retirou rápido de perto do homem. Em pensamento Mateus abençoava a atitude da criança. Ele chegou perto do homem que apesar de acordado tinha os olhos fechados de tão inchados, suas pernas estavam ainda em pior estado.
- Você quer ajuda meu amigo?
Um murmúrio muito baixo, praticamente inaudível. Porem Mateus jamais esqueceria aquela voz.
- Entenderei que é um sim. Venha se apoie em mim.
Sem forças e com a perna quebrada Mateus teve que praticamente o carregar. Chegou as portas de Caulifa que levou um susto.
- Mas o que aconteceu Mateus e quem é esse homem.
- Alguém que precisa de ajuda, posso levá-lo para dentro?
- Você o conhece?
- Sim, mas ele não deve se lembrar de mim.
- Tudo bem, vou confiar em você.
Ela o ajudou a entrar com o homem, levou quase quatro dias para o rosto dele desinchar e ele voltar a falar e ver, sua perna ainda estava muito machucada.
- Obrigado, não mereço sua compaixão.
- Não merece mesmo, pelo que entendi tu es um ladrão e por isso o teu estado, agradeces a Mateus que a ti teve piedade.
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O livro do Pai
SpiritualNo tempo dos antigos deuses Mateus era apenas um garoto quando a espiritualidade o chamou, ouvia e via pessoas que não eram desse mundo. Sempre com o livro de seu pai junto ao peito adentrava cada vez mais em território inexplorado, tomando todo cui...