Capítulo 14 - O caminho do homem de bem

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- Mateus acorde.

- Senhor Onofre.

- Perdoa-me deixar você dormir ao relento, falei de ti a minha esposa e o milagre que tu fizeste.

- Nada eu o fiz Onofre, se o Pai lhe ofereceu uma graça foi por tua própria fé e caridade ao teu irmão.

- Pois eu e minha família desejamos conhecer a palavra e a minha casa tu es convidado.

- Então junta a todos que querem ouvi-la em um lugar aberto e me chamas novamente e a eles e a tua família entregarei a sabedoria que aprendi pelo longo caminho que venho trilhando.

Onofre saiu, mas antes entregou um jarro com água e um pão fresco para Mateus que o agradeceu.

- Teu corpo sofreu mas do que esperavas não é mesmo?

- É chegada minha hora?

- Quem sabes, estas com pressa de voltar?

- Não, se possível ainda quero reencontrar Caulifa nessa vida.

- Teu caminho é o do homem de bem Mateus, mas não significa que é um caminho perfeito ou só de alegrias e vitorias. Teu caminho é como de todos os outros, são suas escolhas que fazem a diferença.

- Eu o sei agora. Mesmo que caia uma pedra em minha cabeça não devo a amaldiçoar, porque o que vejo é apenas uma parte de um todo e pode ser que ela tenha entrado em meu caminho para me ajudar e evitar algo pior, ou apenas alertar da atenção que me falta. A tantas possibilidades que só o pensar já me deixaria louco, a verdade de Deus é impressionante.

- Tu já falas como um sábio Mateus, poderia abrir seu próprio templo e receberias toneladas de ouro pelos seus conselhos.

- E de nada ele me valeria, foi me dito que minha casa não é desse mundo, então nada de material que eu acumule aqui me servira para onde vou. Tudo que preciso carrego comigo.

- E essa é a tua verdade, mas não é a de teus outros irmãos, ainda não. Chegara o dia que essa será a verdade e só ela bastara. E todos carregaram consigo apenas as qualidades do homem de bem, aquele que acumula caridade e amor por onde passa.

- Pode fazer algo pelas minhas feridas?

- Posso lhe desejar melhoras. Tuas feridas foram causadas por você mesmo e carregara elas para que não te esqueças.

- O tempo que dei atenção ao espirito da mentira, não é? Como pensei, parecia ter sido só algumas horas, mas com ele conversei durante dias.

- O tempo é relativo, para mim os teus dias são menores que segundos.

- Melhor não entrar nesse mérito ou fundiria minha cabeça, e preciso dela para falar as pessoas que me aguardam.

- Mateus, vá com confiança pois tu carregas um nobre fardo e ele enobrece a tua alma.

- Obrigado por estar comigo mesmo quando eu acho que não está.

- Tu es um amigo leal Mateus e como já o fizeste comigo seguirei ao teu lado até que tua obra esteja acabada.

- O que queres dizer?

- Que pessoas estão vindo agora ate ti e elas não precisam ouvir você falando sozinho.

Onofre vinha com sua família e mais oito pessoas.

- Senhor Onofre, já está de volta.

- Mateus me perdoe, não tenho nada para curar suas feridas agora. Mas consegui braços fortes para te levar até onde outros te esperam.

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