Maze On Hands

Chapter One • [Angel Boy]

Hoseok pensava sobre mais coisas impertinentes, viajava em problemas que faziam seus olhos arderem em busca de alívio. É difícil ser forte, Jung pensou.
Pensava tanto, que chegava a ser assustador o universo paralelo que criara. Sentia paz, e era bom, apesar de sempre sangrar no final.

Suspirou e fincou os olhos em uma pedrinha branca, no meio da imensidão verde do gramado que estava sentado. Sentia-se como ela, sentia-se deslocado e sozinho; era frio quando não podia se aquecer de outro. Pegou o pedaço de rocha e guardou no bolso, decidiu não nomea-la no instante em que guardou, mas sentia que de alguma forma seria especial.

Para outros, deve ser muito estranho essa mania de nomear objetos, Hoseok pensou e fez uma careta.

- Hey? - Uma voz desconhecida deixou-o atônito, era absurdo como se assemelhava a voz de um anjo mesmo tendo um tom grave; ele nunca tinha escutado anjos antes.

- O - Oi. - Jung respondia sem jeito, ainda com os olhos baixos para o verde gramado. Não tinha coragem para olhar a face do garoto.

- Você pode olhar para mim, por favor? Vir aqui falar com você já foi uma luta interna, e eu estou começando a ficar com vergonha. - O garoto anjo disse, soltando uma breve risada.

Uma doce risada.

Jung fitou seus pés, sua bermuda jeans surrada e sua camiseta de manga longa azul, chegando ao rosto do rapaz e se deparando com seus olhos. Lindos olhos, ele pensou. - Me desculpe, eu não sei cumprimentar as pessoas sem me atrapalhar. - Hoseok sorriu sem jeito, pousando uma das mãos na nuca para disfarçar a vermelhidão em suas bochechas.

Como um simples rapaz poderia ser tão lindo?

- Taehyung. - O garoto dos cabelos loiros estendeu a mão rapidamente; talvez rápido até demais.

- Hoseok. - Viu o nervosismo do outro, sentiu vontade rir.

- Está fazendo algo muito importante, Seok? - Perguntou o menino, enquanto fitava os apontadores no chão e cadernos manchados com algo. Parecia grafite.

O moreno fez uma careta ao ouvir o encurte de seu segundo nome, mas adorou como era pronunciado pela voz do menino.

- Eu estava... Escrevendo umas coisas. - Mentiu.

Taehyung olhou nos olhos de Hoseok, como se estivesse lendo-o desde a retina até chegar em sua alma. Era desconfortável porém, ao mesmo tempo, deixava seu corpo em paz.
Taehyung desceu os olhos ao corpo de Hoseok, como se procurasse algo proibido e secreto.

Achou.

O tecido do casaco preto nas mangas dobrava-se até a marca do cotovelo, revelando a pele de Hoseok, que apesar de morena estava destacada com os traços vermelhos falhos de sangue. Como se fosse um trilha de um caminho sem volta.

E era.

Hoseok seguiu os olhos do menino até seu corpo, logo percebendo o que chamava sua atenção. Alertou-se e tratou logo de baixar as mangas, desengonçado, fazendo seus machucados arderem com o simples atrito.

- E-eu preciso ir. - Falou afobado enquanto recolhia suas coisas, pondo de qualquer jeito em sua mochila. Não importava, ele só queria sair dali.

Colocou a mochila em suas costas e evitou olhar o garoto, já sabendo que o mesmo o repreenderia com os mesmos olhos que o moreno achara bonito. Era difícil ser frequentemente julgado.

Taehyung, por outro lado, não conseguiu impedir o mais velho de ir embora. Apenas o observou sumir de cabeça baixa entre as árvores do parque. Kim subiu as mangas longas da camisa de tecido azul que usava, e viu as cicatrizes do que havia feito noite passada.

Ele entendia Hoseok.

Ele sabia como era se sentir julgado.

Ele também estava machucado.

E agora, Taehyung queria ajudar.