Prólogo

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Eu o amei desesperadamente, demasiadamente. Infelizmente, devido a uma enorme diferença de classes sociais fui proibida de vê-lo. Meus pais não aceitavam o fato de eu ser vista com pessoas da zona sul da cidade, onde ficavam os menos favorecidos.

O conheci por acaso, em uma sorveteria quando saia apressada da sorveteria e esbarrei nele, sujando-o todo com meu sorvete. Após um longo pedido de desculpas ele insistiu em me pagar outro sorvete. Foi amor à primeira vista. Conversamos por horas enquanto passeávamos pelo parque. Estava bem vestido, usava uma camisa gola polo azul marinho, calça jeans e um tênis.

E o perfume? Era ma-ra-vi-lho-so! Aquele garoto era um deus grego, uma escultura perfeita.

Os meus dias passaram a ser mais coloridos com a presença dele e eu até esquecia o inferno que era a minha casa. Aproveitava ao máximo os nossos momentos juntos, pois eu tinha um pressentimento de que aquilo não duraria muito.

Quando meus pais descobriram e me proibiram de vê-lo, passamos a nos encontrar as escondidas. Todos os dias, ele entrava pelos fundos da minha casa, sem ser visto, e ficávamos namorando no depósito de coisas velhas. E foi ali que me entreguei a ele.

Uma semana depois fomos descobertos. Maldito vizinho fofoqueiro! Argh! E então, meus pais me despacharam para outro país. Nunca mais o vi, ou tive notícias depois daquele dia.

Hoje, treze anos depois, ainda o levo em meu coração, em meus pensamentos. Poderia pagar um detetive e ir em busca do meu grande, verdadeiro e único amor, mas a megera da minha mãe havia prometido mata-lo caso o procurasse. E esse era o meu maior medo. Eu sabia perfeitamente do que Sílvia era capaz de fazer.

Então mantenho esse amor a sete chaves e tento, sem sucesso, esquecê-lo. Mas um amor verdadeiro sempre será eterno. O relacionamento pode até acabar, mas o sentimento jamais desaparece por completo. Um amor verdadeiro é aquele que resiste ao teste do tempo e a distância.

Anahí Giovanna Puente Portilla

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