Capítulo Dois

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Sílvia saiu da casa rosa soltando fogo pelas ventas. Após Anahí expulsá-la da casa, ligou imediatamente para o advogado da família em busca de uma solução. Apesar de saber que não tinha direito algum sobre a fortuna da filha enquanto a mesma estivesse viva, não poderia jamais aceitar isso. E pioraria se a filha descobrisse o que ela fez anos atrás. Flávio, o advogado informou que Anahí dispensou seus serviços e lhe entregou uma cópia dos papéis onde tirava todos os poderes de Sílvia sobre sua fortuna, deixando a ela apenas cinco milhões de reais. Inconformada com tão pouco, o que ela descreveu como esmola, Sílvia foi ao aeroporto em busca de informações sobre o paradeiro da filha.

- Ingrata, maldita, petulante, mal agradecida. – murmurava enquanto dirigia pela avenida. – Você vai pagar caro por isso Anahí.

Estava tão irritada que avançou o sinal vermelho, e por pouco não ocasionou um grave acidente. Sílvia riu ao olhar pelo retrovisor. E um pensamento maquiavélico passou pela sua cabeça.

- Não seria nada mal, ficaria milionária e feliz. E em frente as câmeras teria que usufruir de meus dotes artísticos. – falou consigo mesma e gargalhou alto.

Estacionou o carro e observou alguns repórteres em torno de um guichê de informações. Na certa estavam ali por Anahí, ou algum outro artista. Porém acreditava firmemente que era pela filha, devido ao enorme sucesso que fazia ali em Miami.

Pôs um óculos escuro na cara, empinou o nariz e caminhou em direção a um guichê. Ao vê-la alguns repórteres correram ao seu encontro.

- Boa tarde Sílvia! Por gentileza, algumas palavrinhas.

- Para onde sua filha foi?

- Ela tirou férias novamente?

- É verdade que ela está namorando?

Sílvia rolou os olhos. Como Anahí os suportava? A mulher olhou-os feralmente, deu de ombros ignorando as perguntas e saiu caminhando. Insistentes foram atrás em busca de respostas. Parou, girou e os encarou. Pensou em difamar Anahí, fingindo-se de vítima, porém Anahí tinha uma legião de fãs a seu favor e poderia apanhar na rua caso descobrissem a verdade. Então sorriu falsamente, retirou o óculos e suspirou.

- Sinto muito não poder passar essa informação, meu docinho pediu sigilo total. – falou melosamente, sorriu para os repórteres, os quais ela queria estrangular, os detestava - Ela necessita de privacidade, e merece um descanso. Se me dão licença, eu preciso fazer meu check- in.

Recolocou o óculos, girou o corpo e praguejou mentalmente. Voltou a caminhar, aproximou-se de um segurança e cochichou algo. O homem de terno foi em direção aos repórteres e apontou para a porta. Por cima do ombro Sílvia observou a cena e sorriu triunfante. Deu duas batidinhas sobre o balcão e a moça que conversava com a amiga lhe sorriu.

- Em que posso lhe ajudar?

- Poderia me informar para onde minha filha preciosa foi? Nós discutimos ontem e queria ir ao seu encontro e fazer uma surpresa.

- Sinto muito, mas não posso lhe passar essa informação.

- Ela é minha filha.

- Anahí nos fez assinar um contrato onde jamais passaríamos informações sobre seu destino de viagens. Independente de quem perguntasse.

- Maldita! - grunhiu batendo sobre o balcão.

Silvia andou de um lado para o outro e estalou os dedos ao ter uma ideia.

- Acredito que está na hora de eu fazer uma visitinha ao meu querido amigo Alfonso. - sorriu e gargalhou, fitou a mulher do guichê - Por favor, me dê uma passagem para Acapulco. – pediu e jogou as chaves do carro sobre o balcão – Vou ficar alguns dias por lá, então sugiro que cuidem muito bem do meu carro.

A atendente apenas assentiu contendo a vontade de mandar aquela mulher para o inferno. Anahí era totalmente o oposto da mãe. Sempre sorridente tratava todos gentilmente. Já Sílvia sempre mantinha um ar arrogante e pose de superioridade.

Em Acapulco, Luna e Maite curtiam a praia. Sempre muito falante Luna aproveitava ao máximo os dias com a tia e lhe fazia mil perguntas sobre meninos, técnicas de conquista e sobre beijos. O telefone de Maite tocou e ela não reconheceu o número. Prontamente atendeu e deu um gritinho ao descobrir quem era. A morena saiu basicamente correndo deixando a sobrinha sozinha na praia. Luna observou a tia sumir de seu campo de visão. Por sorte conhecia toda a cidade de ponta a ponta e era acostumada a andar sozinha pelas ruas. Novamente o dia das meninas fora interrompido por um ficante da tia.

Na velocidade da luz Maite chegou em casa e trocou de roupa. Em menos de uma hora estava no lugar marcado, vestindo o uniforme do hotel. Olhou-se no espelho feliz da vida por conseguir seu primeiro emprego. Foi até o saguão e estranhou o movimento, todos pareciam apressados, preocupados.

- Que vuco vuco é esse? - Maite perguntou para uma das camareiras que estava ao seu lado.

- É por causa Da tal da atração surpresa do festival. Ninguém sabe quem será, mas dizem que vai abalar as estruturas.

Maite deu de ombros e rolou os olhos.

- Espero que seja alguém gentil e que tire fotos conosco né?

- Você – um homem de cabelos negros, Oscar, apontou para Maite - Prepare o quarto 406, tem de estar impecável para receber nossa convidada vip. 

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