Há apenas alguns quilômetros do hotel, Maite assistia o noticiário boquiaberta e perplexa pela forma que falavam de Anahí. A morena não acreditou na imagem que viu na televisão: Anahí em meio à multidão e parecia sussurrar coisas inaudíveis.
Luna, que havia faltado aula naquela manhã e estava trancada no quarto, desceu lentamente as escadas a fim de evitar a tia ou o pai a interrogando. E também havia milhões de coisas em sua cabeça e bastaria alguém pronunciar o nome da mãe, que desabaria em lágrimas. Foi até a cozinha e agradeceu por não ter ninguém, serviu um copo de suco e refez o caminho de volta para o quarto, porém quando ia começar a subir as escadas, a voz da tia lhe chamou atenção.
- Seus idiotas mentirosos! – gritou - Vocês nem a conhecem para falar esse monte de asneiras! Ridículos! – a morena xingava olhando para a televisão.
Com quem a tia falava? Porque xingava tanto? Curiosa, foi até a sala e viu a imagem da mãe na televisão. O copo de suco foi ao chão chamando atenção de Maite.
- Luna? Não acredita no que esses imbecis falam! – a morena disse – É tudo mentira, só querem audiência.
Luna não tirava os olhos da televisão. Anahí em meio à multidão, ajoelhada, parecia estar transtornada, fragilizada. Com que direito falavam tanta besteira difamando-a? Se soubessem tudo o que teve de passar, com certeza não estariam falando tantas besteiras. As lágrimas caiam pelo seu rosto e Maite a observava minunciosamente. Receosa, deu dois passos em direção a sobrinha que deu três para trás, correndo para o quarto. Maite foi atrás preocupada, na esperança dela não trancar a porta, respirou aliviada ao ver que estava entreaberta.
A menina sentou sobre a cama, abriu a gaveta do criado mudo e retirou uma foto da mãe e a abraçou. O barulho da porta abrindo chamou atenção da menina e ela fitou a tia.
- Porque eles fazem isso com ela tia Mai? Por quê?
- Esse mundo é cheio de pessoas más que apenas pensam neles mesmos. – a morena falou indo até a menina, sentou ao seu lado sobre a cama - Nenhuma dessas pessoas está preocupada se ela está triste ou não, apenas querem jogar mentiras na mídia. É horrível o que fazem com a imagem de pessoas públicas sem saber os dois lados, apenas publicam e querem lucros sobre aquela notícia. – explicou e Luna olhou para a foto da mãe, Maite sorriu – Você é a cara dela, se parecem em tudo. – falou soltando um riso pelo nariz. Luna deitou no colo da tia, esticou os braços olhando para a foto. Maite acariciou os cabelos da menina. – Você tem uma mãe incrível, maravilhosa Luna, essa é a única verdade. – a morena falou, sorrindo. O pouco que havia estado com Anahí, sentiu que era uma mulher com um coração enorme, vitima da crueldade de uma pessoa má que se dizia ser sua mãe.
Maldita imprensa que do dia para a noite passou a difamar a popstar que tanto bajulavam. Mal sabiam eles o que havia por trás de todo aquele comportamento de Anahí.
Maite e Luna ficaram conversando por um bom tempo sobre Anahí, até a morena receber a ligação de Alfonso para saber da filha. Maite tranquilizou-o dizendo que a menina estava bem, tentou fazer com que Luna falasse com o pai, mas ela se negou. Ainda estava profundamente magoada com o pai por ele ter mentido sobre a mãe durante anos.
- O que ele disse? Ela está bem? – Luna perguntou assim que a tia desligou o telefone.
- O dia não foi fácil, mas está mais calma agora. – tranquilizou-a – E seu pai disse que tem uma surpresa para nós duas.
- Dói demais pensar que ela está triste, meu coração fica todo destroçado. – Luna disse angustiada. – Eu quero abraçá-la, dar todo meu amor e carinho. A amo tanto, é algo que cresce dentro de mim de uma forma assustadora.
- Isso se chama amor incondicional.
- Só não entendo porque não veio falar comigo. – a menina disse chateada -Será que ela não quer saber de mim?
- Nunca mais repita isso! – Maite bronqueou – Aquele hotel está lotado de urubus aguardando o próximo passo dela. Com certeza está esperando uma distração deles para conseguir sair do hotel.
A tia tinha absoluta razão. Com certeza a mãe estava aguardando o momento certo para agir. E além do mais a noite haveria um show o qual Luna sonhou poder assistir durante anos. Por nada nesse mundo perderia essa oportunidade de tietar a sua diva, sua ídola. Apesar de que agora a via com outros olhos: ela era a sua mãe, aquela mulher que a colocou no mundo. Era fruto de um grande amor, de uma história linda e triste, digna de um filme, com direito a bruxa má.
- Você está com os ingressos? Porque eu quero ir ao show da minha mãe.
- Tem certeza Luna?
- Absoluta. – a menina falou com firmeza, sorriu para a tia - Se Maomé não vai até a montanha, a montanha vai até Maomé.
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Maktub - Mini
FanfictionEles se apaixonaram quando adolescentes e, juntos, viveram os melhores meses de suas vidas. E do nada a vida de ambos virou de pernas para o ar. Alfonso teve de se adaptar a sua nova realidade e Anahí a uma vida de superstar. Um amor adormecido repl...