Capítulo 8

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Quatro dias depois...

Acordo às 6h30 atormentada e com dor de cabeça, tive mais um pesadelo terrível e confuso. Dessa vez foi com muitas brigas, fotos enormes voando sobre mim, sexo, cartas de demissão, muito sangue e morte. Tomo um banho quente e tento me acalmar, engulo duas pílulas para dor de cabeça e luto contra a vontade de me jogar na cama, e dormir pelos próximos dez anos. Estou precisando de férias.

Chego na empresa e encontro na recepção, a cobra peçonhenta em forma de recepcionista, meu Diretor Devasso e outros funcionários. Leandro me olha sorrindo, se aproxima discretamente e diz quase sussurrando: — Você está linda, meu amor.

De imediato um delicioso arrepio percorre todo o meu corpo e sorrio satisfeita internamente. Marta me observa de cima a baixo e depois olha para o Leandro, com o sorriso cínico e diabólico de sempre, finjo que não entendi a provocação. Cumprimento a todos cordialmente e sigo para minha sala, não posso demonstrar fraqueza nesse momento tão crítico.

Gostaria de saber se o Leandro e a Marta já conversaram sobre a nossa situação complicada. Ele é muito astuto e inteligente, sei que não vai se deixar prejudicar por uma mulherzinha medíocre e invejosa. Por mais intrometida que ela seja, não creio que tenha coragem de enfrentá-lo e fazer chantagens como fez comigo. Ela é ambiciosa, mas não é burra, sabe bem que ele pode prejudicá-la facilmente e preciso usar esse trunfo a meu favor.

Estou terminando de organizar uma agenda, quando recebo uma mensagem do Israel, ele quer falar comigo com urgência. Sinto um frio na barriga temendo os rumos dessa conversa, considerando o gelo que me deu nesses últimos dias, com certeza ele já deve saber de tudo.

Me concentro novamente no trabalho e sou interrompida pela Débora, que certamente virá com indiretas. Mas hoje não vou engolir piadinhas e nem provocações dela, estou decidida a não perder essa briga.

— Bom dia Suzana! Você viu o Israel?

— Bom dia Débora! Ele deve estar no setor de montagem e produção, que é onde trabalha todo dia. Por que?

— Nada não, só queria saber se...

— Saber o que Falsiane? Vamos, diga logo o que quer, vá direto ao ponto!

— Calma Suzana, só queria saber se ele já entregou as planilhas.

— Chega de falsidade Débora, a sua máscara já caiu há muito tempo. Sei muito bem que você e a Marta andam armando contra mim, mas não vou deixar que me prejudiquem.

Minha assistente muda de cor e me olha espantada, ela não esperava por isso. De agora em diante vou agir assim, atacar antes que me ataquem.

— Não vai dizer nada Débora?

— Deixa ele em paz?

— O que? — respondo confusa.

— Deixa o Israel em paz, você nem gosta dele. Só quer se divertir.

— Isso é o cúmulo da cara de pau garota!

— Não, essa é apenas a verdade, eu o amo e amo muito, mas você não tá nem aí pra ele.

— Não é bem assim querida, eu adoro ficar com ele e é recíproco.

— Mas sou eu quem ama ele de verdade, entenda isso.

— E você entenda que ele não te quer mais. Tenha mais amor-próprio criatura, pare de se humilhar. Ah, e só para você saber, ele me pediu em namoro, e estou pensando seriamente em aceitar.

Paixões Caóticas/Trilogia Intensos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora