Na manhã seguinte acordei com uma enxaqueca terrível, ainda estava no quarto da boate. Um pouco sonolenta notei que não era a única no lugar, João está sentado na beira da cama.
– Você gosta de dormir! – Falou arrumando a pulseira do seu relógio.
– Que horas são?
– Onze horas da manhã.
Ai não! Me levantei da cama em um pulo.
– Há quanto tempo você está aqui? Por que não me acordou? – Questionei nervosa.
– Estou no quarto a exatamente meia hora, você estava roncando.
– O que? Eu não ronco, seu idiota! – Argh!
– Ronca, lembra até um elefante.
Peguei o travesseiro e lancei com força nele, João se protegeu com os braços.
– Eu preciso ir trabalhar. – Corri até o banheiro, ficando estática ao ver meu reflexo no espelho. Estava muito pálida, com o rosto e os olhos inchados. Às olheiras monstruosas, nem mesmo a maquiagem mais cara do mundo pode melhorar a minha fisionomia. Eu não posso trabalhar tão abatida, então fiz as minhas higienes matinais e voltei a deitar na cama. Pharrell, o que você fez comigo?
– Narah? Qual é o problema? Eu deveria estar no meu consultório e não cuidando de uma mulher adulta.
– Você só sabe reclamar? Eu estou passando por um momento difícil. Sei que no mundo existem várias e várias pessoas com problemas piores, só que isso não muda o que fato de que estou sofrendo, que meu coração está partido. Meu ex-marido me humilhou na frente de todos, principalmente da sua nova amante e você acha que é fácil? Estou acabada.
– Realmente está acabada, precisa se alimentar. Levante dessa cama e vamos sair da boate, eu já paguei a sua estadia. – João retrucou desinteressado no meu drama. Arfei em protesto, mas o acompanhei ao perceber que estava com muita fome.
Ele me levou em um café próximo ao meu restaurante, conheço o atendimento do estabelecimento e amo as torradas e a porção da casa. Comemos em silêncio. Estava ficando constrangida não só por estar vestindo um roupão preto e usando um tênis de passeio, mas porque João não demonstrava nenhum interesse em trocar uma palavra comigo.
– Amo esse café, essas torradas são maravilhosas! – Falei para incentivar uma conversa.
– Melhor que o cardápio que oferece aos seus clientes em seu restaurante?
O meu corpo queimou de raiva com a provocação.
– É importante para um grande empresário, seja em qualquer ramo que atua, respeitar e saber admitir quando um concorrente é bom. – Falei com todo meu profissionalismo, no entanto, João gargalhou enquanto limpava a boca com um papel toalha.
– Então um inofensivo café, pode ser considerado um concorrente para a exuberância do Restaurante Le’Biran.
– Exuberância? Era uma provocação? Porque fiquei lisonjeada. – Rebati sorridente. – Onde fica seu consultório?
– Em um prédio ao lado do Salon de Thé, nessa mesma avenida. – João explicou e completou: – É próximo do seu restaurante também, por esse motivo quando estou com a minha agenda cheia almoço ou janto no Le’Biran.
– Nunca fiquei tão próxima de um cliente, se é que me entende. – Gracejei, tirando um riso do garoto de programa. Foi nesse momento que criei coragem para perguntar mais sobre ele. – Como é o mundo da prostituição? A indústria do sexo vale a pena?
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O meu Garoto (DEGUSTAÇÃO)
ChickLit🚨 Livro disponível na Amazon 🚨 Aos 27 anos Narah Welkyn acabou se divorciando do seu marido, um casamento de 6 anos que foi perdido graças a vida monótona que levavam. Sempre muito determinada, conquistou uma vida luxuosa, mas perdeu o homem que d...