O meu Garoto (DEGUSTAÇÃO)

Capítulo 15 - Alessandro

Acordei com o meu celular tocando, não pode ser… Que horas são? Sonolento, procurei o aparelho em meio às cobertas. Que cacete! Será que as pessoas não têm noção? São sete horas na manhã, atendi a ligação sem ao menos olhar a identificação da chamada.
 
– Alô! – Resmunguei.

“PARABÉNS! FELIZ ANIVERSÁRIO.”

Senhor tende piedade!

– Narah, são sete horas da manhã.

“O dia está lindo. Se levante, tome um banho e me encontre no meu apartamento. Tenho uma surpresa.”

– Eu odeio surpresas a essa hora da manhã!
 
“Alessandro hoje é seu aniversário, por favor.”
 
– Será meu aniversário até a meia noite, poderia ter me ligado às duas horas da tarde ou em outra vida! 

“Meu Deus, quanto mal humor.”

– Como acordar sorrindo às sete horas da manhã, com uma Smurf gritando no meu ouvido?

“Alessandroooo!”

– Estou levantando, até daqui a pouco.

“Tchau, até."

Narah WelKyn Le'Biran é uma mulher maravilhosa e cheia de qualidades, uma pessoa que me inspira. Nela encontro carinho, cumplicidade e compreensão. No entanto, sou um homem fechado a sentimentos e não posso ousar me entregar da mesma maneira que ela está disposta.  Depois de um banho e um café da manhã reforçado, dirigi até edifício em que mora. Quando cheguei no seu apartamento a mulher estava eufórica e belíssima, com um vestido floral acinturado. O seu perfume adocicado embriagador pairava ao seu redor.

– Comprei um presente para você! – Disparou pegando uma caixa em cima do sofá.

– Humm Humm!
 
– Alessandro, aniversários são tão legais.

– Não é legal ficar velho, – Rebati, a fazendo franzir o nariz ao concordar com a cabeça. – mas obrigado pelo presente!

Peguei a caixa da sua mão e um sorriso iluminou seu rosto. Dentro da caixa havia um conjunto de pulseiras masculinas, de uma marca de grife conhecida na França.

– Para você usar com seus relógios, vai ficar lindo! Como gosta de um vestuário mais básico e despojado, achei que talvez fosse gostar. Um item pequeno, que pode dar todo charme a um visual masculino.

– Gosto de relógios, então é meio óbvio que vou gostar de pulseiras. Obrigado. – Confessei com um sorriso.

– Você gostou meeesmo? – Se aproximou e segurou com firmeza na minha camiseta.

– Sim, é claro.

Ela ficou nas pontas dos pés para tentar alcançar meus lábios, então inclinei meu corpo para beijá-la.

– Agora vamos à surpresa, – Em um movimento rápido pegou a chave do meu carro. – eu vou dirigir.

– O meu carro? Nunca, me devolva a chave!

– Não, não e não.

– Ninguém dirigi meu carro. – Falei advertindo, mas Narah gargalhou pegando a sua bolsa.
 
– Eu não sou ninguém, na verdade, ainda estou tentando descobrir em que parte da sua vida me encaixo.

Também estou tentando, você não faz ideia do quanto.

– Não vou ganhar essa discussão, né? – Mordeu o lábio inferior contendo o sorriso ao negar com a cabeça. – Está bem, você venceu.

– Ah, perfeito!

****

Estou nesse exato momento parado em frente a um pequeno sobrado comercial, contendo dois andares e pequenas mesas na calçada. Narah estava apreensiva enquanto ligava o alarme do carro.