15. Segredos, lembranças e medo

1.6K 136 373
                                    

O céu estava nublado

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O céu estava nublado. Faço a menção de respirar no entanto sinto que o ar não invade os meus pulmões, como se naquele momento eu estivesse morto, assim como Derek. Ao redor do seu corpo que agora, estava dentro daquela grande e escura caixa funerária, as pessoas vestidas de preto davam seu último adeus, próximo de nós estavam a srt. Lodge, ela chorava pela morte de seu segundo filho - Jasper era envolvido com tráfico de drogas.
Observo a minha volta, um imenso e esverdeado gramado se estende, sua tonalidade foi mudada pelo clima, fileiras de lápides seguiam-se próximo dali e eu nunca tinha imaginado que algum dia todos iriam terminar ali, com areia sobre nossos corpos como se nossa vida não passasse de um pequeno flashback que havia acabado, como se nunca tivéssemos existido, penso que eu poderia melhorar, viver melhor minha vida, aproveitar, mas ao invés de muitos estou prestes á enlouquecer. Meu coração se aperta e meus olhos apenas lacrimejam, tento sentir algo mas não consigo, minha cabeça gira em torno de um único pensamento:
Derek morreu por minha culpa.

Apesar de não terem conseguido um resultado exato do que acontecera á Derek, nos disseram que foi algum tipo de problema cardíaco, talvez um infarto, no entanto eu sabia o que havia acontecido, aquela mancha escura em seu braço era a pista, é daquele momento por diante me senti responsável por cada lágrima derramada.

Adrian Darkness, apesar de estar bem longe de mim nesse momento, mantém a sua palavra, atormenta-me, faz da minha vida um inferno, se eu não tivesse ido passar aqueles míseros dias na mansão... Engulo em seco ao ver o caixão descendo diretamente á cova, lembro quando éramos pequenos e brincávamos juntos, o meu primeiro beijo, seu jeito tímido de se expressar, o cheiro que seu corpo exalava entre nossos carinhos e principalmente a sua voz, nunca esquecerei os "Eu te amo" que melhoravam até os piores dias.
Você venceu Adrian, aos poucos está destruindo minha vida.

- Will? Querido? - a voz da minha mãe me assusta e então percebo que já estou aos prantos, tento dizer algo entre os soluços mas não consigo, de repente sou envolvido pelos braços da minha mãe, meu coração está despedaçado, perdi hoje meu primeiro amor.

A chuva cai mais forte assim como as lágrimas, o silêncio mórbido e abafado sobre os gemidos de dor, a saudade e angústia, tristeza e ódio, ódio pelo monstro que causou tudo isto.
Após o enterro, voltamos para nossas casas, tentar voltar a rotina, mesmo sabendo que eu não iria conseguir. Subo direto para o meu quarto e me deito, lá fora a chuva cai, como um sinal do que logo viria. Respiro fundo e fecho meus olhos, minha consciência pesa, eu estou exausto.

Escuridão, o silêncio ecoa entre o vazio e não é possível ver, ando, procuro por algo, uma luz talvez, no entanto parece que não saio do lugar, como se eu estivesse preso ali. Rápido como um raio, um raio avança e de repente estou na casa abandonada.

Ouço passos rápidos, como se houvessem pessoas correndo, caminho um pouco e então encontro uma garotinha ruiva, ela parece me observar no entanto segue pelo corredor, atrás de si uma garoto maior segura o menor em seus braços, ele tenta correr o mais rápido que pode no entanto o peso impede, meu coração dispara quando tal vira-se para mim, seus olhos esverdeados fazem meu corpo se arrepiar e o rosto do menor me deixa boquiaberto, sou eu, lembro-me que desmaiei no meio do caminho.

Darkness Onde histórias criam vida. Descubra agora