Coisas Estranhas

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— Bem, vamos subir então? Tenho certeza de que estão ansiosos para conhecer o apartamento. — Disse Jerry.

— Ah, demorou! — Responderam todos, em uníssono. Ao perceberem isso, começaram a rir. Era estranho como pessoas que se conheciam há tão pouco tempo pudessem se identificar assim, de repente... porém havia alguém que estava estranhamente séria: Thereza.

— Querido, tem certeza que arrumou tudo? Nenhum risco de acidentes, ou sustos? — Cochichou a mulher.

— Bem, fizemos nosso melhor. Agora não tem como evitar que subam.— Respondeu o outro.

— Ok, então.

— Er, crianças, venham comigo! – Chamou, Jerry.

Max saiu correndo pelas escadas à frente do senhor Russo. Harper, tentando impedi-lo, acabou fazendo a mesma coisa, e quase esmagou o pobre homem contra o corrimão. Quando ele se recompôs, começou a subir lentamente os degraus e Alex e Justin o seguiram. Contudo, Alex estava com uma dificuldade absurda para puxar suas malas, pois estas eram de rodinha e travavam a cada degrau. Como o rapaz só levava uma pequena bagagem de mão, instantaneamente pegou a alça das mochilas da mão dela e falou:

— Deixa que eu te ajudo. Segura aqui a minha que é mais leve.

Nisso, levantou as dela com os braços e seguiu subindo. A garota observava abismada, enquanto ele subia, como devia ser forte para carregar aquilo tudo. Seu estereótipo certinho fazia-o parecer um cara sem muita habilidade física. Porém, justamente ao acabar de pensar isso, Alex pousou seu olhar nas mangas da camisa dele, contraídas pela posição dos braços e mostrando o contorno dos músculos tesos pela força. Ficou um instante parada, absorta, até que ele mesmo lhe acordou do breve pensamento:

— Como é, não vai subir? — Falou rindo um pouco.

Percebendo então o que tinha acabado de fazer, ela subiu as escadas correndo.

— Alex, você acabou de conhecer esse cara! Vai com calma! Ai, que vergonha! — Pensava consigo.

Chegando lá em cima, todos os demais já estavam em pé em frente à porta, enquanto o mais velho pegava as chaves.

— Vou abrir com a minha por enquanto, mas as três cópias que ficarão com vocês já devem estar prontas amanhã de manhã, no chaveiro aqui em frente. Já deixei tudo pago, então, é só pegar com ele depois.

Lentamente, Jerry abriu a porta, observando lá dentro, num primeiro momento. Depois, escancarou-a de vez para deixar que os demais entrassem.

— Ah, ufa! Deixa eu entrar logo, vai! — Exclamou Alex abrindo espaço para passar. De repente, sentiu um braço detê-la de leve.

— Vem cá, só eu que achei isso esquisito? — Falou Justin, ao ouvido da garota.

— O quê?! — respondeu surpresa, enquanto continuava a andar e ele a seguia.

— Meu padrinho demorando para abrir. Parecia que estava procurando por alguma coisa. Também notei que a dinda ficou bem apreensiva e cochichando com ele algo antes de subirmos. – Disse, ligando os pensamentos.

—Ah, é isso? Relaxa, não precisa ficar bancando o detetive, não deve ser nada.

Porém, assim que entraram, coisas muito estranhas começaram a acontecer. Para começar, uma crise de tosse tomou conta dos novos moradores.

— Meu Deus, o que tem aqui?! Cof, cof! — Exclamou Harper.

— Cof! Cof! Se eu conseguisse abrir os olhos, te respondia. Cof! Mas minha visão sempre fica embaçada quando tusso! Cof! Cof! — Respondeu Justin.

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