Capítulo 16

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N/A: Hey, era só para dizer que não vou poder escrever durante a próxima semana por isso não vai haver nenhum update durante esse tempo. Espero que este compense e que gostem. B-bye cuties <3 Enjoy!

   As aulas nesta escola eram tão secantes. Bem, não me importo com o facto de ter de aprender alguma coisa, mas parece que os professores fazem de propósito para que os alunos odeiem a escola. A aula em que estava neste momento era o perfeito exemplo disso. Matemática. Achava os exercícios bastante fáceis, mas a partir do momento em que o professor, que ainda não me tinha dado ao esforço de decorar o nome, abria a boca para articular palavras sobre isso, era a pior coisa de sempre. A maioria do tempo passava a desenhar ou a pensar no Vic. Ultimamente tenho dado por mim a olhar para o vazio a pensar nele. Depois da tarde de ontem comecei a pensar se deveria contar-lhe sobre o meu passado e o que tem acontecido, mas a minha mente dizia para não o fazer, quando o meu coração implorava para que o fizesse.
   O som da campainha tirou-me dos meus pensamentos e com isto levantei-me e dirigi-me à cantina com o Tony e o Jaime. Sentei-me ao lado dos irmãos Fuentes que já estavam a comer, enquanto os outros dois foram buscar comida.
   "Não vens Kell?" Disse o Jaime
   "Não, vão vocês." Respondi com um pequeno sorriso e eles foram para a fila.
   "Porque não? Tens de comer alguma coisa." Interviu o Vic, preocupado.
   "Não tenho fome." Olhou para mim de forma estranha, mas não tocou mais no assunto.
   O Jaime e o Tony acabaram por voltar e passámos a falar de música, o que era fantástico, visto que temos todos gostos bastante parecidos.
   Num instante, mais uma vez a campainha irritante soou e eu e o Vic fomos juntos para a aula. Esta nem era tão má, mas continuava a ser secante. A diferença era o facto de ter o Vic ao meu lado. Passados 10 minutos de a professora ter começado a falar de alguma coisa que não tinha interesse nenhum, o Vic mandou-me um papel dobrado em quatro, porque nesta aula se alguém falasse, tinha um sermão de 3 horas (apesar da aula ter 50 minutos). Abri o papel e dizia:
   -Queres faltar à próxima aula e ir a algum sítio?
   Nunca pensei que o Vic tivesse um lado rebelde, mas pelos vistos nem tudo o que parece é. Peguei numa caneta e respondi-lhe.
   -Não vamos levar falta ou assim?
   Quando viu o que eu tinha escrito, vi-o pelo canto do olho a rir um pouco. Adorável.
   -Ahah nem por isso. O professor nem sequer sabe o nome dos alunos.
   Tive de pôr a mão à frente da boca para evitar o riso que pedia para escapar da minha garganta. Como a professora começou a olhar para nós os dois como forma de aviso, por nos estarmos a rir, acenei que sim ao Vic como resposta à sua pergunta inicial e passámos assim o resto da aula. Cada vez que olhávamos um para o outro, não conseguiamos evitar pelo menos o sorriso que fazia o seu caminho para as nossas caras.
   Quando a professora deu a aula por terminado, o Vic levantou-se rapidamente, pegou na minha mão e arrastou-me para fora da sala, literalmente. Levei um momento para conseguir registar o que estava a acontecer. O Vic estava a dar-me a mão! O seu toque provocava-me aquelas tais borboletas.
   Quando chegámos ao que parecia ser os nossos cacifos, para minha insatisfação, ele largou a minha mão e esta começou a sentir-se sozinha. O Vic meteu todas as suas coisas dentro do compartimento de metal e eu fiz o mesmo, não sabendo bem para onde iamos.
   "Vamos embora, quero mostrar-te uma coisa." Sorriu.
Sabia que tinhamos de nos despachar antes que nos apanhassem a sair da escola por isso tivemos de correr e felizmente conseguimos passar despercebidos.
   "Para onde é que vamos?" Perguntei curiosamente.
   "Já vais ver. Anda."
  Memorizei tudo por onde passámos, porque tenho que começar a saber os caminhos desta cidade e ter memória fotográfica ajuda bastante.
   Passámos por algumas lojas e casas até que chegámos a um parque. Era tudo tão bonito. As árvores tingidas de cor de laranja e castanho. Mesmo estando calor notava-se que era Outono. Havia um caminho bastante longo vedado por árvores, como aqueles que se vêm nos livros, com bancos aqui e ali. Viam-se algumas pessoas a ler ou simplesmente a apreciar a beleza deste lugar. Ouvia-se o som dos pássaros a cantar e a brisa que passava entre as folhas. Acho que me perdi um bocado com este sítio magnífico porque ouvi o Vic a chamar-me. Virei-me para ele e vi-o a ir em direção a uma fila de árvores e plantas. No ínicio fiquei confuso, porque não dava para ver nada depois dessas plantas, por isso pensei que não havia nada para além disso. Estava tão errado. Ele afastou uns ramos com folhas enorme e o que estava por de trás era completamente indescritível.
   "O que achas?" Perguntou, corando um pouco.
   "Vic, isto é incrível." Respondi, olhando para a vista magnífica que estava diante de nós. Era um sítio pequeno e alto e dava para ver uma grande parte da cidade. Estava tudo coberto de relva e mesmo no topo estava uma árvore inclinada para o lado contrário de onde tinhamos vindo, o que impedia que nos vissem.
   Fomos até ao topo daquela pequena colina e sentámo-nos virados para a cidade. Só pensava que isto devia ser lindo de noite. Beijar o Vic de baixo de todas aquelas estrelas. Ando a sonhar muito, eu sei que isso nunca vai acontecer.
   "Hey Vic." Disse e ele olhou para mim.
   "Lembras-te de quando estávamos no meu quarto a fazer perguntas um ao outro?"
   "Sim, o que tem?"
  "Tu ias para dizer qualquer coisa, mas falámos ao mesmo tempo, eu é que falei e o resto tu sabes."
   "Sim...?"
   "O que era?" Pareceu surpreendido e nervoso com a minha pergunta.
   "Ah...nada?" Disse, mas saiu mais como uma pergunta.
  "Diz lá. Eu não mordo." Sorri um pouco. Não sabia porquê, mas com o Vic conseguia ser eu mesmo, sem ter de me preocupar com nada.
Vic P.O.V
   "Diz lá. Eu não mordo."Estava em modo pânico neste momento. Não lhe podia perguntar aquilo. Podia estar a pôr em risco a nossa amizade e eu não queria perder o Kellin. Não agora.
   "É melhor não."
   "Porquê?"
   "Porque posso perder-te e não quero isso." Decidi dar voz aos meus pensamentos.
   "O que quer que digas eu não te vou deixar. Juro." Disse, com um sorriso que me convenceu.
   "Ok." Respirei fundo. "Eu ia perguntar a tua s-sexualidade. Não estou a duvidar de ti e se não quiseres responder não faz mal."
   "Diz-me tu primeiro e talvez eu responda." Disse em tom de brincadeira, mas agora eu tinha de responder e não queria que ele me odiasse. Comecei por gaguejar e fazer uns sons estranhos, mas lá consegui dizer alguma coisa.
   "As raparigas nunca me interessaram, por isso acho que sou gay, mas nunca beijei nenhum rapaz." Disse rapidamente, fechei os olhos e susti a respiração, não sei bem porquê. Estava à espera de um murro ou de ouvir passos que significavam que ele se tinha ido embora, mas em vez disso senti um par de lábios nos meus. Lá estavam as borboletas na minha barriga. Antes que pudesse reagir, ele afastou-se um pouco, mas ficou perto ao ponto de conseguir sentir a sua respiração na minha cara. Abri um olho de cada vez, para o ver a corar bastante e eu devia estar igual.
   "Sou completamente gay." E com isto, beijei-o eu. Não sabia bem o que fazer, mas os movimentos saiam naturalmente. Senti-o a sorrir contra os meus lábios e não pude evitar senão fazer o mesmo. Neste momento não eram só borboletas que sentia, mas sim o zoo inteiro. Pela primeira vez, em muito tempo, sentia-me feliz.

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