Ois, menines,
Capítulo não revisado, perdoem os prováveis erros :3
Boa leitura, até mais 0/
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[Tyler Devon]
O tédio lhe consumia, já estava a incontáveis minutos encarando o teto, deitado em sua cama. As horas não passavam e, ainda que passassem, não havia muito o que ser feito.
Suspirou entediado.
Sua mente começou a maquinar, pensamentos desconexos e aleatórios se formavam, até que os mesmos voltaram-se para Pinoa. Tyler sentia falta de casa afinal, embora houvesse se habituado à sua atual realidade, não era a mesma coisa, obviamente.
Virou-se na cama, olhando sem foco para a porta fechada. Sua mãe estava bem? E Yan, havia dado tudo certo com seu último pedido à ele? Será que seu pai havia conseguido um emprego? E... a escola, quando ele foi para o CRS, não explicaram como ficaria sua situação no colégio, provavelmente iria ter de repetir o ano escolar, atrasando sua vida toda em consequência daquilo. Bufou, irritado.
Que atraso de vida ele havia atraído para si. Havia reconhecido, afinal.
Mexeu-se mais uma vez na cama, agora encarando a cômoda encostada na parede, ao lado do armário que dividia com o outro habitante do recinto. Em cima do móvel havia uma toalha de banho deixada, olhando-a, Tyler migrou seus pensamentos à Gabriel: lembrou-se que depois de onze de abril, demoraram dias para o garoto loiro voltar ao normal, e cada dia em que estava estranho, Tyler tentava animá-lo, mostrando companheirismo, "tu não tá sozinho", ele dizia e repetia. Aquela frase se tornou como um mantra, emanado do céu negro estrelado, ressoando no mar manso azulado. De um para o outro. Aqueles dias, embora tensos e complicados, serviram para aprofundar e fortalecer o vínculo que aquela estranha amizade havia criado.
Agora, no final de maio, outra frustração assolava ambos os garotos: Nas outras duas idas de Gabriel ao continente, referente à suas consultas odontológicas, ele não havia conseguido se encontrar com Jake, então tudo era uma incógnita. Os dois não sabiam nada que acontecia em Pinoa, sobre as "novidades" e suas famílias. E isso os deixava temerosos.
Com um novo pensamento aleatório em mente, Tyler seguiu viajando longe, sem ao menos sair do lugar. Até que a porta se abriu, atraindo sua atenção para a mesma. Sorriu sutilmente, como um cumprimento mudo à Gabriel.
— Vai ficar o resto de tarde todo ai? — questionou Gabriel, com uma mão na cintura, encarando o outro. A cena parecia de uma mãe censurando seu filho, o que fez Tyler dar uma risadinha, achando graça daquilo — o que foi? Tá rindo de quê? — aproximou as sobrancelhas, confuso.
Tyler sabia que o assunto "mãe" era muito delicado para o garoto, então resolveu responder apenas a primeira pergunta:
— Não tem nada pra fazer... — virou-se de barriga para cima, suspirando sonoramente, enquanto levou as mãos entrelaçadas até o abdômen.
— Credo... parece um defunto — negou com a cabeça, rindo em seguida.
Gabriel abriu o armário, mexendo em algo que Tyler não conseguia ver do ângulo em que se encontrava, porém mantinha os olhos no garoto, curioso.
— Quais os planos pra hoje? — iniciou, descendo do beliche. A pergunta era retórica, não havia muito o que se fazer na ilha e tampouco tinham muita liberdade de definir programas a serem feitos.
— O Robert tá lá na praia, vai ter vôlei agora, no auditório tá tendo palestra sobre depressão e ansiedade, — parou um pouco de procurar a bermuda que queria, virando-se para o garoto que estava sentado na cama debaixo — podemos chamar as meninas pra conversar, ou sei lá...
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Delitos (Romance Gay)
Novela JuvenilDe um lado, Tyler, seus problemas em casa e sua falta de aceitação pessoal o fazem cometer o ilícito para ajudar sua família e não ser um estorvo. De outro, Gabriel, que após uma negação passou a expor sua arte da maneira que quisesse, de forma impe...