Saí correndo em direção ao nosso quarto. Quando cheguei lá, Luna e Amber tentavam consolar Krystal, que ainda não tinha parado de chorar. Victoria entrou logo atrás de mim, fechando a porta.
- ME DÁ UM ÚNICO MOTIVO PRA EU NÃO QUEBRAR A SUA CARA, KRYSTAL. SÓ UM! - eu gritei, mal me reconhecendo. O que eu estou fazendo? Novamente sinto como se eu estivesse observando a situação de fora. A Krystal ficou me olhando com aqueles olhos de quem estava chorando muito. Eu sentiria pena dela, mas no momento, eu estava lançando os mesmos olhares que ela lançava para mim, quando eu não sabia o motivo dela me odiar.
- Você tá louca, Sulli? - ela falou, com uma voz de inocente - Do que você está falando?
- Ah, por favor, Krystal, não se faça de inocente. Comigo não cola mais - eu falei. Vi de canto que a Victoria ia direção à cama dela para se sentar. A Luna e a Amber foram saindo de perto da Krystal, indo em direção à cama da Luna, para se sentarem também. A Krystal continuou me olhando com aquela cara de inocente.
- Olha, Sulli, eu estou passando por um momento muito difícil agora...
- AGORA? - eu gritei. Ela ficou me olhando, impassível - você está passando por um momento difícil agora? Eu estou passando por momentos insuportáveis desde o dia em que eu te conheci, Krystal - eu me mexia incontrolavelmente - você nunca escondeu que me odeia desde aquele dia, quando nos vimos no corredor da escola. Primeiro, eu achei que você era só arrogante, e que conforme nos conhecêssemos, isso passaria. Mas não: quanto mais eu me dava mal, mais você ficava feliz. Qual é a sua, afinal de contas? O que você tem contra mim? - quando ela ia abrir a boca para responder, eu a interrompi - eu sei, Krystal. Você tem contra mim o fato de que o Minho tinha me escolhido muito antes de me conhecer. Me escolhido, Sulli, não a você, Krystal. Por isso você me odiou desde o começo, não é? - eu parei de falar. Eu provavelmente estava muito vermelha. Eu tremia de raiva, de frustração, de tudo. O clima estava pesadíssimo; as meninas não falavam nada, só assistiam a tudo. A Krystal jogou a almofada que ela estava segurando para o lado e se levantou. Com o dedo apontado para mim, ela iniciou sua réplica:
- Você não tem o direito de falar nada sobre mim nem sobre o Minho, garota. Ele é meu desde sempre, você é que veio se intrometer na NOSSA história, minha e dele. Você não tem o direito de ficar com ele, EU tenho - ela gritava.
- Primeiro, não fica apontando esse dedo para mim como se você fosse superior aqui - peguei o dedo dela e coloquei para baixo com um puxão - eu não preciso discutir com você sobre o Minho, Krystal. Quem vai decidir é ele. A questão aqui é que estou cansada de ser intimidada por você, não importa se é por causa do Minho ou por qualquer outra coisa. Você boicotar minha relação com o Minho foi a gota d'água. Você é mesquinha, fria, calculista e egoísta. Você não vê que somos uma equipe aqui, um grupo? Se alguém do grupo está mal, devemos nos ajudar, não nos boicotar. Se você não se importa com o seu trabalho ou com o meu trabalho, beleza. Se importe com o trabalho delas, então - eu apontei em direção às meninas. - Se importe com o trabalho da Luna, que fica horas pensando em nossos figurinos; se importe com o trabalho da Amber, que fica horas decorando aqueles raps, e só Deus sabe como ela consegue; se importe com o trabalho da Victoria - eu olhei para Victoria, que estava me olhando, abismada - que é alguém que desistiu de tudo em busca de um sonho - eu olhei novamente para ela - Você vê alguma coisa aqui além de você mesma? - eu perguntei; ela não me falou nada.
O silêncio estava cada vez mais pesado. A Krystal olhava para cada uma das meninas e depois para mim, incansávelmente.
- Eu achei que você era minha amiga - ela falou, olhando para o nada. Fiquei um pouco confusa, afinal nunca fomos amigas. Ouvi a Victoria dizer:
- Justamente por eu ser sua amiga que eu decidi contar para ela o que você me falou. Krystal, o Minho nunca te viu com esses olhos. Você e Jessica são como irmãs para ele. Pare de tentar forçá-lo a isso. Essa história está acabando com o melhor de você aos poucos - Victoria levantou-se, indo em direção a Krystal, mas parou quando ela se virou para mim.
- Você roubou tudo o que era meu, Sulli. Você roubou meu oppa, mesmo sem conhecê-lo. Depois, roubou minhas amigas Luna e Amber, que não paravam de falar de como você é legal - ela apontou para as meninas, que olhavam, abismadas - Depois, roubou a Victoria - ela olhou para a menina que estava parada à sua frente - a ponto de fazê-la se virar contra mim. E você ainda vem me perguntar porque eu queria boicotar você? Porque eu ficava feliz quando você não conseguia fazer os passos de dança ou qualquer outra coisa? Você roubou tudo com o que eu me importava - ela alterou a voz - O que mais você vai roubar de mim, Sulli? Minha irmã? Minha voz? Me diz, o que? - ela olhava para mim, esperando uma resposta. Do nada, ela saiu correndo, deixando a todas nós perplexas.
-
Fiquei muito confusa com aquilo. O dia já tinha sido estressante demais. Eu já estava estressada demais, e não estava a fim de correr atrás da Krystal para entender o que ela tinha me dito. Apesar de as meninas ficarem me incentivando a ir atrás dela, decidi ir dormir.
No outro dia, fui visitar o Minho no hospital. Levei flores, decidida a pedir desculpas por tê-lo ignorado por tanto tempo. Cheguei no quarto dele; a omma dele foi quem me recebeu.
- Olá, Sulli, seja bem vinda. Garanto que o Minho vai adorar te ver - ela disse, animada.
- Como ele está? - eu perguntei, enquanto entrava no quarto.
- Melhor - ela sorriu - louco para ir para casa. Mas venha, venha vê-lo - ela me puxou pela mão.
Entrei e vi o Minho deitado na cama, lendo uma revista.
- Oppa! - eu disse, com as flores na frente do meu rosto, para fazer uma surpresa. Quando tirei as flores da frente, ele ficou me olhando, com uma expressão que eu não conseguia decifrar.
- Oppa, eu sinto muito, por tudo - tentei pegar a mão dele, que ele tirou rapidamente.
- Quem é você? - ele perguntou, olhando para mim e depois olhando para a mãe dele.
- Como assim quem sou eu, oppa? - eu falei, já me sentindo angustiada.
- Não me chama de oppa, eu nem te conheço - ele disse.
- Minho, sou eu, a Sulli - eu disse, com a voz embargada.
- Eu não conheço nenhuma Sulli.
- Filho, você não se lembra da Sulli? - a mãe dele perguntou, confusa.
- Omma, eu juro que eu não conheço essa menina - ele disse, confuso.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Sulli's Diaries
FanfictionEu sempre fui uma menina normal. Até eu conseguir entrar para a SM... A fama e o amor me fizeram mudar... Será que eu consigo aguentar tudo isso?