Caminhava pelas ruas da minha cidade egoísta
Desfilava e esbanjava a minha sede por poder
Transmito a ignorância com o que as pessoas querem ver
Elas precisam da minha gota de absinto
Eles só pensam na minha arma que alimenta
Eu me divirto com os seus sorrisos perdidos
Dou esperança total às suas carências
Cuspo na energia que dá força aos humanos
Trato e destrato seus trapos mundanos
Pulo, ando e rastejo diante da sombra desconhecida que me sustenta
Impecável o sabor de dormência
Que me traz ao ápice da sedenta fome de ojeriza ao te vender pelo dobro o que outrora te pertencia
Mas caso não considere justo, eu compro a tua insolente decência
Meus negócios são legais, desfrute e se deleite com a tua própria merda
Durma agora, bibelô.
E não te esqueças de nossos planos
Pegue a papelada para assinar
Estou fazendo compras e tu és a minha mercadoria
Mas espere a taxa de juros cair
Para poder te usar como boneco de forma atroz
Para poder contigo me divertir
Usar o teu desespero como moeda em fluxo
Beber, rir e a tua alma engolir.
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Café amargo
PoetryPintura de uma realidade amarga. Capa criada por: @maisumamelancolica