As rosas não lhe agradavam
Não germinavam em seu coração
Nem as declamações de amor
Muito menos os versos diabéticos
Inudados de romantismo e mel
A sacada de sua casa nunca seria palco para serenatas
Tanto sentimentalismo amargava a sua boca como fel
Não queria viver um comercial de margarina
Se contentava em ser eternamente o filme das onze
Preferia fazer de seus passos uma linha feita de giz
Para a mente sempre ser o único rastro de sua biografia
E de seu corpo o maior exemplo de poesia viva
Não em tom de rebeldia, mas em respeito ao minuto que nunca retornará
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Café amargo
PoésiePintura de uma realidade amarga. Capa criada por: @maisumamelancolica