Sorrira para o mundo com alma despedaçada
Vendendo pela tela do computador uma felicidade inventada
No álbum de fotos moderno, colocava no rosto um sorriso singelo
Mas o desespero no fundo dos olhos era visível
O grito na sua mente não passava despercebido
As máscaras já não suportavam o peso das mentiras
No baile de carnaval das redes sociais, o seu ego não havia ganhado o concurso de fantasias
Aproveitara e sentira pouco, não havia alegria, cor e sabor no álbum de sua memória
Somente devaneios de histórias não vividas
Não se ouviam mais gritos e gargalhadas de seus amigos
Apenas ouviam-se as risadas e batidas dos dedos, que dançavam em constante frenesi
Os almoços de domingo viraram retratos e as praças não sentiam mais o cheiro de visita
As conversas entre família eram menos interessantes que as lorotas contadas pelos amigos nunca vistos e pelos mais distantes
Não existia mais rir meu riso, não existia mais derramar meu pranto
Muito menos amar e malamar
Apenas a nostalgia de uma época que a alegria era compartilhada entre pessoas de carne e osso, que aproveitavam as mais belas emoções que certos momentos podem causar.
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Café amargo
PuisiPintura de uma realidade amarga. Capa criada por: @maisumamelancolica