*** Este livro foi escrito em 2007 *** Em junho de 2018 foi disponibilizado aqui ***
Muitos analistas classificam educação como a variável mais importante para o crescimento econômico e riqueza de uma nação. O argumento básico é que trabalhadores com boa formação escolar são mais produtivos e possuem maior facilidade de assimilar novas tecnologias. Também se argumenta que uma sociedade composta de cidadãos com maior nível educacional providencia um ambiente mais favorável a investimentos que tornam a economia mais dinâmica.
Contudo, do ponto de vista prático surge uma questão fundamental: uma sociedade mais educada torna-se mais rica ou é uma sociedade rica que torna-se mais educada? Se a primeira é verdade, então educação gera crescimento econômico e políticas públicas que aumentem o nível educacional da população também contribuem para aumentar a riqueza do país. Por outro lado, talvez sociedades mais ricas demandem mais educação. Nesse caso, a correlação entre riqueza e educação apenas reflete o fato de que sociedades com maiores excedentes produtivos usam tal excedente para adquirir mais educação. Se isso é verdade, então políticas públicas que aumentem o nível educacional da sociedade não terão impacto importante sobre a riqueza de uma nação.
A Tabela 4 mostra o ranking dos países de nossa amostra de acordo com o nível educacional de sua população. Note que na maioria dos casos, os países ricos são também os que possuem maiores taxas de alfabetização. Contudo, importantes exceções aparecem na Tabela 4. Por exemplo, Kazaquistão e Ucrânia são países pobres com taxas de alfabetização mais altas que a Áustria. Por outro lado, Kuwait e Emirados Árabes Unidos possuem renda per capita extremamente alta, mas possuem nível educacional abaixo do Brasil. Claro que se pode argumentar que Kuwait e Emirados Árabes Unidos são casos particulares de países exportadores de petróleo, mas nesse caso resta-nos inquirir por que a Arábia Saudita (maior exportador mundial de petróleo) não se enquadra como país rico. Também podemos argumentar que a Venezuela com níveis de produção petrolífera similar a Kuwait e Emirados Árabes, mas com um nível educacional mais elevado, também não esta qualificada entre os países ricos. Note também que Hong Kong e Cingapura são países ricos com taxas de alfabetização inferiores a de muitos países com renda média ou baixa.
De maneira geral, a Tabela 4 mostra-nos apenas que países de renda alta costumam possuir alto grau de alfabetização. Contudo, isso parece não ser uma condição necessária (como no caso do Kuwait e dos Emirados Árabes Unidos), nem suficiente (como demonstrado pelo Kazaquistao e pela Ucrânia) para, por si só, gerar riqueza para uma nação.
Tabela 4: Taxa de Alfabetização da População dos Países da Amostra, ano: 2005.
Países Ricos
Países de Renda Média
Países Pobres
1) Noruega – 100%
24) Grécia – 97.5%
44) Kazaquistão – 98.4%
2) Suiça - 99%
25) Israel – 95.4%
45) Algéria – 70%
3) Irlanda – 99%
26) Portugal – 93.3%
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Fatores Determinantes da Riqueza de uma Nação (2007)
No Ficción*** Este livro foi escrito em 2007 *** Em junho de 2018 foi disponibilizado aqui*** Por que alguns países são tão ricos enquanto outros são tão pobres? Economistas, filósofos, cientistas e políticos têm se debatido sobre essa questão com afinco, mas...