*** Este livro foi escrito em 2007 *** Em junho de 2018 publiquei o livro aqui ***
Neste capitulo, nos reservamos o direito de dar nossas opiniões sobre o trabalho aqui realizado. Também gostaríamos de aproveitar o espaço para fazermos algumas previsões sobre países específicos. Por fim, concluiremos este livro ressaltando os resultados encontrados e suas implicações de políticas públicas.
O principal resultado encontrado nesse livro refere-se à importância da liberdade econômica e da globalização para a riqueza de uma nação. Claro que outras variáveis também são importantes, de maneira alguma queremos desmerecer a importância da educação, da infra-estrutura, da estrutura tributária, entre outras, para o desenvolvimento (e bem estar) de um país. O que argumentamos aqui é que na ausência de liberdade econômica a efetividade dessas outras variáveis é extremamente reduzida. De pouco adianta termos uma população extremamente bem preparada do ponto de vista educacional, se estas mesmas pessoas não tiverem a liberdade de abrir suas empresas ou de trabalharem nos negócios que mais lhes aprazem. De pouco adianta uma excelente infra-estrutura quando os empresários não podem comprar do exterior, e são obrigados a agirem de acordo com uma lenta (e corrupta) burocracia estatal. De pouca serventia são altas taxas de poupança doméstica quando o consumidor não é soberano para escolher de qual firma quer comprar seu produto.
O que este livro parece demonstrar é que sem liberdade econômica é muito pouco provável que um país tenha sucesso econômico. O sucesso econômico de uma nação está intimamente ligado com a sua capacidade de gerar e manter instituições capazes de incentivar os negócios, de dar liberdade aos empresários e trabalhadores, de promoverem a concorrência entre as empresas, de limitarem a intervenção estatal, de diminuírem a burocracia, de estimular o comércio com outros países, e, acima de tudo, permitindo que os consumidores e empresários comprem (e vendam) de quem (para quem) lhes for mais vantajoso.
Vamos agora realizar alguns comentários sobre quatro países selecionados. No momento em que escrevemos esse livro (setembro de 2007) vários países parecem fadados ao sucesso (ou fracasso), vamos comentar sobre alguns deles.
CHINA:
Muito se tem falado sobre a China, parece haver uma áurea de fascinação por este país. Muitos especialistas acreditam que esta nação será a nova potência econômica deste século. Nossa opinião: ERRADO. A China é um país pobre, pior do que isso, é um país que adotou e adota um sistema econômico que tenta regular intensamente a atividade de mercado.
Em nossa opinião a China é um país que continuará pobre por muito tempo ainda. Claro que pode ser argumentado que a China cresce a 9% ao ano e isso seria um sinal de vitalidade da economia chinesa. No entanto, duas ressalvas são necessárias a esta informação. Primeiro, quem calcula esse numero? Olhando o passado, fica evidente que países centralmente planejados (economias socialistas) não têm problema algum em divulgar estatísticas equivocadas e com pouca credibilidade. Pessoalmente, temos grandes dúvidas a respeito da credibilidade dessa informação. Segundo, uma pessoa que recebe um salário de 100 reais tem um aumento de 50% quando seu salário vai a 150 reais. Já uma pessoa que recebe um salário de 10.000 reais tem apenas um aumento de 10% quando seu salário vai a 11.000 reais. Em outras palavras, é natural que países pobres cresçam a taxas maiores do que países ricos. Contudo, isto não quer dizer que tais países irão ser ricos num futuro próximo. A China por ser um país pobre possui uma alta taxa de crescimento econômico, mas isso não quer dizer que tal taxa irá se manter a medida que a economia chinesa se torne não tão pobre.
A China também tem pela frente um desafio dos mais árduos: evitar uma guerra civil ou um conflito externo. Explicamos: de acordo com o ranking de globalização a China é um dos países mais fechados do mundo (ocupando a posição de 51 num rol de 62 países analisados – Tabela 12). Também ocupa uma péssima posição no ranking de liberdade econômica (51 num rol de 61 países, sendo classificada como país majoritariamente não-livre – Tabela 10). Isso parece indicar que à medida que a China cresça, protestos irão surgir exigindo maior liberdade para a população. À medida que a população chinesa tenha contato com as benesses do crescimento econômico é natural que irão aumentar suas demandas políticas, sociais e econômicas. A população chinesa passará a exigir mais liberdade, mas mais liberdade para a população significa menos poder para o Estado Chinês. Contudo, países centralmente planejados não podem abrir mão do poder, pois o poder é a única garantia de manter a economia centralmente planejada (este ponto está melhor explicado em "O Caminho da Servidão", do prêmio Nobel de economia Professor Hayek). Assim, permanece uma incógnita como o governo chinês irá lidar com esse problema.

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Fatores Determinantes da Riqueza de uma Nação (2007)
No Ficción*** Este livro foi escrito em 2007 *** Em junho de 2018 foi disponibilizado aqui*** Por que alguns países são tão ricos enquanto outros são tão pobres? Economistas, filósofos, cientistas e políticos têm se debatido sobre essa questão com afinco, mas...