Os primeiros raios de Sol invadiram a entrada da fortaleza se fazendo visíveis para Lois Lane e Clark Luthor. Os dois estavam deitados basicamente sobre a roupa de Lois, ambos nus e abraçados um ao outro. Lois tinha sua cabeça repousada sobre o peito de Clark, ouvindo atentamente aos batimentos fortes e serenos em seu peito, enquanto ele fazia algo que nunca lhe ocorrera fazer em nenhuma outra mulher: alisava os cabelos da jornalista, acariciando-a da maneira mais suave que lhe era possível. Os dois já estavam daquela maneira há quase uma hora, recompondo-se da tórrida noite de amor que vivenciaram na fortaleza. Não se sentiam cansados, pelo contrário, poderiam seguir na maratona sexual por horas e horas, se dependesse de suas libidos. Contudo, era o momento para os dois curtirem apenas aquele momento singular de paz na presença um do outro. O próprio Clark se sentia radiante, mas temia dizer qualquer coisa e estragar aquele instante perfeito. Já Lois, parecia ter mais coisas passando pela mente, embora estivesse leve e segura de que aquela havia sido a melhor noite de sua vida.
Clark levou o braço direito na direção do próprio peito e Lois o conteve, buscando olhar melhor para aquela terrível cicatriz.
“Lionel fez isso?” ela perguntou, passando a mão sobre o relevo da pele cicatrizada.
“Lex fez...” Clark respondeu sério, carregando a lembrança do momento consigo. “Eu gostaria que ela não existisse, não gosto de olhar para ela...”
“Cicatrizes nos dizem que o passado foi real”, Lois respondeu ainda correndo o dedo sobre o ‘L’ marcado no ferimento antigo de Clark, “Talvez você devesse associar a cicatriz a uma nova lembrança... Como essa agora..”
Clark sorriu para as palavras de Lois e pela própria carícia que ela mantinha com os dedos sobre a cicatriz. “Eu não precisaria de um grão de areia para me ajudar a lembrar do que houve. Eu não acho que poderei um dia deixar de lembrar, eu não acredito que deixe de pensar em você a cada minuto que eu existir.”
“É um bocado de minuto..”, alertou Lois com humor. “Você vive... Como nós vivemos? Ou ainda estará assim bonitão quando eu tiver 90 anos?”
“Serei um velho de 90 anos bonitão”, ele respondeu bem humorado. Observou o movimento de Lois com os dedos em seu braço, até que a sua atenção se voltou para outra coisa.
A aliança na mão de Lois.
Continuava lá, desde o dia em que Oliver a colocara. Lois percebeu o olhar de Clark sobre a aliança, ela própria a fitara por longos instantes antes dos dois engatarem a rápida conversa. Havia algo a ser feito em relação aquilo tudo, e Lois sentia que não seria certo seguir em frente sem acertar as questões do passado.
“Não são apenas as cicatrizes que trazem lembranças..”, ele comentou, fazendo Lois fitá-lo por um momento.
“Eu ainda não fechei este livro, Clark. É difícil pra mim... Eu o amei muito.”
“Eu sei”, Clark respondeu, “E eu compreendo se você quiser ir. Eu compreendo...”
Lois deu um sorriso discreto para Clark, feliz pela compreensão dele, e o beijou mais uma vez como fizera durante toda a noite. Clark retribuiu, quase hipnotizado pelos lábios da morena. A envolveu em seus braços e flutuou mais uma vez com ela, colocando os dois de pé.
“Precisa me ensinar a fazer isso”, Lois disse encantada pelas habilidades de Clark.
“Ao que me consta, não preciso dar lições”, Clark respondeu agarrando as roupas de Lois no chão, além de sua calça, “Se não me falha a memória, foi você que me fez flutuar durante a noite inteira..”
Rápido como uma bala, Clark levantou vôo mais uma vez, surgindo alguns poucos minutos depois já em Smallville novamente. Desceu devagar e colocou Lois, já vestida, no chão. Ela olhou para a blusa rasgada na frente e deu um nó criando dois bojos para não deixar os seios à mostra. Clark olhou para a blusa e sorriu mordiscando os lábios, vendo-se completamente culpado pela roupa rasgada de Lois. Ela balançou a cabeça em negação e caminhou enfim na direção do seu carro, que permanecia no mesmo lugar. Seria melhor passar na casa dos Kent antes, eles poderiam estar preocupados se chegaram a ver aquele carro parado ali durante toda a noite. Clark, ainda vestido somente em suas calças e com o peito nu brilhando ao Sol, manteve-se flutuando e tomou os céus novamente.