06

41 3 50
                                    

Colin me acordou. Meus olhos enxergavam embaçado mas consegui perceber o desespero de Colin, de novo.

- Precisamos ir, querida. Eles estão aqui e não estão sozinhos. Dessa vez a guerra já se instalou no centro. Estão todos em perigo, precisamos avisar aos nosso pais.

Levanto depressa. Colin já havia arrumado as coisas. Pego algumas sacolas para ajudar ele a levar as coisas mas uma voz nos para.

- Para onde vão com tanta pressa, mocinhos? - um guarda pergunta, com um sorriso que expressava diversão. Graças a Deus não foi um soldado. Atiraria em nós sem pensar duas vezes.

- Para o infinito e além - brincou Colin. O guarda olhou estranho para nós. Nos viramos devagar com as mãos ao alto.

Eu estava bem mais perto do guarda do que Colin, consequentemente a arma dele apontava para mim. Colin tentou se aproximar de mim mas o guarda o impediu.

- Preciso só deixar as sacolas no chão... São muito pesadas, senhor - Colin disse, como desculpa. Considerou o silêncio do guarda como permissão e se aproximou de mim. Sussurrou:

- Olhe para a direita como se tivesse algo muito assustador lá. Se ele perguntar o que você está vendo, não responda.

E foi o que eu fiz. Olhei como se estivesse vendo o próprio exército vir na minha direção.

- O que vocês tanto olham? - o guarda perguntou mas só recebeu silêncio em resposta. Ele se virou para ver também e, com um movimento rápido, Colin chutou a arma e eu a peguei. Dei para que Colin a apontasse. Vi o quanto ele se sentia mal em fazer isso. Então ele colocou a arma na sacola e apenas deu um murro forte no guarda.

- Isso só vai fazê-lo dormir por um bom tempo - Colin para e olha para sua mão machucada do murro. A dor volta aos seus olhos. - Bons sonhos, bela adormecida.

Rio alto. Mesmo assim ele percebeu a preocupação em meus olhos.

- Ou era ele ou era você. Ele não sairia daqui sem dar um tiro em um de nós. E se você morresse, eu nunca poderia me perdoar por isso.

Concordo com a cabeça. Eu entendia. Colin sempre fazia o que devia mesmo que isso precisasse mudar todos os seus conceitos.

Subimos na moto e partimos.

Colin parou n frente a casa de seus pais. Me despedi dele. Ele disse que antes do pôr do sol passaria para me buscar. Não entendi muito bem, ele poderia me levar no outro dia. Mas ele me disse que era urgente. Apenas concordei, enquanto ia em direção à casa dos meus pais.

A porta já estava aberta. Encontro meus pais sentados no sofá, bravos.

- Aconteceu algo?

- Nos poupe de suas desculpas, já sabemos de tudo- disse minha mãe, chorosa. - Como você pôde sair por aí? Você por acaso não sabe obedecer leis? A floresta é proibida desde o seu nascimento.

- Calma, mãe. Não é grande coisa.

- Não é grande coisa? - pergunta meu pai. Não estava triste como minha mãe. Mas bastante irado. - Vocês desmaiaram um guarda. Você sabe que sua vida não será mais a mesma?

- Sim, pai, eu sei. Vamos dar um jeito nisso, vocês só precisam se acalmar. Quando eu voltar...

- Você ainda vai sair com ele? - meu pai me interrompe. - Não vê o quanto ele é uma má influência para você? Já para o seu antigo quarto. E amanhã quero você pronta bem cedo. Vamos sair para comprar uma passagem para você. Para o lugar mais longe que conseguimos daqui.

Bato os pés no chão, com raiva. Subi as escadas em direção ao quarto. Antes, era me refúgio. Hoje, minha prisão. Vejo Colin passar e bater na porta. Meu pai o dispensa e ele passa em baixo da minha janela.

Amor meu em dias contadosOnde histórias criam vida. Descubra agora