Mudanças

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Aaron Wayland

Já era quase 2 da manhã, Diego tinha acabado de me mandar mensagem dizendo que um dos compradores queria me ver agora. Droga. Eu estava na sacada do cassino com a dona do estabelecimento, ela ria com uma taça de champanhe na mão, a lua estava cheia iluminando ainda mais a noite.

– Aconteceu algo? – Ela me perguntou vendo eu pegar o telefone e suspirar.

– Parece que tem um comprador querendo me ver agora. Isso é incomum, então eu terei de encerrar nossa conversa aqui. – Ela ficou calada por um tempo, mas ainda mantinha um sorriso no rosto enquanto me olhava. – Que cara é essa?

– Gosto do seu semblante sério. – Arqueei uma das sobrancelhas e ri. Ela realmente é diferente.

– Preciso ir. Foi um prazer.  – A forma dela agir me faz ficar sem jeito... Pra mim isso é estranho.

– Tudo bem. Tchau Aaron. – Ela sorriu... Eu não consigo só virar e sair como sempre. O que está acontecendo comigo? – Aaron? – Ela me chamou. Eu não conseguia parar de olha-la, trajava um vestido preto, com abertura na lateral, sua boca com um batom roxo... E que boca!

– Diana. – Cheguei perto dela, ainda com receio.

– Sim? Você tá bem? – Ela riu. O sorriso dela me perturbava de uma forma diferente. Coloquei minha mão no seu rosto e me aproximei dela que me olhava esperando que eu fizesse algo. Seus lábios estavam próximos aos meus, será que dessa vez eu poderia me apaixonar de verdade? Encostei minha boca na dela, senti o gosto de sua bebida por um instante e depois me afastei.

– Eu realmente preciso ir. – Suas bochechas estavam coradas, fui andando e peguei meu blaser e andei rápido pra sair de lá, droga... Acho que dessa vez vai... Tenho que afastar esses pensamentos da minha cabeça. Vou encontrar com um comprador, não posso ficar perdendo o rumo assim. Fui até o meu carro e dirigi, os pensamentos sobre aquela garota ainda ficava na minha mente. Saco, isso é culpa da Paola, de me mandar ir em frente... Eu geralmente não tenho pensamentos desse tipo por nenhuma mulher. E ela é nova pra ser dona de um estabelecimento daquele... Chegando no local, era em um hotel cinco estrelas perto do Cais, estacionei e desci. Fui andando e encontrei o Leviatã, Allan e Diego me esperando na porta.

– Chefe. – Esperaram eu passar e me acompanharam.

– Espero que seja alguém importante, eu estava em um evento da minha irmã. – Continuei andando e vi dois seguranças me aguardando no elevador.

– O senhor Lúcio quer vê-lo sozinho. – Um deles falou.

– Então não verá, pois eu duvido que ele estará sem seus seguranças. – O outro mandou uma mensagem no telefone e depois acenou positivamente com a cabeça permitindo que nos quatro passemos. Subimos até a cobertura e vimos um homem de smoking branco fumando um cigarro e dois seguranças ao seu lado.

– Então você é o tal Red Devil? Não esperava tanto. – Quem é esse cara?

– E eu esperava mais respeito de alguém que queria me ver a sós. – Coloquei as mãos nos bolsos e o fiquei encarando sério.

– Audacioso, admito.

– Ainda bem pois saiba que não cheguei até aqui pra abaixar a cabeça pra um cara como você. Diga logo o que deseja, tenho coisas mais importantes pra fazer.

– Já que assim deseja. Quero 12 quilos da sua melhor mercadoria.

– Do que? Pó? Maconha? Crack? – Essa coisa tá bem estranha.

– Tudo que você tiver.

– Certo. Se era só isso porque precisava me ver? – Ele riu.

– Ah, isso era só por cortesia. – Ele estalou os dedos e seus seguranças puxaram a arma. Mas que porra é essa? – Porém eu não gostei muito de você, apesar da sua fama, creio que tudo que é seu ficaria melhor se estivesse nas minhas mãos. Matem.

– Saiam daqui. – Falei para os meninos, merda não tem saída nesse caso. Eles apontaram a arma pra mim e atiraram, mesmo que eu desvie de uma a outra irá me acertar. Então é assim que eu vou morrer? Senti um dos projéteis atravessar meu ombro e outro no meu abdômen. Caí no chão sentindo dor. Os garotos já tinham saído da cobertura, pelo menos não foram atingidos.

– Corajoso, mandar seus capangas saírem daqui. – Ele pisou em cima da minha barriga fazendo sangrar mais. – Pena que eles também não vão durar muito. – Ele pegou uma arma e atirou no meu peito. Comecei a ter falta de ar, droga não posso morrer agora, o que será da Paola? E os garotos? Eu tenho que proteger eles! Estou ficando fraco, meio tonto, tem muito sangue nas minhas mãos. Frio, estava ficando frio, dava pra sentir o gosto do sangue invadir minha boca, enquanto eu perdia a vida naquele hotel idiota... Eu devia ter ficado no cassino, vendo o seu sorriso... Fechei os olhos com essa imagem na minha cabeça. "Aaron? Você tá bem?".





Diana Campbell

Eu estou animada, preciso falar com a Minerva e com o Luan! Socorro! Sai da varanda depois de beber meu champanhe e desci na boate. Tentei encontrar a Minerva perto do balcão de bebidas. – Sebastian, você viu a Minerva?

– Ali no fundo com o Trevor. – Eu fui lá toda animada.

– Minerva! Você não sabe o que aconteceu!

– Diga. – Ela se virou pra mim e começou a rir.

– Ele me beijou! – Ela começou a gritar junto comigo.

– Me conta direito como foi.

– Ele disse que precisava ir por causa de um comprador que queria ver ele, aí antes dele sair ele pegou no meu rosto e me deu um selinho depois ele foi embora. Foi fofo.

– Ah, que gracinha, qual vai ser o nome do filho do traficante? Zé droguinha ou ladrãozinho? – Trevor falou sem ao menos olhar pra gente.

– Trevor! Cala a boca. Deixa a menina. Eu hein, só porque brigou com o Sebastian tá todo estressado. – Ela bateu nele e rimos juntas.

– Tudo bem, ele só tá preocupado por causa do que ele já fez. Mas foi só um selinho, não é como se ele fosse virar minha vida de cabeça pra baixo.

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