Capítulo 11, parte 1 - Por Trás das Máscaras

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  Marinette se atrapalhou na hora de pegar as chaves de casa na bolsa por conta dos braços de Chat a sua volta, reclamando com o contato e recebendo um beijo estalado no pescoço dolorido, pisando no pé do loiro, que lhe deu outro beijo, só que esse em seu maxilar. A garota revirou os olhos ao ouvi-lo rindo com sarcasmo, abrindo a porta com um pontapé fraco, tirando os sapatos e andando descalça pelo chão, ainda com Chat grudado em suas costas.

  — Pode, por favor, me soltar? Eu preciso andar e não estou conseguindo.

  — Não quero. — murmurou, a voz abafada por conta do rosto estar na curvatura do pescoço de Marinette, que sorriu.

  — Querer não é poder, gatinho.

  — Eu quero e posso ficar aqui. — sorriu, tocando sua pele com os lábios diversas vezes, a ouvindo suspirar.

  — Deus, dá-me paciência.

  — Posso não ser Deus, mas vou te dar outra coisa my lady. — sorriu malicioso, apertando os braços em sua cintura.

  — Acho que não vou querer, mas obrigada. — disse, quase sem ar.

  Chat virou Marinette para si, segurando-a contra seu corpo enquanto a via pôr os braços em seus ombros, se inclinando em sua direção para olhar melhor o seu rosto. Mesmo com a maquiagem, ele conseguia ver as olheiras no rosto da garota, assim como a expressão cansada. Ele não deveria estar muito melhor, e nem mesmo usava maquiagem.

  — Vamos dormir um pouco? Estou cansando bugboo. — disse em um tom manhoso, a vendo sorrir e puxar seu cabelo para trás com as mãos. — E está escrito na sua testa que você precisa de ao menos... — fez uma expressão pensativa — setenta e duas horas de sono.

  — Mais tarde. Temos trabalho agora. — riu, o vendo franzir o cenho e fazer um biquinho descontente nos lábios, rindo e lhe dando um beijo no queixo, ao passo que ele desfez a carranca com o gesto carinhoso.

  Ele suspirou profundamente, a puxando para um abraço. Marinette ficou em silêncio, sentindo as batidas do coração de Chat contra o seu peito, enrolando as mechas douradas do garoto em seu dedo, o sentindo beijar sua têmpora com ternura. Ela se afastou, segurando seu rosto entre as mãos, esfregando a ponta da unha em uma pequena e fina cicatriz em sua bochecha, observando os olhos felinos de Chat se fecharem com a carícia. Ela tocou sua máscara com as mãos, parando na borda dela e a puxando levemente, como se perguntasse se poderia retirá-la. Chat assentiu vagamente com a cabeça, ao passo que Marinette puxou a máscara preta com cuidado, a colocando na mesa atrás de si, observando os olhos dele se abrirem, as pupilas dilatadas.

   — Sempre preferi você sem máscara sabia? — disse baixinho enquanto tocava suas sobrancelhas com os dedos.

  — Por que? — respondeu distraído, focado em mexer no cabelo de Marinette, o enrolando nos dedos assim como ela fazia anteriormente com os seus.

  — Porque consigo ver melhor o seu rosto.

  — Ah, jura? — Marinette revirou os olhos com seu sarcasmo, dando um leve tapinha em sua bochecha.

  — Não tão literalmente seu bobo. Eu consigo ver melhor os seus detalhes e expressões. Consigo ver seus olhos do jeito que são, cheios de manchinhas escuras. — tocou suas pálpebras com os polegares. — Ah, eu só gosto do seu rosto. — deu de ombros, o vendo rir.

  — Quem não gostaria? Eu sou um gato.

  Marinette estreitou os olhos, apertando suas bochechas com os dedos, o ouvindo resmungar.

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