Capítulo 13 - Fugir Não é Uma Opção

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Eu não gosto de seus joguinhos

Não goste do seu palco inclinado

O papel que você me fez jogar

Do tolo, não, eu não gosto de você 

Eu não gosto do seu crime perfeito 

Como você ri quando você mente

Você disse que a arma era minha

Não é legal, não, eu não gosto de você.

Look What You Made Me Do
Taylor Swift

***

4 meses antes

  Uma palavra que poderia descrever perfeitamente Chat Noir era imprevisível. Há tempos Nooroo o observava, mas nunca havia compreendido o motivo de suas ações inesperadas, como atacar um prisioneiro que tentara abusá-lo sexualmente dentro da cela com um garfo pego discretamente no refeitório, ou, ter provocado um pequeno incêndio no corredor com uma bituca de cigarro, descuidadamente deixada no chão perto de sua cela pelo guarda da ronda noturna, motivado apenas por "gostar de ver os guardas correndo em círculos desesperados". O criminoso causava muitos problemas na prisão, e aquilo não seria bom para seu chefe, que não estava satisfeito com as falhas do subordinado em persuadir Chat Noir para se juntar a eles.

  Desde a primeira visita, Chat Noir recusara qualquer proposta de Nooroo, alegando não ter qualquer tipo de interesse naquilo e ainda o ameaçando, as bochechas vermelhas de raiva e o olhar sombrio, tão frio e cortante quanto gelo.

  "Se me ameaçar de novo, eu vou te bater tanto que vai se arrepender de ter cruzado o meu caminho. Mas, se tocar na minha garota, eu te mato. — murmurou — Está avisado. Agora se manda daqui antes que eu estoure sua cabeça no vidro atrás de mim."

  E essas foram as palavras dele após sua pergunta, apenas arrancando um sorriso do homem de fios violeta, deixando o criminoso para trás enquanto ia embora. Seu chefe havia lhe dito que o loiro poderia ser muito, mas muito teimoso e resistente quando se tratavam de propostas, porém, Nooroo também poderia ser muito paciente e obstinado, tanto quanto era em cumprir as ordens do chefe.

  O homem voltara outras vezes, porém como não obtivera êxito na tarefa de persuadir Chat Noir, começara a notar a impaciência de seu chefe. E como se os testasse, o criminoso se recusou a ver Nooroo nas visitas seguintes, assim como uma criança birrenta faria. Não apenas bastando notar a impaciência do chefe, Nooroo também começou a sentir na pele sua raiva.

  E foi aí que ele teve medo. Mas principalmente, ódio.

  Ódio de Chat Noir.

  O jovem não entendia o porquê da obsessão de seu chefe com o gatuno, que perdurava há anos. Naquele momento, seu chefe apenas falava do loiro e do quanto gostaria que o mesmo se juntasse a ele em seus crimes; haviam fotos de Chat Noir espalhadas pelo escritório do homem, fotos de coisas que havia roubado, documentos sobre ele, lugares onde havia estado, tudo que havia feito durante sua vida. O chefe estava louco. Louco por um homem que sequer conhecia, louco por seus olhos verdes, cabelos dourados como ouro e por seu traje preto revestido de couro. Insana e completamente louco por um homem que sequer conhecia. E antes que Nooroo se desse conta, começara a sentir ciúmes do ladrão, se questionando mentalmente por quê ele já não era o suficiente para o chefe, que apenas queria Chat Noir e mais nada, a raiva aflorando no peito.

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