Like To Be You II S.M

Capítulo 5

O mal da grandeza é quando ela separa a consciência do poder.

– Shakespeare.

Alexis Blair P.O.V

– Ele está em casa. – disse a Amber e pareceu que todos se acalmaram.

– Eu vou lá agora. – disse e peguei minha mochila.

– Eu também vou, eu te dou uma carona. – disse o Shawn que me surpreendeu muito.

  O Shawn estava de moto, o que facilitou muito para que chegássemos na casa do Cameron. Mas ao longo do caminho por mais que eu não quisesse, eu sentia que criava-se uma atmosfera diferente da qual existia antes, entende?

  Mudanças de sentimentos? Nenhuma. Tudo ótimo, ainda sinto raiva do Shawn.

  Na verdade nós nunca fomos assim, quando éramos mais novos ficávamos brincando no jardim de sua casa enquanto nossos país faziam um barbecue no quintal. As coisas começaram a mudar quando o Shawn conheceu os garotos populares, ele não era de sair para as festas e beber descontroladamente. Nas horas dos intervalos ele sempre ficava comigo e com o Cam debaixo de uma árvore ou na biblioteca, éramos só nós três contra a maioria das pessoas que os chamavam de "bichinhas".

 Não sei o que ouve depois disso, talvez ele não estivesse mais aguentando a tanta pressão e resolveu se distanciar de mim e de tudo que me envolvia. Quando nossos pais faziam barbecue, o Shawn inventava uma desculpa e se escondia no seu quarto ou saia com seus novos amigos. Depois de 3 à 4 meses já não existia aquela amizade de antes ou ficávamos debaixo das árvores como de costume, ele simplesmente falava "prazer em conhecer você" quando estava na frente de seus amigos populares. Agora ele me caçoava e sempre que me via, o gosto de provocação aumentava. Pelo menos o Cam não me deixou.

 Chegamos na casa do Cameron e a mãe dele nos recebeu com uma expressão um tanto preocupada.

– Ele não quer ser visto. – disse com as mãos juntas.

– Ele está com medo. – disse o Shawn convicto.

 Passei por eles nem dando bola para o que falaram. Subi as escadas e bati na porta do Cam.

– Vai embora, mãe! – escutei sua voz.

– Cam, sou eu, Alexis. – depois de um tempo parada diante sua porta, escutei passos rápidos e logo a porta foi aberta.

  Entrei e notei que seu quarto estava escuro. Fui até as janela e abri as suas persianas.

– Não faça isso. – disse e veio fechar as janelas.

– Cam, o que está acontecendo? – perguntei tocando no seu rosto.

– Isso dói. – disse e puxou meu pulso, afastando de seu rosto.

– Você está machucado? – perguntei.

– Não eu... – tateei e apertei o interruptor do lado de sua cama.

– Quem fez isso? – perguntei e tentei tocá-lo.

– Ninguém, Ali. – respondeu aparentemente cansado.

– Ava, você simplesmente some. Não atente minhas ligações nem responde minhas mensagens e, quando eu estou aqui para te ajudar você não quer me dizer o que está acontecendo? – pergunto me afastando.

– Eu não quero falar sobre isso, Alexis. – disse e voltou a deitar na sua cama.

– Cam. – deitei ao seu lado e o abracei. – Me diz o que está acontecendo. – falei encostando meu queixo em seu peito.

– Você me olhando desse jeito, não sabe no que eu penso. – sorri.

– Idiota. – murmurei.

– Essa é a última vez que eu fujo dos meus problemas Ali, eu prometo. Não quero dizer o motivo, apenas estava na casa do lago do Nash. – disse e me abraçou. – Fica aqui comigo? – perguntou.

– O Shawn está lá embaixo. – falei fazendo o mesmo engolir em seco.

– Ele vai cansar e depois vai embora. – disse e me beijou. Deitei em seu peito e fiquei fazendo movimentos de sobe e desce em seu abdômen.

[...]

  Olhei no meu celular e já eram 18:45 olhei para o Cam e o mesmo dormia tranquilo. Levantei devagar e peguei minha mochila, desci as escadas e encontrei a Sra. Dallas lendo um livro.

– Como ele está? – perguntou deixando o livro de lado e levantando.

– Ele está bem, só precisa descansar. – assentiu.

– Eu te ligo se ele fizer alguma besteira. – falou me levando até a porta. – O Shawn saiu agora pouco, ele disse que tinha mais o que fazer. Impaciência de sempre. – riu. – Até mais, Alexis.

– Até. – me despedi.

  Andava pelas ruas e só conseguia escutar o barulho da minha barriga que roncava sem parar. Procurei e achei uma maçã dentro da minha bolsa. Estava subindo as escadas da varanda de minha casa, quando vi o Shawn sentado do lado da porta acendendo e apagando um isqueiro que ele tinha em mãos.

– Minha mãe chamou você para jantar lá em casa, seu pai vai ficar até tarde no trabalho. – disse o Shawn.

  Fazia 24 horas que eu não via meu pai, nem fiquei sabendo das boas novas. Ele finalmente conseguiu um emprego.

– Obrigada, mas não precisa. Eu me viro.

– Ingrata. - disse levantando.

– Não irei ligar para suas provocações, Mendes.

– ALEXIS! – gritou a Aaliyah da janela do seu quarto. Acenei para mesma e ela me devolveu com um sorriso encantador. – ENTRA, A MAMÃE QUER CONVERSAR COM VOCÊ! – assenti e passei pelo Shawn que estava com a cara feia.

– Alexis, querida. – disse a Karen e veio me abraçar. – Junte-se a nós, acabei de colocar a mesa. – disse e mandou o Manny colocar mais um prato.

– Karen não precisa. – disse. – Sério, eu não estou com fome. – ela balançou a cabeça negativamente e puxou minha mochila.

– Antes disso. – disse e me guiou em direção ao escritório do Manuel. – Sente-se. – disse e fechou a porta. – Eu quero lhe oferecer um emprego, sei que todo jovem que esta prestes a terminar o ensino médio deseja isso, e segundo informações, você está trabalhando em um bordel como pianista. – murmurou a última frase. Engoli em seco. – Não que isso seja errado, mas eu preciso extremamente de alguém que cuide da Aaliyah. Eu já te fiz essa proposta antes, mas agora é de extrema necessidade. – disse e juntou as mãos em sinal de súplica. – O Shawn é irresponsável demais para fazer esse trabalho. E a Amber, bom, é igual ao Shawn.

– EU ESCUTEI ISSO! – gritou o mesmo do lado de fora.

– Tudo bem Karen. Eu aceito. – ri.

– ÓTIMO! – exclamou. – Agora vamos comer. – disse e voltou a me puxar para mesa onde eles já estavam nos esperando. A expressão do Shawn era a mais falsa dessa terra. Apenas sentei ao lado da Amber e lhe lancei o mesmo sorriso que me dera.