Dias atuais 21 de agosto de 1942 17:07
Depois da conversa com Alice, fui pro meu quarto e tomei um banho, minha cabeça estava doendo, não demorei muito no banho, me deitei e não demorou muito para que eu pegasse no sono.
Comecei a sonhar, e tive um sonho estranho com Alice, eu mal sabia algo sobre ela, mas já me arrepiava bastante.
- Se estou aqui, e pra transformar a sua vida em um inferno. (Alice)
Tentei falar algo, mas não conseguia, eu estava em desespero, não sabia o que fazer.
- Estou aqui para foder com a sua vida, se prepare. (Alice)
Acordei assustado, e então percebi que já era noite.
SkyHill 02 de agosto de 1916 10:37 da manhã
Eu e Terry ficamos um bom tempo conversando, contei tudo que havia acontecido pra ele, e ele me contou as coisas que aconteceram esses anos.
- O que você planeja fazer em relação a Judi? (Terry)
- Ainda não sei, vou pegar as informações com ela e ir embora de SkyHill, não é seguro eu ficar aqui, algo que me diz que ela pode aprontar alguma coisa. (Jason)
- Você está com medo? (Terry)
- Não muito, já passei por tanta coisa, acho que essas coisas não me assustam mais. (Jason)
- Se precisar de mim, eu te ajudo. (Terry)
- Não quero te colocar nessa confusão Terry, já atrapalhei sua vida demais, não quero piorar as coisas. (Jason)
- Ei, não se preocupa, não me importo de passar por isso com você, pelos velhos tempos, os anos se passaram mas você continua sendo meu irmãozinho. (Terry)
- Não fale como se eu fosse uma criança. (Jason)
Ele riu.
- Não é criança, mas ainda é menor que eu, irmãozinho. (Terry)
- Você é muito bobo. – sorri. – Quando vai embora de SkyHill? (Jason)
- Hoje a noite, vamos nos encontrar antes de partir? (Terry)
- Tudo bem, que horas são? (Jason)
- Dez e quarenta, por que? (Terry)
- Preciso ir, vou me encontrar com Olavo. (Jason)
- O motorista? (Terry)
- Sim, o próprio, quer ir junto? (Jason)
- Com certeza. (Terry)
Olhei pela última vez para aquele campo onde eu nunca mais retornei, e entramos no carro e fomos embora dali.
Dias atuais 21 de agosto de 1942 20:39 da noite.
Ficar pensando em Alice já estava me incomodando, ela não saia da minha mente, por alguma maneira aquela garota tinha despertado algo perturbador em mim.
Sai do meu quarto e comecei procurar por ela pela clínica.
- Está me procurando? (Alice)
Ela entrou na minha frente em um dos corredores.
- N-não. (Jason)
- Está gaguejando porque velhote. (Alice)
- Calada, você não me conhece. (Jason)
- E vai fazer o que comigo? Vai me comer igual fez com a outra garota. (Alice)
Sem pensar duas vezes, fiquei com raiva e dei um tapa na cara dela, ela olhou pra mim com cara de cínica.
- Isso Jason, me bate eu adoro quando me batem. (Alice)
Ela se virou, ficou de quatro pra mim.
- Vem, me come. (Alice)
SkyHill 02 de agosto de 1916 11:05 da manhã
Chegamos um pouco atrasado na mansão, descemos do carro e entramos.
- Já faz anos que não venho aqui. (Terry)
- Imagino mesmo, vir aqui me causa uma sensação estranha. (Jason)
- Pensei que era só em mim. (Terry)
Entramos pela janela já que a porta continuava trancada, Olavo já estava me esperando.
- Pensei que não viria. (Olavo)
- Desculpa, me atrasei um pouco. (Jason)
- Terry? É você? (Olavo)
- Sim, sou eu, quanto tempo não é mesmo? (Terry)
- Acho que estou ficando velho. (Olavo)
- Nem tanto, você está em ótimo estado. (Jason)
- Obrigado, mas vamos ao ponto. – Ele me olhou estranho. – Você não pode ir se encontrar com Judi hoje. (Olavo)
- Mas, por que? (Terry)
- Ela está tramando alguma coisa, encontrei com ela, e me disse pra não entrar no caminho dela, ou daria um fim em mim. (Olavo)
- Como assim, um fim você? (Jason)
- Ela não pode te ameaçar assim. (Terry)
- Ela é mais perigosa do que parece. (Olavo)
Olhei pra ele e disse determinado.
- Não posso desistir de encontrar com ela. (Jason)
- Jason, ela é louca e se ela fizer alguma coisa? (Olavo)
- É minha única chance de encontrar Tobias, me desculpe Olavo, mas tenho que fazer isso. (Jason)
- Não se preocupe Olavo, estarei com ele, nada vai acontecer. (Terry)
- Não posso deixar que você vá comigo Terry, se acontecer algo, que aconteça comigo, não quero envolver vocês nessa. (Jason)
- Mas Jason... (Olavo)
- Já decidi Olavo, me desculpa. (Jason)
- Tudo bem, espero que saiba o que está fazendo. (Terry)
- Eu também espero. (Jason)
Ficamos em silêncio, me arrepiei, eu estava com medo, mas eu sabia o que havia de ser feito.
- Preciso ir pro hotel, arrumar as minhas coisas, vou embora hoje a noite no último ônibus, foi bom poder ver vocês. (Jason)
- Digo o mesmo Jason, espero que não se arrependa as coisas que está fazendo. (Olavo)
- Tudo bem, preciso ir. (Jason)
Me despedi de Olavo, Terry estava em silêncio, não disse mais nada, ele se despediu de Olavo e saímos da casa.
- Você está bem? (Jason)
- Não, não queria que fosse embora. (Terry)
- Me desculpe, prometo que vamos nos ver ainda. (Jason)
- Tudo bem, preciso ir nessa, te encontro antes de ir embora na rodoviária. (Terry)
- Obrigado por isso. (Jason)
Abracei ele e ele se foi, comecei a caminhar em direção ao hotel, não demorei muito pra chegar, passei na recepção e acertei o aluguel com o recepcionista, e fui pro meu quarto.
Eu estava cansado e confuso, tirei minha roupa e fiquei só de cueca, precisava relaxar um pouco, me deitei e comecei a pensar no encontro hoje a noite, senti um frio na barriga, achei melhor então parar de pensar.
Tentei dormir, mas não consegui, eu estava ansioso e incomodado, resolvi tomar um banho, me levantei peguei uma toalha e fui para o banheiro olhei no espelho.
- Espero que você saiba o que está fazendo Jason. (Jason)
Falar sozinho me fez sentir um pouco mais seguro, tirei a cueca e entrei debaixo do chuveiro e comecei a relaxar.
SkyHill 02 de agosto de 1916 16:48 da tarde.
Depois que sai do banho consegui dormir, acordei eram quase cinco horas, estava com fome, então levantei da cama e comecei a arrumar as minhas coisas pra sair do hotel.
Eu estava só com uma cueca azul, peguei uma calça preta e vesti, coloquei uma blusa azul e calcei meu tênis, fui até o espelho e arrumei meu cabelo e terminei de arrumar minhas coisas na bolsa.
Eu já estava preparado, já sabia o que iria fazer, ia chegar lá, pegar os arquivos que lá conseguiu reunir sobre Tobias, e ir embora da cidade e não olhar mais pra trás.
Me levantei, olhei no espelho a última vez, e sai do quarto indo até a recepção, entreguei a chave e deixei aquele hotel.
Dias atuais 21 de agosto de 1942 20:46 da noite.
Eu estava paralisado, ela estava me persuadindo, meus desejos estava fortes, eu não sabia o que fazer, não estava conseguindo me controlar, e então ela olhou pra minha calça.
- Olha, parece que alguém está excitado, deixe me te ajudar. (Alice)
Ela chegou mais perto de mim, ficou de joelho e começou a abrir desabotoar a minha calça.
- Deixa eu fazer isso pra você jasinho. (Alice)
Quando ele ia abrir o zíper da minha calça, empurrei ela, e sai correndo, sem controle, eu não sabia o porquê de está deixando aquilo acontecer, mas por mais que eu tentasse evitar, meu corpo queria aquilo, eu estava desesperado, entrei no meu quarto e tranquei a porta.
SkyHill 02 de agosto de 1916 17:37 da tarde.
Faltava pouco tempo para eu me encontra com Judi, eu estava ansioso, não sabia o que fazer então já fui pra lanchonete.
Quando cheguei me sentei no local onde eu havia combinado com Judi, pedi um misto quente com café, e fiquei esperando o tempo passar, mas quando mais ansioso eu ficava mais devagar o tempo passava.
Eu olhava toda hora pela janela, estava desesperado, a garçonete trouxe o misto pra mim, e naquele momento Judi entrou pela porta, meu coração congelou, senti um frio na barriga, fiquei comendo, e paralisado.
Ela veio em minha direção e se sentou comigo.
- Obrigado por ter vindo. (Judi)
Ela estava toda de preto e estava com uma pasta na mão, a garçonete foi até ela.
- Vai pedir alguma coisa? (Garçonete)
- O de sempre. (Judi)
A garçonete saiu andando, e ela olhou pra mim.
- Jason, aconteceu alguma coisa? Você parece estranho. (Judi)
- N-não. (Jason)
- Por que está gaguejando? Se aconteceu alguma coisa, me conte. (Judi)
- Não é nada, me entregue o que você conseguiu, tenho que ir embora. (Jason)
Ela me olhou preocupada.
- Não vou lhe entregar nada até me contar o que aconteceu. (Judi)
Fiquei desesperado.
- Jason, confie em mim, eu estou aqui pra te ajudar, aliás tenho algo importante pra te contar. (Judi)
- O que? (Jason)
- Encontrei pista sobre os seus pais biológicos. (Judi)
Eu fiquei sem palavras, estava perplexos e comecei a pensar, por que alguém que estava tramando algo contra mim estava me ajudando daquela forma?
Dias atuais 21 de agosto de 1942 21:36 da noite.
Eu comecei a me culpar pelo o que havia acabado de acontecer, eu estava preocupado, aquilo martelava em minha cabeça, eu estava em choque, comecei a andar de um lado pro outro no meu quarto.
Precisava falar pra alguém o que havia acabado de acontecer, eu só teria consulta com doutora na segundo, então sai do quarto e comecei a andar pelos corredores novamente.
Eu estava passando pelo corredor próximo a sala de descanso quando ouvi gemidos, abri a porta e fiquei em choque, a única pessoa que veio em minha mente naquele momento foi Sr. Johnson.
SkyHill 02 de agosto de 1916 18:18 da noite.
- Como você encontrou algo sobre meu país. (Jason)
- Parece que um tempo depois que você havia sido adotado, seus pais foram até o orfanato na esperança de te reencontrar. (Judi)
- E por que você não me disse isso antes. (Jason)
- Porque nem eu sabia, Jason, me entenda, eu não fazia parte da administração do orfanato, você tem que entender, eu não mandava em nada lá dentro. (Judi)
- E por isso você colocou fogo no orfanato? (Jason)
Os olhos delas se encheram de lágrimas naquele momento.
- Você acha mesmo que eu seria capaz de fazer isso com aquelas crianças? (Judi)
- Sim, Olavo me contou tudo, me contou que você quem colocou fogo no orfanato. (Jason)
Naquele momento ela chorou.
- Então foi ele? Aquele desgraçado, ele está brincando com você Jason, você não pode acreditar nele. (Judi)
- E por que não deveria? Ele não parecia que estava mentindo pra mim. (Jason)
- Por que foi ele quem colocou fogo no orfanato. (Judi)
- Não posso acreditar nisso, ele não tem nem motivos. (Jason)
- Posso te dar os motivos deles ter feito aquilo. (Judi)
- Então vamos, me fale, qual o motivo dele ter queimado o orfanato. (Jason)
- Por que ele é o pai de Tobias. (Judi)
- Isso não faz sentindo. (Jason)
- Tudo bem, se acalme vou te contar toda a história. (Judi)
Algo nela me fazia acreditar que ela não estava mentindo, então respirei fundo e comecei ouvir a sua história.
- Como você sabe, Tobias foi deixado no orfanato um ano depois de você, Olavo havia o abandonado porquê não seria capaz de cuidar dele, já que sua esposa havia morrido, ele não tinha nenhuma condição, ele ainda era novo e tinha uma vida pela frente. (Judi)
Eu olhava pra ela atentamente.
- Ele conseguiu um emprego na mansão dos Johnson’s, e sempre que podia vinha ao orfanato vê-lo, mas com o tempo a irmã mais velha do orfanato, começou a proibir que Olavo fosse ver Tobias. (Judi)
- E o que ele fez? Qual era o problema de Olavo ir vê-lo? (Jason)
- Não havia problema nenhum, até que um dia ele tentou fugir com Tobias, por sorte consegui pegar Tobias antes que Olavo fugisse. (Judi)
- Vocês contataram a polícia? (Jason)
- Não, dissemos a ele caso ele voltasse ao orfanato, iríamos fazer uma denuncia para à polícia, e contar tudo que havia acontecido. (Judi)
- E o que ele tem haver com o incêndio? (Jason)
- Tempos depois que você foi adotado, Tobias também foi, então Olavo ficou sabendo disso, ele ficou louco, ele veio até o orfanato e ameaçou as irmãs, caso elas não contassem onde o filho dele estava, ele acabaria com a vida de todos ali dentro. (Judi)
- E vocês não contaram certo? (Jason)
- Sim, exatamente, aquela era uma tarde linda, as crianças estavam todas brincando, e foi quando aconteceu, não conseguimos salvar todas, foi terrível, ele está foragido e a polícia nunca conseguiu pegá-lo. (Judi)
Eu estava mais chocado agora que sabia da história completa, eu estava perplexo e esse tempo todo, ele estava me manipulando.
- Me desculpe Judi, eu não queria ter sido grosso com você. (Jason)
- Está tudo bem, ele fez você ficar assim, eu te perdoou. (Judi)
- Obrigado. (Jason)
- Tome. – Ela me entregou a pasta. – Não deixe que ele pegue essas informações de maneira alguma. (Judi)
- Obrigado mais uma vez, eu prometo não deixarei que ele chegue perto. (Jason)
- E mais uma coisa. (Judi)
Ela pegou um pacote da bolsa e me entregou.
- Dentro desse pacote tem um pouco de dinheiro, você vai precisar na sua viajem. (Judi)
- Eu não posso aceitar. (Jason)
- Jason, leve você precisa mais do que eu. (Judi)
Fiquei com um pouco de vergonha.
- Tudo bem, obrigado, não sei nem como agradecer. (Jason)
- Não precisa. (Judi)
Olhei pro relógio, marcavam sete e vinte da noite.
- Ei, preciso ir. (Jason)
- Tudo bem, obrigado por ter vindo, foi bom poder ver você novamente. (Judi)
- Digo o mesmo. (Jason)
Nos levantamos e nos abraçamos.
- Vem me visitar um dia. (Judi)
- Tudo bem, eu venho. (Jason)
Sorri pra ela, e ela me sorriu de volta, fomos até o balcão, pagamos a conta e estávamos saindo da lanchonete juntos, e foi naquele momento em que Olavo apareceu ele estava com uma arma na mão.
- Jason, me entregue essa pasta agora. (Olavo)
Fiquei paralisado, eu estava com a pasta na mão, ele engatou a arma e colocou a mão no gatilho.
- ME ENTREGA ESSA PASTA AGORA. (Olavo)
Ele começou a gritar ele estava nervoso.
- VOCÊ NÃO SABE O QUE É PASSAR A VIDA TODA LONGE DO SEU FILHO, AGORA MOLEQUE ME ENTREGA A PORRA DESSA ARMA. (Olavo)
- Olavo, não faz isso, você não precisa ferir ninguém. (Judi)
Eu continuava paralisado, eu estava com medo.
- CALA A PORRA DA BOCA. (OLAVO)
Ele estava gritando aquilo chamou a atenção de algumas pessoas que estavam na lanchonete e foi naquele momento em que Judi foi pra cima dele, e ele atirou, cai de joelho no chão o sangue voava pra todo lado, ela estava na minha frente, morta toda suja de sangue.