Kiss Me ♡̸ taekook

05. ressaca

Acordar com ressaca me fez querer jogar-me da janela do quarto. Todas às vezes jurava de joelhos que eu nunca voltaria a beber outra vez. O que obviamente não acontecia.

E dessa vez não foi diferente.

A cama quentinha parecia querer me jogar de volta no mundo dos sonhos, mas a dor na minha nuca me balançava de um lado para o outro com violência. Arrependia-me amargamente do pt da noite anterior, mas o que realmente me preocupava no momento era: o que eu estava fazendo só de cueca nos lençóis limpinhos do quarto de Kim Taehyung?

O cheiro delicioso de comida invadia o quarto e minha barriga parecia um monstro grunhindo de fome. Tinha medo de me levantar e encontrar as respostas para as paranóias que cresciam na minha mente cansada. Poderia pensar que "meu Deus, eu transei com o meu crush supremo" e isso não seria de todo um ruim se eU PELO MENOS PUDESSE ME LEMBRAR DESSE FATO.

O branco na minha mente depois do apagão era contínuo e não acabava até a hora em que eu tinha acordado. E tudo piorava quando as palavras que tinham sido direcionadas a mim num momento de luxúria e bebedeira ontem à noite me faziam pensar que não tinham valido de nada. Porque convenhamos que nós dois estávamos zoados e sem controle de nossas ações, enfim, resumindo tudo: Taehyung foi impulsivo e eu não posso criar expectativas com base nisso.

Sim, fingir demência e seguir em frente era o melhor plano.

A porta do quarto se abriu e eu me assustei, sentando-me ereto e cobrindo minha nudez parcial com o lençol. Taehyung entrou nas pontas dos pés e de cabeça baixa, mas paralisou no lugar quando me encontrou o encarando com os olhos levemente arregalados.

— Você acordou.

Ele vestia apenas uma calça moletom preta que usava todos os dias para dormir e de vez em quando para ir à academia. Seu peitoral exposto me fez pensar coisas nada castas e minhas bochechas queimaram.

— Eu fiz café da manhã e deixei comprimidos para você — apontou com queixo uma bandeja no criado-mudo com um copo d'água e um comprimido sob um guardanapo. Uma toalha de banho dobrada descansava ao lado. — Suas roupas estavam sujas de vômito e tive que pôr elas na máquina. — Meu Deus, tem como eu ser mais vergonha alheia do que isso? Por que se vomitar bêbado na frente do senpai e o fazer de babá não for o limite, eu não sei mais qual é. — Pode tomar um banho e vestir qualquer coisa minha que lhe sirva.

Olhei o guarda-roupa branco no canto do quarto e depois voltei a fita-lo. Ele sorriu minimamente.

— Quando estiver pronto, me encontre na cozinha, hum? — Ergueu as sobrancelhas parecendo animado antes de fechar a porta.

Suspirei e me forcei a levantar da cama apesar do leve enjoo, este que passou depois do comprimido e do banho quente. O dia estava frio. Andei até o armário encontrando uma variedade de roupas de marca, peguei uma camiseta branca simples que ficou um pouco folgada e uma calça moletom cinza, onde ajustei a cordinha na cintura a deixando firme para não escorregar pelo meu quadril e eu acabar pelado.

Andei hesitante até a porta e descobri uma sala ampla com uma ilha que dividia a cozinha do cômodo. Taehyung estava de costas cozinhando — agora vestido com uma camiseta preta. O café da manhã estava disposto no balcão, então apenas me sentei e apoiei o queixo na mão, o observando cantarolar e acompanhar a música que irrompia do som de que estava ali perto.

— Não sabia que cozinhar estava incluído nos seus dotes — murmurei casualmente o vendo pular.

— Você me assustou — Taehyung se virou para me olhar enquanto segurava uma frigideira com ovos mexidos.

Encaramos-nos por um tempo e eu soltei uma risada baixa.

— Então agora estamos quites — voltei minha atenção para a comida que parecia deliciosa. — O cheiro está ótimo, e, hum — belisquei um pedaço de torrada com geleia —, o gosto também.