CAPÍTULO 8

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A maior decisão da minha vida. É assim que defino o que acabei de fazer, me entreguei a realeza e espero que ela saiba o que fazer comigo.

Não sei por quanto tempo vou durar aqui, mas... mesmo que não esteja acostumada a tudo isso, posso tentar me adaptar aos pouco.

Começando pela minha manhã, o Sr. Ulisses - como chamo o rei, a pedido dele - disse para que eu tirasse o dia para conhecer o castelo e tudo que há por aqui. Então, antes de partir para essa pequena "aventura" que será andar por tudo aqui resolvo visitar a biblioteca que ontem à noite foi o lugar de minha primeira conversa oficial com Mayson, que a propósito sumiu assim que o café acabou.

Me lembro muito bem de onde ela ficava e de como era sua faixada, então vou direto para lá.

Fui andando até encontrar a porta que particularmente para mim é a melhor de todo esse lugar. A abro e tenho a maravilhosa surpresa de me encontrar com Mayson por lá. Então é para cá que ele fugiu.

- Ah desculpa, não sabia que você estava aqui.

Ele esboça aquele sorriso e fala:

- Tudo bem, pode entrar. Gosto daqui. Ficar em meio ao livros me acalma de certa forma.

Fiquei surpresa com o que ele fala. Mayson me definiu em poucas palavras.

- É sério? Você não tem noção de como sou louca por tudo isso. Ás vezes digo que costumo viajar sem sair do lugar por um tempo quando estou um livro nas mãos.

Ele me olha com um ar gentil e sincero.

- Exatamente!

A partir do momento que aceitei ficar aqui pensei que Mayson seria meu maior desafio aqui dentro, contando que a última experiência que tive com garotos não foi muito boa.

Sorrio para ele e digo antes de quase sair porta a fora:

- Vou sair. Te deixarei sozinho.

- Não, por favor, fique. - ele fala rápido.

Me surpreendo com a forma como ele fala. Rápido, como se me pedisse profundamente para que eu fizesse aquilo.

- Senta aqui - ele diz batendo a palma da mão no espaço vazio ao seu lado - podemos conversar para passar o tempo. Hoje é meu dia de "folga" - ele diz sorrindo - tenho o dia todo.

Exito, mas aceito, indo em direção ao sofá.

Não sei o que me deu. Mas fiquei de certa forma feliz por estar ali, com ele. O único que até o momento me entendeu nessa loucura que está sendo meus últimos dias.

Pego um livro que estava sobre a mesa e começo a lê-lo, nada sério, só observo. Ficamos um bom tempo assim, e em silêncio.
Mayson é o primeiro a falar quebrando por completo toda a calmaria a nossa volta.

- Minha mãe te disse que fará um baile para você? Vamos comemorar "a volta da princesa perdida", ela gosta de chamar assim.

Fico completamente surpresa com tudo aquilo. Um baile. Para mim.

- Ah... não, eu não sabia - por fora eu estava serena, mas por dentro eu gritava. Não quero isso. Já é o sufiente a vergonha pública que terei que passar nos próximos dias com discursos e tudo mais. Nunca fui alguém muito fã de me "expor".

- Ela vem planejando isso desde o dia que começaram as investigações e agora que você está aqui, com certeza ela não perderá a chance.

Sorrio diante do que ele disse. De fato a mãe de Mayson é uma pessoa incrível.

- Será bem tradicional pelo visto - ele começa - a festa, a valsa...

- Valsa? Como valsa? Eu vou ter que... dançar?

- Bom... - ele sorri achando graça no meu questionamente ridículo e óbvio - suponho que bem provavelmente sim.

Agora que estou perdida mesmo. Teatro, música e sinto dizer, dança, nunca foram meus fortes. Sou péssima em qualquer coisa que envolva minha parte artística.

- Você dança?

"Claro né? Lá no Vilarejo tinhamos bailes todos os dias, de manhã e a noite" - gostaria mesmo de falar isso para ele. Mas minha parte educada não permite, minha parte quase princesa, acho que todas nós temos essa parte.

- Não... muito. - ele ri do meu jeito de falar.

- Tudo bem.

- "Tudo bem"? E se eu passar a maior vergonha da minha vida naquele salão lá embaixo?

- Você não vai passar. Eu vou te ensinar a dançar.

Fico pasma com o que ele diz. Mayson me ensinando a dançar. A única coisa que passa pela minha cabeça é que isso nunca poderá dar certo.

- Você? - digo apontando para ele e rindo.

- Sim, eu. - ele sorri - Algum problema?

Paro de rir. Ele parece falar sério. Apenas assinto com a cabeça.

- Bom... posso até aceitar. Quando?

- Hoje a tarde. Ás cinco. Antes do jantar, no salão de bailes. Pode ser? E todos os próximos dias até o baile - ele fala e me mostrar seus dentes brancos perfeitos.

- Fechado.

Passamos o resto da manhã lá. Lendo, rindo, conversando e posso dizer que nosso relacionamento entre amigo estava indo mais que bem.

CONTÍNUA...


ESPERO QUE TENHAM GOSTADO, DEIXEM AS ESTRELINHAS, POR FAVOR VIU? RSRSRSRS

Bjinhoss 😙

Uma Coroa em Minha Vida    [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora