Capítulo 7: O Estrangeiro

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Jungkook e o príncipe de Argentum agora se encontravam regularmente.

O guarda, sinceramente, não podia estar mais feliz. Seu emprego não era nada do que tinha planejado para a sua vida, mas só de poder ver Park Jimin e tomar conta dele, fazia tudo valer a pena.

Fazia como ordenado, e quando estavam sozinhos, não se dirigia à ele como "Alteza" ou "Vossa Majestade''.

Não. Quando estavam sozinhos, não havia hierarquia e nem nomenclaturas. Não eram um príncipe e um guarda. Eram Park Jimin e Jeon Jungkook, nada mais.

É claro que, ninguém além deles, sabia o que estava acontecendo. Os dois se encontravam nos mais privados dos lugares, como o topo das torres ou até mesmo o bom e velho meio da floresta. Os horários variavam: ora eram nas folgas de Jimin de seus afazeres reais, ora eram quando o príncipe dava uma desculpa para precisar dos serviços do guarda.
O serviço era sempre enchê-lo de beijos atrás de algum lugar escondido.

Outra coisa que enchia Jungkook de alegria, era que finalmente a corte de Aurum tinha voltado para seu devido país. O guarda agora não precisava se preocupar com a princesa de cabelos castanhos tomando todas as atenções de Jimin, muito menos ter que tomar conta dos dois em seus passeios bonitinhos de contos de fadas.

Era uma vida boa. Quando não estava com o príncipe, passava seu tempo com Min Yoongi, que agora o referia como seu braço direito. Depois que recebeu sua patente, o chefe da guarda se mostrou muito orgulhoso do desempenho do mais novo, e Jungkook estava extremamente agradecido por ter tido justo ele como seu mentor.

— Graças aos céus que se saiu bem, moleque — um dos passatempos preferidos de Yoongi era provocá-lo — Se eu tivesse que te devolver para aquele buraco de onde o tirei, iria manchar minha imagem aqui dentro.

Às vezes, Jeon se perguntava sobre o relacionamento de Hoseok e Yoongi. Ainda os via de conversa pelos cantos do castelo, mas não tinha presenciado mais beijo algum, o que levou o guarda a se perguntar se foi só na noite do baile, ou eles são muito bons no jogo de esconde-esconde.

Apesar de não poder reclamar de sua situação atual, Jungkook ainda pensava em sua vida antiga. Gostava de sentar na beirada das torres altas do castelo e observar o centro de Argentum. Era sempre muito colorido e festivo, e Jeon se perguntava o que aconteceu com seus antigos amigos e se sentiam a falta dele.

Vez ou outra, escrevia cartas à sua mãe, que ainda morava no mesmo lugar. Jeon sentia uma imensa saudade de casa e de trabalhar na loja, e às vezes, um pouco culpado por não ter pensado duas vezes antes de praticamente fugir de casa. Mas, no fundo, sentia que apenas aquelas cartas não eram suficiente. Ainda lembrava de todos os temores e avisos da mulher antes de ir embora. Precisava dar uma garantia à ela de que estava bem.

A ideia veio quando ele e Jimin tinham acabado de chegar ao seu lugar preferido da floresta. Ficava à beira de um riacho, que era rodeado por árvores das mais diversas alturas, e por isso proporcionavam proteção contra o sol. Os cavalos dos dois ficavam amarrados à um tronco mais afastado, pastando enquanto eles ficavam jogando pedrinhas na água e jogando conversa fora — isso quando não estavam aos beijos.

— Eu acho que vou sair.

A expressão do príncipe era pura confusão, e um biquinho se formou em seus lábios.

— Mas acabamos de chegar! — a pedrinha foi jogada com uma força exagerada dentro da água, e um sorrisinho apareceu nos lábios de Jeongguk. Park Jimin era uma graça quando estava indignado.

— Não sair do bosque! — o guarda agora tinha as costas deitadas contra a grama e mantinha os olhos castanhos na copa das árvores que os rodeavam — Eu preciso visitar a minha mãe.

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