Capítulo 8: A Sereia

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Nota: Oi! A nota de hoje vai ser aqui em cima, como um aviso especial. Eu sei que vocês estão curiosíssimas e fazendo teorias para o que aconteceu no último capítulo, mas eu tive a ideia desse há alguns meses e como o aniversário de Prophecy foi em outubro e hoje é Natal... quero dar um presente atrasado pra vocês. Este homem é talvez o meu personagem favorito da trama, então eu achei que esse mini plot combinou bastante com ele e trouxe pra vocês! Vou deixar um gancho no final, então me digam se vão querer que eu traga mais um especial com a continuação, que provavelmente será a última. Um pouco de descontração antes de capítulos de tensão é sempre bom... né? Se vocês pegarem a referência, vou ficar bem feliz. Espero que se divirtam e mais uma vez, peço desculpa pela demora. Espero ter compensado no tamanho do capítulo hehe
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Taehyung amava viajar. Sentir as gotinhas de água salgada respingando em seu rosto bronzeado, o cheiro da maresia e o revirar gostoso de estômago que o navio deixava... Era uma delícia para ele. O príncipe cresceu viajando, pois seu pai, irmão do Rei, sempre estava fora para tratar de comércio exterior com outros países, bem como avaliar a própria economia de base de Argentum. Quando podia, Taehyung ia com ele, e não era surpresa de que tocava o terror no convés desde pequeno.

Primeiro, começou brincando de pirata. Mandão, ordenava para os trabalhadores do navio aqui e acolá, vinte e quatro horas por dia até receber um puxão de orelha.
"Suas baratas nojentas, quero ver esse convés limpinho!" — ele esbravejava, brandindo sua pequena espada de madeira, as roupas que usava claramente maiores do que o seu corpo pequeno de criança.

Quando ficou mais velho, era realmente o terror. Não perdia uma oportunidade sequer de fazer apostas com a tripulação, ou de se pendurar nos mastros altos e desenhados para olhar o horizonte. Vez ou outra, se esgueirava na cabine do capitão para alguma... conversinha. Talvez, em outra vida, Kim Taehyung teria sido o maior pirata que já existiu, o verdadeiro terror dos sete mares. Ainda assim, o jovem era realmente de ouro, e com certeza seria o ladrão com as intenções mais puras, ajudando os outros como o próprio Robin Hood.

Porque era esse o coração do chamado "príncipe mundano": jamais se prenderia à deveres reais, ou à um casamento forjado, ou a desperdiçar toda a sua juventude tratando de negócios, sendo o capacho de algum Rei. Queria tocar os outros, fazer parte de alguma sociedade que não vivesse apenas de futilidades por causa de uma coroa. Não queria lutar em guerras, mas sim acalentar o coração das pessoas com uma das muitas peças que gostava de escrever. E Taehyung conseguia, pois todos se derretiam ao vê-lo interpretando, genuinamente feliz com aquele sorriso quadrado bonito e radiante nos lábios.

Não. Kim Taehyung possuía a alma tão leve e livre quanto a de um pássaro. Encontrava a sua maior felicidade ao correr pela madeira úmida dos navios, interpretando mapas e visitando outros reinos. Encenando para outras pessoas, descobrindo novos amores a cada estalagem que frequentava quando estava em terra firme. Era assim que tinha que ser.

Outro prazer do príncipe era escutar histórias. Ao ouví-las, já pensava em adaptações para peças que poderia trazer em alguma festividade no castelo, ou contar todo entusiasmado para seus primos - que nem sempre acreditavam em tudo, mas o Kim jura de pés juntos que todas as coisas que ouve são verdade.

Certa vez, o moreno foi convocado por seu pai (e por convocado, leia-se implorou de joelhos aos seus pés) a participar de uma expedição em alto mar de cinco dias, para a inspeção de uma possível jazida de pedras preciosas em uma das ilhas adjacentes de Argentum. O aval para poder sair veio como música para seus ouvidos. Aos pulos, Taehyung se dirigiu aos seus aposentos para começar a arrumar sua bagagem.

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