Capítulo 01

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Natasha

Ser a filha do presidente. Não pense que por ter esse rótulo você vive sempre feliz.

Não é tão bom assim, ser privada de muitas coisas e não ter uma vida social. Passei dezoito anos da minha vida trancada dentro de casa. Não conheço um simples ser vivente que trabalha para o meu pai! Tirando os que ficam na nossa casa.

Ver o sol? Na varanda do meu quarto. Tomar um ar? Na varanda do meu quarto. Aulas? Com professores particulares. Amigos? Alguns dos meus vinte seguranças e Maria, a camareira.

Que tipo de vida era essa que eu tinha?

Meu sonho sempre foi sair dali e cursar em uma faculdade de direito, mas nem mesmo isso eu tinha o direito de fazer. O senhor Presidente sempre me privou de tudo, eu nunca nem fui à suas comitivas presidenciais, nunca viajei com ele. Sempre em casa.

Meu pai sempre teve um medo de me deixar sair, como se algo o perturbarsse ao cogitar essa ideia.

E a única coisa que eu podia fazer, era aceitar. Porém, eu iria mudar isso! Nem que eu tivesse que apelar para a ajuda da minha mãe a convencê-lo de que eu posso sobreviver sozinha lá fora.

ㅡ Por favor, mãe! - Supliquei.

ㅡ Natasha, não! Seu pai nunca concordaria com isso! - Ela negou.- Fazer faculdade?!

ㅡ Mas, mãe. Se a senhora pedir, ele irá aceitar! Ele não resiste ao seu charme.- Afirmei.- Faz isso por mim, por favor! - Implorei juntando as duas mãos em petição.

ㅡ Minha filha, eu posso até conversar com ele.- Eu sorri.- Mas você sabe que isso não irá funcionar, e mesmo que ele deixe, como sabe se será aceita em uma faculdade? - Ela indagou. Eu sorri mais ainda.

ㅡ Isso não será um problema, dona Laura.- Pego minha carta de recomendação na gaveta da cômoda e mostrei para minha mãe a grande palavra estampada lá.

APROVADA.

ㅡ Natasha Sherwood, você se inscreveu em uma faculdade sem me consultar?! - Minha mãe quase gritou e eu tive que tampar a sua boca para que ninguém a escutasse.

ㅡ Também não precisa gritar.- Reclamei.- Eu sabia que se pedisse, a senhora não deixaria. E mesmo se deixasse, demoraria para pedir a autorização do meu pai e mais ainda para sair daqui!

ㅡ Quem te ajudou? - Perguntou.

ㅡ Maria. Mas ela não tem nada a ver com isso.- Expliquei de imediato.- Ela não faria nada se eu não tivesse insistido tanto.

ㅡ Natasha...- Mamãe disse em um tom de repreensão. Ela respirou fundo, procurando paciência.- Tudo bem, eu falo com o Connor.

ㅡ Ah, obrigada mãe! - Exclamei feliz, dando pulinhos e beijando o rosto dela.

ㅡ Mas se ele não permitir, não venha reclamar comigo depois. Você está avisada.- Minha mãe me alertou e eu assenti.

Poucos minutos depois, meu pai chegou em casa. O cumprimentei com um beijo na bochecha e subi para o meu quarto. Deixaria os dois conversarem sozinhos, comigo ali não seria tão fácil.

Deitei na minha cama e ali fiquei.

Alguns minutos se passaram e é ouvi alguém bater na porta do quarto, rapidamente puxei o cobertor e me virei.

ㅡ Connor, ela já deve estar dormindo! Você conversa com ela amanhã.- Ouvi minha mãe dizer. Em resposta, meu pai abriu a porta.

ㅡ Natasha.- Ele me chamou, mas não respondi e continuei a fingir que dormia.- Natasha, minha flor.- Ele se sentou na cama e acariciou minha cabeça, então abri os olhos e fiz a minha melhor cara de sono.

Missão: A filha do presidente.Onde histórias criam vida. Descubra agora