CRÔNICAS DE UM KARA | Vida de Fã do Pedro Bandeira

CRÂNIO - O MAIOR VILÃO DOS KARAS (Contém Spoilers)

É fato que todos os Karas são heróis, isso inclui o nosso gênio chamado por "Crânio". Mas, há características em Crânio que, por certo, o fariam o maior de todos os vilões já enfrentados pela turma reunida por Miguel. Pensem só... E se Crânio se rebelasse, como seria? Pedro Bandeira nos mostra motivações para isso? Ele possui características de vilão? Sigam a leitura e percebam alguns detalhes e nuances nas aparições deste personagem, ao longo dos seis livros oficiais da série correspondente, e decidam por si mesmos.

OBSERVAÇÃO: Leiam de mente aberta. Não interpretem o texto como uma crítica ao personagem em questão, muito pelo contrário. Até porque o amo como a todos os demais da série.

CONTÉM SPOILERS DOS SEIS LIVROS DA SÉRIE "OS KARAS", incluindo finais!

Crânio aparece em "A droga da Obediência", primeiro livro da série "Os Karas", chamando pouca atenção. Suas caracacterísticas de introspecção e aparente pouca sociabilidade lhe denotam uma timidez e, até mesmo, arrogância quanto aos demais incluindo os próprios amigos de "brincadeiras". Como não lembrar de Magrí e Calú que, ao analisarem alguns fatos para a descoberta do fabricante da droga em questão, esperaram que Crânio o revelasse de todo pois "sabiam da vaidade do amigo" e não quiseram aborrecê-lo? Como se ele pensasse que apenas ele pudesse solucionar aquele caso. 

Sendo assim, podemos perceber algumas marcas em Crânio que o fariam o mais célebre dos vilões: sua óbvia inteligência, sua vaidade e arrogância por saber dela, e sua aparente pouca disposição para fazer amizades diversas. 

No segundo livro, "Pântano de Sangue", protagonizado exatamente por este personagem genial, alguns fatos são muito curiosos. Crânio, determinado e dolorido, parte para uma aventura muito maior, ignorando os conselhos dos amigos (e mesmo da garota que ama). Sabemos que ele estava certo, mas ele não tinha noção da dimensão de tudo o que estava por vir, tendo ignorado, repito, os conselhos dos mais chegados. Mais adiante, percebemos um leve detalhe presente nesse e no livro anterior que é a aparente falta de preocupação do personagem em questão quanto aos amigos. Crânio apenas despertou em "Pântano de Sangue" quando soube de Magrí, a garota amada. ... Vamos cavar um pouco mais... Convenhamos, sabemos que foi pela justiça, mas Crânio nem pestanejou ou se indispôs ao entregar a própria tia para as autoridades, nem pareceu se importar muito com a morte dela. Observem só! Crânio tinha uma verdadeira vilã em sua família, ainda que agregada, mas uma vilã e tanto!

Em "Anjo da Morte", terceiro livro da série, Crânio se destaca pelo poder de persuasão, característica fundamental em um vilão manipulador. Crânio convence altas potências a participarem e colaborarem em um plano mais do que arriscado a fim de acabarem com reuniões neonazistas. Que poder esse garoto tem mesmo sendo tão jovem!

Não queria entrar muito em detalhe a respeito de "A droga do Amor", pois hoje após ler todos os livros, é um dos que mais me deixa entristecida. Enfim... Sabemos que se há algo que pode tirar o foco de um ser humano é a paixão. Crânio se deixa levar pelo sentimento por Magrí e esquece que participou de um "plano mental e secreto" com Miguel e Calú, seus amigos, a fim de não brigarem entre si pela integrante feminina do grupo. Magrí foi quem precisou lembra-lo da "união dos Karas". Será que Crânio passaria por cima da amizade para ficar com ela? 

Em "Droga de Americana!", as coisas pioram para o lado do nosso "herói", até porque a frase que dá nome ao livro foi dita pelo próprio Crânio ao exclamar a clara irritação pela aparição de Peggy, a filha do presidente dos Estados Unidos. É curioso, pois Peggy nada havia feito para receber da fúria de Crânio, a não ser o fato de que Magrí fora sequestrada em seu lugar. Mas, por que Peggy teria culpa por não ter sido sequestrada? Não foi Magrí quem se entregou no lugar dela? - Claro que, desta última, Crânio não sabia, mas ainda assim nosso gênio pegou pesado nas emoções...

Por fim, e o que realmente me fez pensar que Pedro Bandeira também concorda com a vilania de Crânio - lá no íntimo dele, claro. Mas, que final de "vilão" foi aquele que esse autor fantástico deu para o nosso "até então" herói? Notem bem: Crânio sozinho? Crânio mais retraído? Crânio tristonho? Crânio ainda mais pouco participativo dos eventos sociais? E o pior: Crânio sem Magrí??? Afinal de contas, por que o nosso super inteligente personagem querido não teve um "final feliz" como os demais Karas? É certo que ele fez grandes feitos, no entanto por que Pedro Bandeira o condenou a amar para sempre uma mulher que pertence a outro? E pior: pertence ao melhor amigo, ou não mais, vai saber...

Concluindo, Crânio passou pelos livros chamando a atenção por suas características que iam de "lobo solitário" a mais solitário ainda, manipulando com suas hipnoses e persuasões, esquecendo dos amigos, maldizendo inocentes, menosprezando pensamentos de outros; mesmo da amada e... tendo um final infeliz. Que destino triste para o nosso gênio! Que tal permanecermos com "os Karas" ainda no "Ensino Médio" com a inocência presente em todos eles, incluindo em Crânio?

ADENDO: A popularidade do personagem fora das páginas é muito alta, talvez mais do que do próprio Miguel - que é o líder. Talvez essa possa ser outra característica da vilania de Crânio, afinal o "perigo" com suas incertezas pode ser mais atraente do que o aparente óbvio do "mocinho" de uma história. Por exemplo, os "Karas" como um todo são bem adrenérgicos nisso, não são? Eles se amarram num perigo, posso crer nisso! E quanto a você? Que acha de tudo isso?

Assistam o vídeo na mídia, no topo desta página, e sigam o canal dos fãs do autor Pedro Bandeira - o maior autor infanto juvenil Brasileiro vivo!

#SomosTodosKaras